Quem nunca se apaixonou por aquela relíquia pouquíssima rodada e de único dono, usada por anos e anos apenas para idas ao mercado e pegar as crianças no colégio? Pois saiba que, independentemente do ótimo estado geral do carro, muito provavelmente ele terá que passar por uma revisão completa para substituir alguns itens originais que envelheceram.
Isso acontece porque algumas peças e fluidos do veículo perdem as suas propriedades com o tempo e também precisam ser substituídas mesmo que a quilometragem de troca não tenha sido atingida. Pelo mesmo motivo, os planos de revisão dos automóveis estipulados pelos fabricantes determinam que os serviços sejam executados por quilometragem e por tempo. Confira a seguir alguns desses componentes que "vencem" por tempo.
Não importa que o dono tenha sido cuidadoso, com alinhamento de direção e balanceamento periódicos e sempre rodando com a calibragem correta. Independentemente da quantidade de borracha restante na banda de rodagem, os pneus precisam ser trocados por tempo, contado a partir da data de fabricação gravada na lateral do pneu.
A partir dos cinco anos, as propriedades da borracha começam a se modificar e o pneumático deixa de apresentar as características de desempenho originais. Os fabricantes determinam que o tempo máximo de uso é de 10 anos. A partir desta data, aumentam as chances de surgirem trincas, com risco de estouro.
Por serem feitas também de borracha, as correias sofrem o mesmo processo de deterioração que os pneus. Independente da quilometragem, a recomendação dos fabricantes é que a troca das correias de sincronismo e de acessórios seja feita no prazo máximo de cinco anos.
Vale destacar que, na maioria das vezes, esse é um serviço de manutenção relativamente barato e que evita problemas bem graves (e caros!). O estouro de uma correia dentada, por exemplo, pode exigir a retífica ou até a troca do motor.
No caso do lubrificante do motor, boa parte dos automóveis atualmente exige a troca a cada 10.000 km ou um ano de uso. Isso acontece porque mesmo que o automóvel seja usado apenas em trajetos curtos, o óleo sofre um processo de contaminação e de alteração das suas propriedades de lubrificação.
Em casos extremos, chega inclusive a ganhar um aspecto de graxa. Quando o automóvel é usado naquilo que os fabricantes chamam de situações severas ou extremas, como rodar em locais com muita poeira, trânsito permanentemente lento ou constantemente em percursos curtos, esse prazo de troca do lubrificante deve ser reduzido à metade.
Mas o óleo do motor não é o único dos fluidos do veículo que devem ser trocados de tempos em tempos. O fluido do sistema de freios, por exemplo, deve ser substituído a cada dois anos, mesmo que não seja preciso trocar pastilhas e/ou discos. Isso acontece porque é um fluido que absorve água, algo que pode comprometer o funcionamento do sistema em uma frenagem de emergência.
A troca por tempo também vale para o líquido do sistema de arrefecimento do motor. Mas aí o prazo varia de acordo com o modelo do veículo. No caso do Chevrolet Onix 2018, por exemplo, o manual do proprietário destaca que a substituição deve ser realizada a cada cinco anos ou 150.000 km. Sempre seguindo a proporção de mistura de aditivo e água desmineralizada.
Outro fluido que também envelhece é a gasolina. Para o combustível comum, esse prazo de validade é de três meses, podendo ser mais curto quanto mais baixo for o nível no tanque. Passado esse prazo, o combustível vai se modificando e perde as suas propriedades, favorecendo a criação de uma borra que afeta os componentes do sistema de alimentação. Por isso mesmo, se você não costuma rodar tanto com o seu carro, uma recomendação é o uso de gasolina premium, que dura mais de seis meses. Ou de etanol, cuja validade é indeterminada.
Como o próprio nome entrega, o filtro de cabine tem a função de filtrar o ar que vai para dentro da cabine. Por esse motivo, é necessário que seja substituído pelo menos uma vez por ano. Justamente por acumular poeira, fuligem e até insetos, um filtro sujo vai afetar negativamente a qualidade do ar e ainda pode atrapalhar o fluxo de ar do sistema de ventilação.