BYD mostra fábrica em Camaçari (BA)

Planta ainda não começou a produção por falta uma licença de operação. Capacidade pode chegar a 300 mil carros por ano

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Fernando Calmon
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A obra realmente é gigantesca, no mesmo terreno em que a Ford já produziu. Mas o evento realizado em Camaçari (BA) no começo da semana não significou o início da produção real. Como admitiu Alexandre Baldy, vice-presidente sênior, falta ainda a licença de operação a ser obtida em algumas semanas. Também confirmou que no primeiro ano haverá apenas a remontagem de veículos importados no regime primário de semidesmontados (SKD).

A nacionalização plena está prevista para as próximas fases, quando a fábrica passará a operar com produção integral daqui a um ano. Por enquanto, apenas os pneus virão da Continental, instalada no mesmo município. Há tratativas em curso com outros 160 fornecedores.

Inicialmente a fábrica da BYD em Camaçari montará os modelos Dolphin Mini e Song Pro
Crédito: André Deliberato/WM1
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A capacidade instalada inicial é de 150 mil veículos por ano, cerca de duas vezes o que a marca chinesa vendeu no ano passado por meio de 180 concessionárias, e pode chegar a 240 mil até o fim de 2025. A longo prazo, poderá produzir até 300 mil unidades/ano, com exportações para a América Latina.

Além do elétrico hatch compacto Dolphin Mini (cujas vendas mundiais acumuladas acabam de atingir 1 milhão de unidades), a fabricação nacional incluirá o SUV médio Song Pro e o sedã médio-compacto King, ambos híbridos flex, que se desenvolverão com colaboração de engenheiros brasileiros.

O investimento total anunciado é de R$ 5,5 bilhões. O complexo ocupa uma área de 4,6 milhões de m 2 e deverá gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos, quando totalmente operacional.

Segundo Baldy, se for convidada, a empresa pode até se associar no futuro à Anfavea. No entanto, diferenças conceituais com a entidade que reúne os fabricantes já instalados no Brasil continuam. A BYD insiste no discurso de "como estamos investindo na fábrica e contratando, não é justo pagar a mesma alíquota de quem só traz o veículo pronto".

Com áreas bem robotizadas, a planta de Camaçari já pertenceu à Ford, que fazia lá os modelos Ka e EcopSport
Crédito: Divulgação
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Só que o imposto de importação (I.I.) de 35% existe justamente para viabilizar a produção nacional e a regra vale para todos. A marca chinesa já se beneficiou com exceções aos 35% para veículos elétricos e híbridos importados por dois anos.

Antecipou-se e estocou milhares de unidades, o que nenhuma outra fabricante (inclusive chinesas) teve condições financeiras de fazer.

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