Os carros mais baratos do Brasil, o Renault Kwid e o Fiat Mobi, são os poucos representantes da categoria de subcompactos. E por mais que eles realmente estejam entre os mais vendidos do país, esse sucesso é consequência de uma segmento bem específico.
Em 2024, o Renault Kwid somou 57.241 unidades vendidas. No entanto, impressionantes 50.117 unidades, o equivalente a 87,5% das vendas, foram de vendas diretas - transações para CNPJ, para compradores como as locadoras, por exemplo.
Apenas 12,5% das vendas, ou 7.124 unidades, foram destinadas ao varejo. Ou seja, compras feitas por pessoas físicas.
Situação semelhante aconteceu com o Fiat Mobi. O compacto da Fiat registrou 67.382 unidades vendidas em 2024. Destas, 55.165 unidades, ou 81,9%, foram comercializadas por vendas diretas. E apenas 18,1% (12.217 unidades) foram emplacadas com vendas no varejo. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Esses números deixam claro que, embora sejam considerados "carros de entrada", os preços e as características desses modelos não atraem muito o consumidor comum.
Em vez disso, têm sido mais procurados por empresas e profissionais, que usam esses veículos como ferramenta de trabalho. Um bom exemplo são as locadoras, que adquirem os veículos das montadoras, os alugam por um determinado período e depois os revendem. Nesse caso, tornam-se boa opção para profissionais do transporte por aplicativo que buscam alternativas econômicas.
Outro fator que pode contribuir para a baixa atratividade para o consumidor final são os preços dos modelos, que já se equiparam aos de carros maiores e mais completos.
Embora sejam classificados como "carros de entrada", o Renault Kwid e o Fiat Mobi não são a primeira escolha do consumidor final devido aos seus preços pouco competitivos. Ao mesmo tempo, para empresas e profissionais autônomos, o custo é compensado pela utilidade e pela possibilidade de benefícios fiscais nas compras feitas via CNPJ.
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