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Exposição Eletrocar atraiu só três marcas

GWM, Farizon e Lecar foram as únicas que se animaram a participar. Mas a organização está otimista para a próxima edição

por Fernando Calmon

Dentro de uma exposição bem mais ampla, a tradicional Eletrolar Show para um público profissional, realizada no novo Distrito Anhembi (o antigo pavilhão do Salão do Automóvel, agora modernizado), a Eletrocar ocupou apenas 5% da área total.
Na próxima edição, em 2026, a organização estima que o espaço ocupado por modelos elétricos subirá para 15%. Uma estimativa bem otimista.

Este ano apenas três marcas participaram: GWM com Haval H6 e Tank 300; a estreante chinesa Farizon, do Grupo Geely, que apresentou novos furgões de carga elétricos, e a brasileira Lecar, que exibiu o sedã 459, cujo protótipo estava em exposição.
O dono da Lecar é o empresário Flávio Assis. Ele pretendia fabricar um carro elétrico convencional, mas acabou optando pelo que chamou de híbrido de alcance estendido. Sempre há alguma confusão na classificação desse tipo de veículo. O sedã de dois volume e meio tem um motor elétrico de 120 kW (165 cv), importado da chinesa Hepu, que movimenta diretamente as rodas traseiras, o que o caracteriza como veículo elétrico.
A diferença, a exemplo do Nissan E-Power, está na existência de um motor a combustão que serve como gerador para alimentar a bateria, também importada da China e que dispensa tomada para recarga doméstica ou em eletropostos. Este motor de 1.0 litro flex turbo de origem Renault é fornecido pela Horse e produzido em São José dos Pinhais (PR).

Tem pouco sentido usar um motor caro apenas para funcionar em rotação constante como gerador. Faltou uma explicação convincente.
Assis também informou um alcance de 1.000 quilômetros com um tanque de etanol de 30 litros. Ou seja, nada menos de 33,3 km/l, um número que poucos fabricantes no mundo conseguem atingir. Não disse, porém, qual seria a distância percorrida se abastecido somente com gasolina, pois se trata de um flex. Precisará ainda de homologação pelo Inmetro, um processo que exige tempo e custa caro.
O Lecar 459 mede 4,35 m de comprimento, 1,82 m de largura e 1,52 m de altura. Estranhamente, a distância entre eixos não foi informada. A previsão de início da produção seriada é em agosto do próximo ano, na fábrica que a empresa está finalizando no município de Sooretama, no Estado do Espirito Santo, a 120 quilômetros da capital Vitória. Preço estimado para o lançamento em 2026: R$ 159.300.
E inclui um pacote ADAS com sistema de direção semiautônoma (Nível 2), que é caro. Segundo o proprietário da empresa, a mesma arquitetura será utilizada para uma picape, que já tem nome: Campo.

Luca De Meo troca automóveis por marcas de luxo

Presidente mundial da Renault, o italiano Luca de Meo, de 58 anos, teve uma carreira bem diversificada (e agitada) na indústria automobilística ao longo de 25 anos. Começou na própria Renault e depois passou por Toyota Europa, Grupo Fiat (incluindo Lancia e Alfa Romeo), pelo Grupo VW como diretor de marketing e, depois de três anos, assumiu vendas e marketing da Audi.
De lá foi para a Seat, marca espanhola integrante do Grupo VW. Com toda essa experiência, voltou para o Grupo Renault - onde também comandava a romena Dacia e a francesa Alpine.

Ele foi responsável pelo programa Renaulution e, em 2023, tomou uma decisão estratégica ao dividir os esforços de desenvolvimento de motores em duas empresas especializadas: Horse, para motores a combustão interna, e Ampere, para os elétricos.
Atraiu também a chinesa Geely como parceira. De Meo conduziu ainda, com muito tato, a atribulada aliança Renault, Nissan e Mitsubishi. Quando a Nissan, imersa de novo em problemas financeiros, anunciou um acordo com a Honda, o executivo italiano entrou na negociação e tudo foi desfeito.
Toda essa carreira atribulada pode ter sido a razão para o executivo sair da indústria automobilística e ingressar, a partir de 15 de julho, no mundo das marcas de moda de luxo: Gucci e Yves Saint-Laurent. De Meo, no entanto, fez declarações contundentes ao jornal inglês Financial Times, no mês passado, corroboradas por John Elkann, presidente da Stellantis.
De Meo: "O princípio da neutralidade tecnológica tem sustentado todas as regulamentações em todos os setores da Europa desde a sua fundação. Não foi o caso dos automóveis. Somos a única indústria que é obrigada a reduzir em 100% o impacto (dos seus produtos)", afirmou de Meo.
Elkann concordou: "Acreditamos que a incrível oportunidade para os países europeus e a União Europeia abordarem as emissões não está no foco na emissão zero para carros novos, mas em como podemos reduzir as emissões dos 250 milhões de carros que hoje circulam na União Europeia".
São críticas explícitas à regulamentação europeia, que prevê um prazo de 10 anos para que nenhum carro possa ser vendido na União Europeia com motores a combustão. Mesmo modelos compactos de entrada, mais baratos, teriam de ser elétricos. É possível que este prazo se estenda, todavia não há certeza.
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