Vamos falar sobre o mercado de automóveis da China. Maior do planeta praticamente na década passada inteira - sempre com crescimentos astronômicos, normalmente maiores que 10% em cada ano -, a economia daquele país passou por alguns perrengues nos últimos três anos, mas voltou a crescer em 2021 graças a um fator determinante: o carro elétrico.
Segundo dados revelados nas últimas semanas pela Associação de Carros de Passageiros da China, as vendas de carros e comerciais leves na China de 2021 para 2020 cresceram 4,4%, para um total de 20,1 milhões de veículos - para se ter noção, o mercado brasileiro costuma emplacar atualmente cerca de duas milhões de unidades por ano, ou seja, hoje somos 10% do que eles são.

O que talvez não esteja destacado nos papéis, mas foi fator determinante para esse crescimento, são as vendas de carros eletrificados (elétricos e híbridos), que representaram cerca de 15% dos registros totais - aproximadamente 2,99 milhões de unidades, portanto. Tesla e marcas chinesas como XPeng, Saic e NIO tiveram recordes de venda.
Isso aconteceu mesmo com a crise dos semicondutores, que afeta todo o mercado mundial de carros no planeta. Para se ter ideia, a Volkswagen (maior marca estrangeira na China) disse que seus emplacamentos caíram quase 15% em 2021 - as da Toyota, por sua vez, subiram 8,2%. A BYD, um dos maiores fabricantes locais de carro elétrico, disse que vendeu 600 mil carros em 2021.
A Tesla, para se ter noção da expansão chinesa, disse emplacou os quase 500 mil carros que saíram de sua fábrica de Xangai - dois terços foram vendidos para a própria China e o outro terço foi exportado para mercados da região. Detalhe: a marca californiana revelou que emplacou 940 mil unidades em 2021, ou seja, mais da metade do seu faturamento saiu de lá.
E vem mais por aí: a expectativa das entidades oficiais chinesas é de crescimento de mais 5% este ano - ou seja, não no mesmo ritmo de 2021, mas certamente no azul nas pranchetas no final do ano.
Isso porque, vale dizer, especialistas acreditam que o segmento de carros à combustão deve permanecer estável ou cair levemente, mas o de EVs deve subir ainda mais - mesmo com o fim do programa de subsídios dado pelo governo chinês, que deve terminar até a chegada de 2023.



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