No balanço do 32º Congresso & Expo Fenabrave, realizado no São Paulo Expo, José Maurício Andreta Jr., presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, destacou que este ano o setor de veículos leves e pesados deve crescer 13% - para 2,6 milhões de unidades. Mesmo assim, isso representará apenas 70% do recorde de 3,8 milhões de 12 anos atrás - portanto muito aquém do potencial do País.
O executivo destacou que, para diminuir emissões, não apenas de CO2, é necessário um plano de renovação urgente da frota. "Se reciclarmos apenas 20% dos carros mais antigos, fabricados antes de 1995, isto reduziria a idade média em cinco anos, o que já seria um bom avanço", afirmou.
Seu cálculo foi feito a partir de frota registrada pelo Renavam. Apesar dos números incontestáveis, ainda resta o trauma da malograda experiência de inspeção veicular nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Apesar de tudo, uma ação muito necessária e que teria de ser implantada em harmonia com um programa de renovação de frota.
O congresso ainda teve a participação de Gary Gilchrist, presidente da americana Nada, maior associação de concessionárias do mundo. Ele confirmou que, no primeiro semestre deste ano, os modelos com motor a combustão representaram 80% das vendas, enquanto os elétricos apenas mantiveram a mesma participação de 7%, registrada em 2023, enquanto os híbridos alcançaram quase 13%.
Segundo Gilchrist, "governo e fabricantes se precipitaram na definição de metas de redução de gás carbônico, sem considerar os desejos e, principalmente, as necessidades dos consumidores. Assim como o Brasil, os EUA também têm uma enorme área rural, o que dificulta a recarga de veículos elétricos. E ainda não se conseguiu materializar uma rede nacional de carregamento, hoje limitada a poucos estados".
Este montante será dividido entre as unidades Anchieta, Taubaté e São Carlos (só motores), todas em São Paulo. A instalação Anchieta, em São Bernardo do Campo, primeira da marca fora da Alemanha, será responsável pela produção de dois veículos inéditos (ver abaixo). No total o investimento alcançará R$ 16 bilhões, para 16 novos modelos até 2028, incluindo a unidade de São José dos Pinhais (PR).
A fábrica de São Carlos responderá por um novo motor flex turbo de 1.5 litro nos conceitos de semi-híbrido, híbrido e possivelmente híbrido plugável. Essa unidade motriz EA211 Evo, de 151 cv de potência e 25,5 kgf.m de torque (aqui talvez um pouco mais com etanol) já existe na Alemanha desde 2018. Uma de suas características marcantes é a desativação de dois cilindros em determinadas condições de tráfego.
Para a unidade de São José dos Pinhais, além dos R$ 3 bilhões que fecham a conta, haverá dois lançamentos. Um deles a nova picape posicionada entre Saveiro e Amarok, porém rumores mais fortes indicam um porte inferior ao protótipo apresentado no Salão do Automóvel de 2018. O sedã Virtus atualizado será também produzido lá.
Na fábrica Anchieta haverá dois produtos inéditos. Apostas se concentram, obviamente, em SUVs que representam praticamente metade das vendas de todo o mercado brasileiro de veículos leves. Quem sabe um modelo maior que o argentino Taos. Quanto a Taubaté, outro SUV, desta vez no segmento de entrada, a ser produzido ao lado do Polo.
A substituição do motor aspirado de 1.6 litro, que não atende às normas de emissões a partir de janeiro próximo, já era prevista. Trata-se da mesma unidade de três cilindros e 1.0 litro, turbo flex, com 125 cv (G)/130 cv (E) de potência e 20,4 kgf.m de torque já utilizada nos modelos Citroën C3 Aircross, Fiat Pulse, Strada e Fastback, além dos Peugeot 208 e 2008.
A nova versão YOU! vem com rodas de 15 polegadas em preto brilhante e
teto preto de série, sem opção de teto branco ou na mesma cor da carroceria.
Por dentro, a novidade é o revestimento sintético imitando couro nos bancos.
A lista de equipamentos inclui faróis de neblina, central multimídia de 10,25 polegadas com espelhamento sem fio, vidros elétricos nas quatro portas e câmera de ré. Outros refinamentos como quadro de instrumentos de sete polegadas e ar-condicionado com comando digital devem ter sido reservados para o Peugeot 208 reestilizado que estreia em breve.
Em viagem entre Lagoa Santa e Santana do Riacho, em Minas Gerais, o que mais impressionou foi a disposição para acelerar. Com apenas 1.115 quilos de massa, o C3 You! vai de zero a 100 km/h em 8,4 segundos, o que o torna o hatch compacto 1.0 turbo mais rápido do mercado. Preço de lançamento: R$ 95.990.
A oferta de SUVs de sete lugares de porte médio-grande no mercado brasileiro, onde se enquadra o Caoa Chery Tiggo 8 Pro, é um tanto restrita. Na verdade, só há três concorrentes diretos: duas versões do Jeep Commander (Limited e Longitude), além do VW Tiguan Allspace.
De origem chinesa, o modelo é produzido na fábrica de Anápolis (GO) do grupo brasileiro CAOA, de onde saem produtos da Chery e da Hyundai. Seu grande trunfo é o preço de lançamento: R$ 188.888,88 (na China, 8 é número da sorte).
Houve alguns retoques estilísticos na dianteira (faróis e emblema-logotipo iluminado), além de novas rodas de 19 polegadas e ponteiras de escapamento duplas (que imitam quatro saídas). O motor turbo, apenas a gasolina, de 1.5 litro, manteve 187 cv, 28 kgf.m e foi retrabalhado para diminuir ruído e vibração. O câmbio automatizado tem sete marchas. O porta-malas leva 889 litros com os dois bancos da terceira fileira rebatidos, mas parece fora do padrão preciso de medição (VDA).
No interior, além do conforto dos 2.710 mm de entre-eixos, chama logo atenção a enorme tela única de 24,6 polegadas (a de multimídia, 12,3 polegadas). É possível até mover o mapa de navegação para o quadro de instrumentos. Uma característica interessante, a Boss Key, permite, por meio de um botão no console, que o motorista ajuste o banco do passageiro ao lado para facilitar seu acesso. Câmeras somam aos 360° convencionais, mais 180° no assoalho externo para visão da pista.
O primeiro contato com o Caoa Chery Tiggo 8 Pro foi em uma grande área externa da fábrica e traçado delimitado por cones. Deu apenas para sentir as boas respostas do motor e os freios bem dimensionados para um veículo de 1.589 quilos de massa.
A picape de grande porte da Ford recebeu mudanças de meio de geração, alguns aperfeiçoamentos técnicos e de equipamentos. O destaque está na nova tampa da caçamba. Pode ser aberta tanto no modo tradicional, de cima para baixo, quanto lateralmente. Há um degrau largo colocado alguns centímetros abaixo do assoalho da caçamba que facilita o acesso.
Outra novidade é o inédito recurso que calcula por meios de sensores se a capacidade de carga do veículo foi ultrapassada. Funciona de forma semelhante ao medidor de bateria de telefone celular e o registro fica na tela do multimídia. Outro item de grande comodidade: rebatimento da manopla do seletor do câmbio automático, que amplia a funcionalidade do console central.
A versão 2025 da F-150 pode ser reconhecida pela grade com assinatura de luz e para-choque dianteiro, além do oval Ford modernizado. Ganhou também novas rodas de 20 polegadas, lanternas traseiras redesenhadas e escapamento duplo apenas na configuração Black. Preço: R$ 519.990 com garantia de cinco anos.



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