Para detalhar essas informações, o WM1 ouviu Carlos Augusto Serra Roma, engenheiro diretor do Grupo de Infraestrutura e integrante do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). De maneira simplificada, ele nos falou sobre a dinâmica dos motores elétricos automotivos.
Menos é mais
Segundo o engenheiro, a principal diferença do motor elétrico para o térmico, e que inclusive afeta diretamente a parte da manutenção, é a quantidade de peças. As unidades movidas a eletricidade costumam ter apenas uma fração das peças que normalmente estão presentes em um motor a combustão."O motor de um Tesla Model 3 tem 27 peças, enquanto um motor a combustão de quatro cilindros costuma ter um pouco mais de mil. Essa diferença faz com que os motores elétricos precisem de menos revisões e tenham uma vida útil muito maior. O próprio motor do Tesla Model 3, por exemplo, pode rodar por cerca de 1,6 milhão de quilômetros", disse o executivo.
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Dois componentes
Em vez de bloco, cabeçote, pistões, anéis e virabrequim, a unidade elétrica tem como itens centrais para seu funcionamento apenas duas peças: rotor e estator."O rotor é a parte que gira e geralmente contém imãs permanentes ou enrolamentos de fio. O estator é a parte fixa do motor, que contém os enrolamentos de fio que interagem com o rotor para gerar movimento”, explica Serra Roma.
Os enrolamentos de fio são responsáveis por criar campos magnéticos quando uma corrente passa por eles, o que é fundamental para a geração do torque e o movimento do motor. Em alguns casos, os imãs usados nesse sistema elétrico podem ser permanentes ou não.
A partir daí, a unidade é conectada a uma caixa de engrenagens ou a uma transmissão, que são, em resumo, os mesmos componentes dos modelos a combustão. De acordo com Serra Roma, é esse sistema que vai “aumentar o torque ou ajustar a velocidade antes que a força seja transmitida para as rodas”.
O conjunto de peças também inclui o controlador do motor, o sistema de resfriamento, os conectores, a fiação, os sensores e a bateria.
Parece pouco, mas é o suficiente para fazer o carro elétrico conseguir feitos impensáveis para um modelo convencional, como a questão do torque máximo já nas primeiras faixas de rotação. Uma melhora em tanto, especialmente para quem usa o carro dentro das cidades.
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