Prometer e não cumprir é feio. Algumas fabricantes de automóveis, porém, cometem esse pecado. Confirmam a venda de certo modelo ao Brasil e o mesmo nunca chega a ser vendido oficialmente. Flutuação do câmbio, contas que não fecham ou simplesmente mudanças de planos são as principais justificativas. Confira alguns exemplos dos modelos que deveriam estar rodando pelas ruas brasileiras:
Em meados de 2013, alguns exemplares do hot hatch francês desembarcaram. Na ocasião, alguns veículos de comunicação puderam experimentar o desempenho e a dinâmica do modelo em que as vendas certamente começariam no começo do ano seguinte. O objetivo era rivalizar com Volkswagen Golf GTi, Honda Civic Si e também o Mini Cooper JCW. No entanto, a conta não fechou (o Mégane custaria mais de R$ 150 mil) e a Renault desistiu da ideia. O Mégane RS era dotado de um motor 2.0 turbo de 265 cv a 5.500 rpm e nada menos que 36,7 kgf.m de torque a 3.000 rpm. O destaque é que tudo isso era gerenciado por uma transmissão automática de seis marchas. O hatch de tração dianteira precisava de apenas 6 segundos para alcançar os 100 km/h e tinha velocidade máxima de 255 km/h.
Muito criticado por não entregar o desempenho que o design , o Veloster ainda teve seus dias de fama com o motor 1.6 de 128 do HB20. Em 2014, a CAOA, importadora de modelos da fabricante coreana, trouxe a versão Turbo do hatch de três portas para testar a recepção do modelo no Salão de SP com a promessa que o carro chegaria dois anos mais tarde com o motor 1.6 turbo de mais de 200 cv. O ano é 2018, o Veloster já até mudou de geração e nada do retorno vem sido falado.
Tudo bem. A Honda nunca confirmou oficialmente o esportivo híbrido por aqui. Porém, o NSX estava no radar da subsidiária brasileira. O carro seria uma espécie de vitrine da marca no Brasil. O carro até apareceu no Salão do Automóvel de 2012. Porém, a crise chegou, o IPI subiu, câmbio flutuou e Honda descartou a chegada do modelo de quase 600 cv provenientes de um motor V6 biturbo a gasolina (500 cv) e outros dois elétricos no eixo dianteiro que adicionam 73 cv.
A ofensiva da Renault em 2017 começou com o Kwid e em seguida foi a vez do Captur. No segundo semestre do ano passado a marca havia confirmado a chegada do Koleos, um utilitário médio requintado e com valor perto dos R$ 200 mil. Ele iria rivalizar com Honda CR-V, Toyota RAV4, Chevrolet Equinox, VW Tiguan, entre outros. O SUV até foi visto nas ruas e também no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, sempre transportando executivos da marca francesa. A estima, de preço, variação cambial e até as mudanças de planos de Renault esfriaram a chegada do utilitário, que teria motor 2.5 aspirado do Nissan Altima e transmissão CVT.
Desde que foi apresentado em 2016, o Q2 é especulado no mercado brasileiro para encarar o segmento de SUVs premium onde hoje habitam Jaguar E-Pace, BMW X2 e Mercedes-Benz GLA. A Audi nunca bateu o martelo, é verdade. Mas sempre deu indícios que o carro seria vendido por aqui. O ano do Q2 no Brasil finalmente será em 2019. Executivos da marca confirmam que o plano de negócios foi aprovado e o SUV desembarca no ano que vem – provavelmente já reestilizado.