Comparativo super especial para você que acompanha a Webmotors e nosso portal de notícias, o WM1: Hyundai HB20 x Citroën C3 Feel.
Botamos lado a lado a versão intermediária do carro de passeio mais vendido do Brasil com o mais novo lançamento da marca francesa, agora do Grupo Stellantis.
Como em todo comparativo aqui do WM1, não vamos eleger um vencedor por pontos, mas identificar virtudes e pontos que podem melhorar de cada um, dizer onde ambos se destacam e apontar qual tem perfil mais indicado para seu tipo de necessidade, beleza?
Vamos começar observando a proposta de cada um. O Hyundai HB20 é o hatch compacto que mais vende no Brasil. Assumiu essa posição em 2021, quando o Chevrolet Onix - líder incontestável desde 2015 - perdeu força, e não largou mais.
É um hatch bem equipado, com linha moderna de motores, e que recentemente passou por uma bela remodelação visual. É a primeira reestilização de sua segunda geração (embora muita gente defenda que ainda seja a primeira, por ter mantido a plataforma).
https://www.webmotors.com.br/comprar/hyundai/hb20/16-comfort-plus-16v-flex-4p-manual/4-portas/2019/43769438
Mas de fato, ficou mais bonito e manteve a proposta atraente ao consumidor, com valores entre R$ 76.990 e R$ 114.390.
Vale lembrar que o HB20 sempre foi um hatch compacto, tem derivação sedã - o HB20S - e já teve variante aventureira, o HB20X, vendida entre 2012 e o começo deste ano. Nasceu há 10 anos para disputar mercado contra Volkswagen Gol, Fiat Palio, Chevrolet Onix, Renault Sandero e toda a turma.
Já o Citroën C3, hoje, é um novo carro. Teve duas gerações durante as décadas passadas, maiores e sempre pensadas para ser um hatch compacto um pouco mais premium, posicionado acima da faixa mais tradicional.
Agora, porém, é um hatch menor com pegada aventureira, ajuste de suspensão um pouco mais alto do que o padrão da categoria e várias (para não dizer diversas) inspirações e calibrações vindas de uma nova bancada de engenheiros, já que a Citroën passou a integrar o Grupo Stellantis.
Em outras palavras, é um Citroën com motor e jeitão de Fiat. Li em fóruns e grupos de fãs que teve gente que o achou uma espécie de Mobizão - como se fosse um Fiat Mobi maior. Será que é isso?
Vamos comparar as versões Comfort com motor 1.0 aspirado do Hyundai HB20 (a segunda em uma escala de 1 a 7, que custa R$ 79.990 em todo o Brasil e R$ 82.690 em São Paulo) e a 1.0 Feel do Citroën C3, de R$ 78.990 (R$ 81.490 em SP) - a mais cara com esse conjunto mecânico.
O Hyundai HB20 é feito desde 2012 sobre a mesma plataforma, chamada PB, que também faz o i20 fora do Brasil, mas passou por profunda reformulação em 2019, quando o carro recebeu sua chamada "segunda geração". Projeto com pouco mais de dez anos de idade, portanto, apesar de muito bem feito.
O Citroën C3, por sua vez, passou agora a ser feito sobre a excelente plataforma CMP - a mesma do Peugeot 208. Isso dá força ao carro, que vem com estrutura moderna e reforçada em segurança, ainda que isso também tenha influência dos equipamentos de segurança escolhidos para equipar o carro.
Aliás, é exatamente sobre isso que vamos começar o comparativo: botando lado a lado o que cada um deles oferece em itens de série, acessórios e opcionais.
O HB20 Comfort vem completinho, apesar de, obviamente, não oferecer uma série de coisas que as versões mais caras carregam.
Traz de série ar-condicionado, direção elétrica, central multimídia com o sistema BlueMedia em uma tela tátil de 8 polegadas com Carplay e Android Auto sem fio, chave canivete, alarme, vidros elétricos nas quatro portas, duas entradas USB - uma do tipo A e outra do tipo C - e rodas de ferro de 15" cobertas por calotas.
Portanto, nada de itens de auxílio à condução nessa versão.
Na parte de segurança, o HB20 tem os obrigatórios freios ABS, mas vem com seis airbags, controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, Isofix e uma série de itens que obrigatórios hoje em dia, como encosto de cabeça e cinto de três pontos para os ocupantes traseiros.
Em suma, o pacote básico que um carro de mais de R$ 80 mil precisa ter.
Agora vamos para a lista do C3. A versão Feel - que fica acima da Live e da Live Pack e abaixo da Feel Pack - vem de série com rodas de ferro de 15 polegadas com calotas, ar-condicionado, travas e vidros elétricos dianteiros, direção elétrica e computador de bordo.
Na parte de segurança, tem controles eletrônicos de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas. Isso tudo é item de série desde a configuração mais básica, a Live.
O C3 Feel, portanto, vem com central multimídia com tela de 10 polegadas, chave com telecomando, banco dianteiro com ajuste de altura, e limpador e desembaçador traseiro - que são itens que o carro já recebe na configuração Live Pack. E ainda com vidros elétricos traseiros, rodas de liga leve, alarme perimétrico, retrovisores elétricos, barras de teto e faróis com DRL em LED.
