A tecnologia presente nos carros atuais, cada vez mais conectados, eletrônicos e parecidos com computadores, traz comodidade e funcionalidades aos usuários, mas também tem o viés da segurança. Como acontece com smartphones, laptops e computadores em geral, veículos estão muito mais sujeitos a ataques de hackers - recentemente, pesquisadores conseguiram abrir e fechar as portas e operar diversas funções de um modelo da Jeep a distância, comprovando que as brechas de segurança existem e as montadores precisam lidar com isso.
A coisa fica ainda mais delicada se falarmos de carros autônomos, que vêm aí em um futuro não muito distante e levantam a pergunta: será que piratas cibernéticos terão condições, por exemplo, de assumir totalmente a direção do automóvel remotamente para, por exemplo, sequestrar seus ocupantes?
Não é preciso ir tão longe assim e existem exemplos desses riscos. Além de contar com abertura das portas a distância, muitos modelos comercializados atualmente têm o chamado sensor de chave, que identifica a chave do veículo e, quando o condutor se aproxima do carro com ela no bolso, basta tocar na maçaneta que as portas se abrem automaticamente. Da mesma forma, é possível dar a partida do motor.
Em setembro passado, uma dupla de ladrões precisou de menos de um minuto para destravar as portas de um Mercedes-Benz atual, entrar no carro, ligar o motor e levar o veículo embora. O caso aconteceu na cidade britânica de Solihull e foi registrado por câmeras de segurança, cujo vídeo teve divulgação pela polícia local.
De acordo com o jornal "Derby Telegraph", dupla chegou em um outro carro e estacionou logo atrás do Mercedes estacionado na rua, aparentemente um Classe C. Cada ladrão desceu com uma caixa nas mãos, de acordo com a polícia um dispositivo eletrônico chamado de "caixa de retransmissão" que identifica o sinal de rádio do veículo, usado para se conectar com a chave, e o amplifica. Assim, mesmo sem a chave, conseguiram muito rapidamente abrir as portas e ligar o motor.
Segundo a mesma publicação, nenhum dos dois foi localizado até agora, tampouco o Mercedes-Benz. Com tanta tecnologia a bordo, talvez fosse mais seguro o proprietário usar uma daquelas travas de direção antigas para proteger seu patrimônio.
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