Os carros elétricos ainda parecem distantes da nossa realidade, mas as montadoras pretendem investir pesado em veículos movidos a bateria nos próximos anos. Alguns fabricantes anunciaram, nos últimos meses, aportes bilionários para o desenvolvimento de novos veículos elétricos.
Embora estes planos contemplem inicialmente mercados desenvolvidos, como Europa e Estados Unidos, o Brasil certamente será impactado de alguma forma, mais cedo ou mais tarde, com a chegada de modelos e tecnologias inéditos.
Somados, os investimentos anunciados recentemente por BMW, Ford, General Motors, Jaguar Land Rover e Volkswagen totalizam pouco mais que R$ 1 trilhão na cotação atual. O prazo para a concretização dos aportes varia entre 2025 e 2040, de acordo com a empresa.
Pouco depois de anunciar o fim da produção de veículos no Brasil, a Ford divulgou que investirá cerca de US$ 22 bilhões (R$ 116 bilhões) no desenvolvimento de carros elétricos até 2025. Já é produzido nos EUA o Mustang March E. Além do aporte acima, a marca pretende investir mais US$ 7 bilhões (R$ 37 bilhões) em veículos autônomos, segmento que ficará sob responsabilidade da Argo Al, uma startup que tem a Ford e a Volkswagen como acionistas. Mustang March E
Entre os planos da Ford está o investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) para a construção de uma fábrica de carros de passeio totalmente elétricos na Alemanha. O primeiro modelo será lançado no mercado europeu em 2023. Uma linha premium, baseada na marca de luxo Lincoln, também está prevista para os próximos cinco anos.
Há algumas semanas, a GM anunciou que lançará somente veículos elétricos até 2035, uma vez que a empresa tem planos de tornar a sua operação global carbono neutro até 2040. Serão investidos US$ 27 bilhões no período (R$ 142,5 bilhões) , o que inclui a criação de uma linha premium da marca Cadillac.
E esse processo de transição para os elétricos inclui o Brasil. Atualmente, a GM comercializa apenas o Bolt (R$ 260.790), mas novos modelos devem chegar por aqui nos próximos anos. Recentemente a marca norte-americana lançou o Bolt EUV, o SUV do segmento, que deve chegar por aqui em breve.
O conglomerado empresarial - que também é dono das marcas Audi, Bentley, Bugatti e Porsche - investirá nada menos que US$ 86 bilhões (R$ 454 bilhões) em tecnologias relacionadas à eletrificação de automóveis e veículos comerciais. Desse montante, US$ 41 bilhões (R$ 216,4 bilhões) serão destinados no desenvolvimento de carros totalmente elétricos.
De acordo com o Grupo Volkswagen, a meta é lançar 70 modelos movidos a eletricidade até 2030. Atualmente, 20 deles já estão em produção. Há perspectivas de fabricar cerca de 26 milhões de carros elétricos até 2030 (aproximadamente 20% do volume de automóveis previstos pelo grupo para esta década).
Além de confirmar esse investimento, a Volkswagen também concretizou a compra de metade das ações da empresa que controla a JAC Motors para expandir a produção de elétricos na China. O acordo, por ora válido apenas no mercado chinês, custou 1 bilhão de euros (R$ 6,4 bilhões) aos cofres da empresa alemã.
Controlada pela empresa indiana Tata Motors, a Jaguar Land Rover anunciou há alguns dias que todos os carros da marca Jaguar serão elétricos a partir de 2025. Serão investidos US$ 17 bilhões (R$ 89,7 bilhões) para atingir a neutralidade de carbono até 2039.
Em contrapartida, a empresa antecipou que a transição para veículos elétricos resultará na redução de postos de trabalho no Reino Unido. A empresa diz que não tem planos de fechar nenhuma fábrica. A planta da Jaguar, na Inglaterra, será responsável pela produção da nova plataforma de veículos 100% elétricos.
Já a Land Rover manterá SUVs com motores a combustão, mas lançará seis modelos totalmente elétricos a partir de 2024.
A marca alemã confirmou mais de 30 bilhões de euros (R$ 192,5 bilhões) em investimentos em pesquisa e desenvolvimento na mobilidade elétrica até 2025. Pelo menos 25 modelos 100% elétricos e híbridos devem ser lançados nos próximos dois anos.
O plano prevê a reestruturação de quatro fábricas na Alemanha, sendo que a unidade de Dingolfing será responsável pela produção de 500 mil veículos eletrificados a partir de 2022.