Como se vê, a lista de equipamentos é bem equiparada. Então assim como design, esse é um ponto que dificilmente definiria um vencedor e um perdedor nesse duelo. É decisão de quem compra.
Só que agora vamos entrar no âmbito de conforto e falar sobre espaço interno e porta-malas. E aqui os números falam por nós e mostram qual é maior e mais espaçoso e quem leva mais bagagem no porta-malas.
O Hyundai HB20 tem 4,02 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,47 m de altura e 2,53 m de entre-eixos. Seu porta-malas é capaz de carregar 300 litros - um ótimo número dentro da categoria.
Já o Citroën C3 tem 3,98 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,59 m de altura e entre-eixos de 2,54 m. O porta-malas leva excelentes 315 litros.
Note que são números próximos, mas que existem algumas vantagens para o carro da Citroën, como o entre-eixos 1 cm maior (o que se traduz em maior espaço para quem senta atrás) e o porta-malas mais espaçoso.
Vale lembrar que o C3 tem 12 cm a mais de altura. Pode ter dimensões gerais mais contidas, mas se destaca pela altura da carroceria e mostra que não vai sofrer com saídas de garagem e subidas de rampa por conta dos ângulos elevados de entrada, saída e vão livre.
Isso tudo quer dizer que se você precisa de espaço e estiver de olho em um dos modelos desse duelo, o Citroën C3 é a opção mais interessante para você.
Agora vamos entrar em dados mais técnicos. Seguindo a ordem, começamos com o Hyundai HB20 1.0 Comfort, que usa motor 1.0 flex da família Kappa, aspirado, de até 80 cv e 10,2 kgf.m de torque, movido pelo bom câmbio manual de cinco marchas.
Segundo a marca, esse conjunto é capaz de fazê-lo acelerar de zero a 100 km/h em 14,5 segundos e atingir 161 km/h de velocidade máxima.
Em registros de consumo, dados do Inmetro apontam que o carro da marca sul-coreana consegue fazer 9,4 km/l com etanol e 13,4 km/l com gasolina na cidade; e 10,6 km/l com etanol e 14,6 km/l com gasolina na estrada. Em nossos testes, registramos a média de 11 km/l, com etanol no tanque.
O Citroën C3 Feel sai de fábrica com o motor 1.0 Firefly de três cilindros - da Fiat, usado também pelo Argo e pelo Peugeot 208 -, capaz de entregar até 75 cv e 10,7 kgf.m de torque, sempre combinado a um câmbio manual de cinco marchas. Que não é tão bom como o do carro da Hyundai, diga-se.
De acordo com a Stellantis, o novo C3 1.0 acelera de zero a 100 km/h em 14,1 segundos e chega a 160 km/h. É ligeiramente mais rápido que o HB20, apesar de ser lento como o concorrente, e atinge praticamente a mesma velocidade final.
Mas atenção: o HB20 pesa 993 quilos, enquanto o C3 aponta 1.056 kg na balança. E acredite, essa leve diferença de peso aparece justamente na sensação de esperteza dos hatches. A sensação depois de rodar com os dois é de que o HB20 anda mais.
Já em consumo, o carro da Citroën faz 9,3 km/l com etanol e 12,9 km/l com gasolina na cidade; e 10 km/l com etanol e 14,1 km/l com gasolina na estrada.
Isso pode ser traduzido da seguinte maneira: o HB20 anda mais e bebe menos que o C3.
E aqui vale deixar um ponto pessoal que pode fazer diferença: na opinião deste escriba, rodar com o carro da Hyundai é mais prazeroso e divertido do que acelerar o C3 por três motivos muito bem sentidos: pela posição de dirigir do HB20; pelo acerto dinâmico do volante, da suspensão e do câmbio do hatch sul-coreano e pelo melhor nível de acabamento do modelo demonstrado durante o teste.
Apesar de propostas, preços, dimensões e níveis mecânicos muito parecidos, ambos na realidade são totalmente diferentes. O Hyundai HB20 é mais acertado dinamicamente, anda mais na percepção de quem dirige, e bebe menos - e se isso estiver no topo da sua lista de prioridades, ele é a escolha mais sensata.
Agora, o C3 também tem pontos muito interessantes, como a posição de dirigir mais alta (para quem gosta), a suspensão mais elevada - que dá ao carro uma pegada de mini-SUV -, a plataforma CMP moderna e muito bem desenvolvida para esse tipo de consumidor e, veja só, o preço mais em conta.
Em suma, dois ótimos produtos que estão extremamente bem ajustados para esse cliente aqui do Brasil. No fim, a decisão final acaba saindo para o lado da marca que oferecer melhores condições na hora de fechar o negócio e/ou até mais vantagens no plano de revenda e manutenção.
Portanto, se você estiver planejando levar um deles para casa, saiba que ambos podem te fazer feliz.



Email enviado com sucesso!