Brasil tem Fusca conversível que é raridade global

O Hebmüller é um dos exemplares mais valorizados - e caros - do "besouro", e tem uma história para lá de interessante

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Evandro Enoshita
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Aproveitando que nesta segunda-feira (20/1) é comemorado o Dia Nacional do Fusca, nada mais justo do que contar a história daquele que é um dos exemplares mais raros do besouro da Volkswagen no Brasil: o conversível Typ 14A Hebmüller.

Em 1948, a Hebmüller foi uma das duas encarroçadoras contratadas pela Volkswagen - a outra foi a Karmann - para criar versões conversíveis do Fusca. Os projetistas podiam exercitar a sua criatividade, mas desde que utilizassem o maior número possível de peças do modelo original.

Enquanto o da conversível da Karmann era - basicamente - um Fusca normal com o teto cortado, o Hebmüller era um carro de linhas mais esportivas. Um roadster com a traseira toda redesenhada e o interior mais caprichado.

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Mesmo assim, o motor era o 1.1 de quatro cilindros e apenas 24 cv de potência. Exatamente aquele que equipava o Fusca "normal" no final dos anos 1940.

Fusca Hebmuller Traseira
O Hebmüller era um conversível mais elegante que o produzido pela Karmann na mesma época
Crédito: Evandro Enoshita/WM1
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Cerca de 100 no mundo

Três protótipos foram construídos pela Hebmüller e testados pela Volkswagen, que ficou satisfeita com o resultado e fez uma encomenda inicial de 2 mil unidades do conversível.

A produção do Hebmüller foi iniciada em junho de 1949. Mas, no mês seguinte, um incêndio destruiu uma das fábricas da empresa, em Wülfrath (Alemanha).

Mal das pernas antes mesmo do incêndio, a Hebmüller não conseguiu se recuperar financeiramente do desastre e nunca conseguiu cumprir o contrato com a Volkswagen. A empresa fechou as portas em 1953, após ter produzido apenas 696 unidades do "seu" conversível.

Hoje, existem pouco mais de 100 exemplares do Hebmüller em todo o mundo. Um grão de areia na conta das mais de 21,5 milhões de unidades do Fusca produzidas desde os primeiros protótipos, no final dos anos 1930, até 2003, quando a produção do modelo no México foi encerrada.

Justamente pela raridade, o Hebmüller é valorizadíssimo. Em 2016, um exemplar recebeu um lance de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,5 milhão na cotação atual) em um leilão nos Estados Unidos. Mas não mudou de dono, já que o proprietário esperava receber, no mínimo, US$ 300 mil (R$ 1,8 milhão) pelo conversível.

Por dentro, o conversível da Hebmüller levava apenas duas pessoas e era mais sofisticado
Crédito: Evandro Enoshita/WM1
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O Hebmüller do Brasil

Apesar dos diversos exemplares sem capota no Brasil - inclusive na coleção da própria Volkswagen -, a marca alemã nunca produziu ou comercializou o Fusca conversível no mercado brasileiro.

Esse Hebmüller das fotos é, possivelmente, um exemplar único no Brasil. Faz parte da coleção do CARDE, o interessantíssimo museu automotivo localizado em Campos do Jordão (SP) que tem um acervo rotativo de cerca de 100 automóveis, selecionados entre 500 raridades.

Segundo o site Hebmüller Registry, que mapeia os carros com carroceria Hebmüller no mundo, o Fusca do CARDE foi produzido em fevereiro de 1950 e vendido em abril do mesmo ano em uma concessionária em Nuremberg (Alemanha).

Mas passou boa parte da sua vida nos Estados Unidos. Lá, passou por restauração completa no início dos anos 2000. Depois, foi trazido para o Brasil.

A capota de lona tomava quase todo o espaço traseiro do Hebmüller
Crédito: Divulgação
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