De populares a luxuosos: os chineses chegaram lá

Em menos de uma década, os chineses partiram dos carros baratinhos para os luxuosos - e já não devem nada a ninguém

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Evandro Enoshita
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Dos icônicos sedãs Hongqi - dos quais já falamos em outra ocasião - ao novíssimo e tecnológico Zeekr 9X, passando pelo "popular" Chery QQ: o Salão de Xangai é uma mostra ao mundo que os carros chineses chegaram lá.

Me lembro até hoje do meu choque ao conhecer de perto um carro chinês, lá no início dos anos 2010. E nem era preciso ligar o motor para notar os primeiros problemas, que começavam pelas irregulares borrachas de vedação nas portas até os plásticos com aspecto bem barato. Mas tudo isso mudou.

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Mostrado em Xangai, o Zeekr 9X é um SUV luxuoso e cheio de tecnologia
Crédito: Divulgação
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Basta ver os números de modelos como o Zeekr 9X, um dos lançamentos da última edição do Salão de Xangai: um SUV semiautônomo com 5,24 m de comprimento e equipado um conjunto motriz híbrido plug-in de cerca de 900 cv de potência, que faz o carro acelerar de zero a 100 km/h em três segundos.

Tudo bem que o visual do 9X tem clara inspiração no britânico Rolls-Royce Cullinan. Mas, tirando isso, é impressionante ver como a máquina é bem construída. Aliás, essa é uma características dos automóveis premium das chinesas.

Com interiores bem acabados e toneladas de recursos tecnológicos de conforto e na mecânica, os chineses já produzem máquinas impressionantes e que não devem em nada aos automóveis premium de marcas ocidentais.

Esse conceito da Hongqi dará origem a um SUV elétrico com quatro motores
Crédito: Evandro Enoshita/Webmotors
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Mas mesmo os automóveis de entrada avançaram para um nível de sofisticação bem acima dos que vemos em populares de países em desenvolvimento. Basta ver o conceito Chery QQ, que em nada lembra aquele popular baratinho que foi vendido no Brasil nos anos 2010.

Ainda que patinem em estilo - pelo menos para o olhar ocidental - e produzam carros mais ou menos pasteurizados ou sem uma identidade visual forte, é fato que essas máquinas locais já roubaram muitos clientes das marcas tradicionais. O motivo? oferecem um custo-benefício superior. E em um mercado tão aquecido e competitivo como o chinês, isso não é um feito pequeno.

Esse Chery QQ será um carro popular. Mas não tem nada de simples ou baratinho
Crédito: Reprodução/Autosohu
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Qual é os segredos dos carros chineses?

Mas como é que os chineses aceleraram tão rápido de zero a 300 km/h? Foi uma combinação de investimento maciço de capitais e a ligação extremamente próxima entre os fabricantes de automóveis e as empresas locais de tecnologia.

Mas, é claro, rolou também aquela colaboração estratégica estrangeira involuntária, já que durante anos a legislação local forçava as marcas de automóveis europeias, americanas, japonesas e coreanas a fazer sociedades com empresas chinesas para produzir no país.

No caso da Zeekr, que é uma marca premium do grupo Geely, ajudou muito a aquisição do controle acionário da Volvo, na década passada. Tanto que os suecos cederam boa parte do seu conhecimento técnico para os produtos chineses e esse 9X mesmo é baseado em uma variação da plataforma Scalable Product Architecture (SPA) - lançada lá em 2014 com o XC90 de segunda geração.

O fato é que os chineses atingiram o sonho de qualquer país que é um grande fabricante de automóveis: o de atingir volumes expressivos de produção com marcas e tecnologias de desenvolvimento local.

Como brasileiro, não dá para não ficar com uma pontinha de inveja.

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