Em dezembro do ano passado, a BSA Motorcycles voltou à vida, conforme revelamos aqui. Logo depois, participou de um evento chamado NEC Motorcycle Live Show, realizado na cidade de Birmingham, na Inglaterra - não por acaso, justamente onde a BSA nasceu -, e mostrou lá o primeiro modelo de sua nova encarnação - a lindinha Gold Star 650, uma naked monocilíndrica com pegada retrô. Mas, depois disso, ficou sem dar notícias.
Agora, porém, divulgou seu primeiro cronograma de produção e vendas, o que muito interessa a vários mercados.
A marca, que atualmente pertence à Classic Legends, uma subsidiária do grupo Mahindra & Mahindra - mesmo dono da concorrente Jawa -, trabalha na implementação de uma rede de representantes e concessionários desde o início do ano. Em maio, pretende divulgar os preços da nova moto e, no mês seguinte, já quer começar as vendas.
A BSA Motorcycles não revelou em quais mercados venderá a Gold Star 650, mas certamente isso acontecerá em alguns países europeus - principalmente na própria Inglaterra, onde vai brigar diretamente com a conterrânea Royal Enfield e suas "twins" 650 - Interceptor e Continental GT. Aliás, os súditos de sua majestade, Rainha Elizabeth, que estiverem interessados já podem se registrar no site www.bsacompany.co.uk.
A moto também deverá ser vendida na Índia, já que é fabricada lá - assim como as da conterrânea Royal Enfield, que também nasceu na Inglaterra e atualmente pertence ao grupo indiano The Eicher Group.
A Gold Star 650 é uma "moto com cara de moto": tem farolzão e piscas redondos, tanque com linhas sinuosas, painel com dois relógios analógicos (e um display digital no meio), para-lama dianteiro rente ao pneu, banco quase reto, grandes tampas laterais, rodas raiadas, ausência de rabeta e para-lama traseiro comprido e mais distante do pneu, com uma lanterninha discreta lá na ponta.
O motor foi desenvolvido pela BSA com a Universidade Tecnológica de Graz, da Áustria. Segue a receita tradicional da marca, com um cilindro, 652 cm³, 47 cv de potência máxima e 5,6 kgf.m de torque. Mas há requintes, como comando de válvulas duplo, duas velas de ignição - e até aquela famosa "tampa inclinada" das antigas BSA na lateral do motor!
A novidade aqui é a refrigeração líquida, com um grande radiador, para garantir melhor rendimento do monocilíndrico. O câmbio tem cinco marchas e a embreagem deslizante é uma das poucas modernidades reais, ao lado dos freios Brembo com ABS (disco simples nas duas rodas), do imobilizador do motor (chave chipada) e de uma tomadinha USB ao lado do guidom.
Mas algumas escolhas são mais conservadoras, como a suspensão dianteira com garfos tradicionais e a traseira bichoque, o chassi de berço duplo e os pneus Pirelli Phantom nas medidas 100/90 R18 na frente e 150/70 R17 atrás. A moto pesa 198 quilos a seco e 213 quilos em ordem de marcha. O tanque pega 12 litros de combustível e o consumo prometido é de 30 km/l - o que rende uma autonomia teórica de uns 360 quilômetros.
A moto será produzida inicialmente na cores vermelha (já quero!), prata, preta e verde. E haverá uma edição especial chamada Legacy Edition, com muitos cromados e uma cor prata exclusiva.
Por ser monocilíndrica, deverá ser um pouco mais barata que as "twins" da Royal Enfield - que, como diz o próprio apelido, são bicilíndricas. Como as Royal Enfield são vendidas no Brasil e as fabricantes indianas de moto aceleram para conquistar muitos mercados do mundo, não é impossível que a BSA Gold Star 650 venha para cá - onde seria uma ótima opção intermediária entre as Royal Enfield Meteor 350 e Interceptor/Continental GT 650. Estamos na torcida!