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Corolla Cross despenca mais de 50% e Hilux brilha

Com paralisação da produção, retração nas vendas do SUV da marca japonesa já era esperada; números podem piorar

por Marcelo Monegato

Outubro marca o início de uma queda nas vendas (prevista) da Toyota no mercado brasileiro. Por conta dos problemas causados por uma forte tempestade em setembro, que destruiu grande parte da fábrica de motores da marca em Porto Feliz, interior de São Paulo, a linha de montagem da planta de Sorocaba, também no interior paulista, ficou parada. E as consequências começam a aparecer agora, com as vendas do Corolla Cross, por exemplo, despencando mais de 50%.

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De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (5/11) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o SUV médio Toyota Corolla Cross registrou, em outubro, 3.609 emplacamentos, número que assegurou ao modelo uma modesta 26ª colocação na classificação geral dos carros mais vendidos.
Em setembro, o Toyota Corolla Cross registrou 7.282 novos licenciamentos e ocupou uma confortável 7ª colocação. Ou seja, no espaço de apenas um mês, as vendas do SUV caíram 50,4% e o modelo recuou nada menos que 19 posições no ranking geral.

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E, de acordo com fontes ligadas ao mercado automotivo, os números deverão piorar nos próximos três meses. Nesse período, a fábrica produzirá somente as versões híbridas do Corolla Cross — e do sedã Corolla — a partir de motores que serão importados do Japão.
Aliás, as linhas voltaram a funcionar na última segunda-feira (3/11). "O plano de produção para novembro e dezembro prevê a recuperação dos volumes de veículos híbridos não produzidos entre 23 de setembro e 31 de outubro, objetivando a continuidade do atendimento de clientes e parceiros", disse a Toyota ao WM1.
Importante destacar, porém, que as vendas das configurações híbridas do SUV representam apenas 19,4% do total, levando em consideração os números de 2025.
Em 2026, a projeção da própria Toyota é que tudo volte ao normal ainda no primeiro trimestre. "Em janeiro, iniciaremos a produção e distribuição de veículos convencionais. A expectativa é de que os volumes de produção e distribuição sejam totalmente normalizados no primeiro trimestre de 2026", completou a marca após questionamentos do WM1 sobre a produção do modelo.

Corolla Cross estava voando

O Corolla Cross atravessava um momento muito positivo no mercado brasileiro antes dos danos na fábrica de motores de Porto Feliz. Para se ter uma ideia, em agosto, antes de tudo acontecer, o SUV teve seu melhor número de vendas, com 7.736 unidades comercializadas.
Esse excelente desempenho garantiu não apenas a quarta posição entre os carros mais vendidos do País naquele mês. Também fez do modelo o SUV mais comercializado, desbancando o bicho-papão Volkswagen T-Cross, o sempre competitivo Hyundai Creta e o estreante Volkswagen Tera, que no mês seguinte viria a se tornar o SUV mais vendido - e, em outubro, o carro de passeio campeão de vendas.

Corolla sofre, porém menos que o Corolla Cross


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Os efeitos da destruição da fábrica de motores da Toyota não afetaram somente o Corolla Cross. O Corolla também já sente os efeitos da paralisação. Depois de emplacar 3.121 unidades em setembro, o sedã médio que domina o segmento somou apenas 2.287 novos licenciamentos, o que representou uma retração de 20,7% em relação ao mês anterior.

Com Corolla Cross e Corolla em baixa, Hilux assume a responsabilidade


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Neste cenário ruim para a Toyota, o modelo que assumiu a responsabilidade de brilhar nas concessionárias da marca é a Hilux. Soberana entre as picapes médias, assim como o Corolla é entre os sedãs médios, a caminhonete feita na Argentina não sofre com os problemas provocados pela tempestade que atingiu o interior de São Paulo em setembro.
Em outubro, a Hilux cravou seu segundo melhor mês de vendas no ano, com 5.204 unidades comercializadas. Número inferior apenas ao de julho, quando 5.369 exemplares da grandalhona da marca japonesa foram licenciados no Brasil. Em setembro, a Hilux registrou 4.066 emplacamentos.
Outro modelo da Toyota que teve um outubro melhor que o mês anterior foi o Hilux SW4. O SUV grande, que tem enfrentado a dura concorrência de Caoa Chery Tiggo 8 e Jeep Commander, saltou de 1.310 emplacamentos em setembro para 1.421 unidades em outubro.
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Toyota também perde espaço entre as marcas

Diante das quedas nas vendas de Corolla Cross e Corolla, dois de seus três principais modelos no Brasil (a Hilux é o outro), naturalmente sua posição no ranking de marcas foi afetada.
Quando olhamos apenas para automóveis de passeio, a Toyota saiu da quinta colocação, com 11.907 carros vendidos, para uma incômoda 10ª posição, com 7.452 carros vendidos — recuo de 37,4%.
Porém, entre os comerciais leves, onde atua com a Hilux, a Toyota cresceu, partindo de 4.201 unidades emplacadas em setembro (4ª colocação) para 5.311 em outubro (3ª posição) — avanço de 26,4%.

E é exatamente por esse desempenho ligeiramente superior entre os comerciais leves que a Toyota não caiu mais na soma das duas categorias — automóveis de passeio e comerciais leves. No total, a Toyota, que em setembro comercializou 16.108 veículos e ocupou o 5º lugar entre as marcas, em outubro registrou 12.763 emplacamentos - mas manteve a quinta posição.
Agora, no entanto, sofre forte pressão de Jeep (12.700 unidades emplacadas) e Renault (11.993 unidades emplacadas).
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