Dia do Opala: o carro que mudou a GM no Brasil

Modelo da Chevrolet faz sucesso entre o entusiastas mesmo após quase 30 anos de sua despedida

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Guilherme Silva
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O Chevrolet Opala saiu de linha há 28 anos, mas ainda é um dos carros mais cultuados no Brasil. Lançado no dia 19 de novembro de 1968, o clássico mudou para sempre a indústria automobilística nacional e a trajetória da General Motors, que até então só comercializava no país caminhões e utilitários.

Batizado com o nome da pedra preciosa, o Opala é sempre lembrado quando se fala em carros que combinam conforto, luxo e potência.

Chevrolet Opala 1969
Chevrolet Opala foi lançado em 19 de novembro de 1968 como linha 1969
Crédito: Divulgação
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A General Motors do Brasil demorou dois anos e meio para desenvolver o seu primeiro automóvel de passeio. A empresa tomou como base o Opel Olimpico, versão mexicana do Opel Rekord alemão para dar origem ao sedã. O estilo e as motorizações do carro brasileiro foram herdados do Chevrolet Impala norte-americano.

Daí o rumor de o nome Opala ser uma junção das palavras Opel e Impala.

Opel Rekord
Opel Rekord inspirou o Opel Olimpico mexicano e o Chevrolet Opala brasileiro
Crédito: Reprodução
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O primeiro encontro do Opala com o público foi no Salão do Automóvel de São Paulo de 1968, então sediado no Parque do Ibirapuera. Na época, foi apresentada apenas a variante sedã de quatro portas, nas versões Standard e Luxo, com opção das motorizações a gasolina de 2.5 litros de quatro cilindros (80 cv de potência) e 3.8 litros de seis cilindros (125 cv). A transmissão era manual de três marchas com alavanca na coluna de direção.

Opala SS
Versão SS é uma das mais desejadas por colecionadores
Crédito: Clube do Opala SP
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A carroceria cupê (duas portas) estreou em 1971, junto com as primeiras mudanças visuais. A desejada versão SS foi lançada no mesmo ano, com visual esportivo e bancos dianteiros individuais. Entre as novidades também estavam os freios dianteiros a disco e o câmbio manual de quatro marchas com alavanca no assoalho. Já o motor de seis cilindros teve a cilindrada aumentada para 4.1 litros, o que elevou a potência para 138 cv.

Três anos depois, em 1974, a GM lançava a perua Caravan e aplicava novas mudanças de estilo no Opala. Alterou faróis, lanternas, grade frontal e para-choques. A versão Comodoro também estreava como opção mais luxuosa de acabamento.

Caravan quase virou picape

Opala El Camino
Picape Opala El Camino não saiu das pranchetas da engenharia da GM
Crédito: Divulgação
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A linha Opala estava com bom desempenho nas vendas após o lançamento da Caravan na linha 1975, mas a engenharia da GM sugeriu aumentar a família com uma picape derivada da perua. A ideia era lançar um utilitário inspirado na El Camino norte-americana, equipada com o motor 4.100 de seis cilindros.

Chevrolet Opala 1980
Chevrolet Opala 1980 estreava o visual quadrado
Crédito: Divulgação
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A reestilização mais significativa viria em 1979, na linha 1980, que também marcou a chegada da versão topo de linha Diplomata. Opala e Caravan passavam a ostentar o visual quadradão, com faróis e lanternas retangulares. Uma curiosidade: a GM lançou as primeiras unidades dos Opalas 1980 ainda com o interior mais antigo dos modelos fabricados até a linha 1979.

Opala vendeu bem apesar da crise

O ano de 1980, aliás, ficou marcado por ter sido o de melhor desempenho do Opala nas vendas. Apesar da crise econômica pela qual o Brasil atravessava na época, o modelo recém-reestilizado emplacou quase 77 mil unidades.

Para servir e proteger

Chevrolet Opala viatura PMESP
Chevrolet Opala também fez sucesso como viatura policial
Crédito: Reprodução
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No final da década de 1980, o Opala já aparentava os sinais da idade perante sedãs mais modernos, como o Chevrolet Monza e o Volkswagen Santana. Ainda assim, o seu público continuava fiel. Na reestilização de 1988, o Opala ganhou uma versão básica que fez relativo sucesso entre os frotistas, inclusive a Polícia Militar de São Paulo.

Câmbio automático de BMW

O Opala era equipado com motores defasados já na época de seu lançamento. O seis-cilindros, por exemplo, era uma atualização de um propulsor utilizado pela GM desde a década de 1930. Mas, a partir de 1988, a fabricante passou a oferecer como opcional uma transmissão automática de quatro marchas da alemã ZF. Moderno para a época, esse câmbio era o mesmo aplicado em modelos de luxo, como o BMW 735i e o Jaguar XJS.

Chave de ouro e começo do fim

Versão Diplomata SE Collectors de 1992 marcou a despedida do Opala
Crédito: Clube do Opala de SP
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No começo dos anos 1990, com a chegada de modelos importados, Opala e Caravan já não tinham mais o apelo do passado. Defasados, saíram de linha em 1992 com o lançamento dos modernos Omega e Suprema. Nos dois últimos anos do Opala, a GM lançou uma série limitada em 100 unidades chamada Diplomata SE Collectors. O sedã vinha com chaves banhadas a ouro, certificado de propriedade e uma fita VHS com um vídeo que contava toda a história do modelo.

O último Opala deixou a linha de montagem da fábrica de São Caetano do Sul (SP) no dia 16 de abril de 1992 após 1 milhão de unidades vendidas. Mas o legado permanece mesmo 28 anos depois do fim de sua produção.

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