O Fiat Doblò deixou o mercado brasileiro no fim de 2021 deixando órfãos os usuários de um furgão maior que o Fiorino e menor que o Ducato. Embora a Stellantis não confirme oficialmente, essa lacuna pode vir a ser preenchida por um modelo lançado no ano passado na Europa, mas que, de certa forma, já é um conhecido dos brasileiros: o Fiat Scudo.
Lançado na Europa em 1996 e atualmente em sua terceira geração, o Scudo é derivado dos modelos Citroën Jumpy e Peugeot Expert vendidos no Brasil desde 2017. Tem o mesmo conjunto mecânico e as variações de carroceria, e ganhou apenas uma nova grade frontal e outros detalhes de acabamento para se encaixar na linguagem de estilo da marca italiana.
O Scudo é um Citroën Jumpy com modificações estéticas para ganhar a linguagem visual da Fiat
Crédito: Divulgação
São características que colocam o Fiat Scudo diretamente no caminho do mercado brasileiro, pois tanto o Citroën Jumpy quanto o Peugeot Experta diesel são trazidos do Uruguaisem pagar imposto de importação. No país vizinho, os dois modelos são apenas montados por uma companhia chamada Nordex, que recebe os carros desmontados em kits de peças enviados da fábrica de Hordain (França). Que, por sua vez, também é responsável por produzir o Fiat Scudo por lá.
A única diferença realmente evidente no interior é o logo da Fiat estampado no miolo do volante
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Sendo basicamente um Citroën Jumpy com visual modificado, o Scudo também é vendido na Europa com um motor 1.5 diesel de 120 cv, combinado com um câmbio manual de seis marchas, e tem uma versão elétrica de 136 cv com autonomia de até 330 quilômetros. Com espaço para cargas de até 6,1 metros cúbicos ou 1.500 quilos em sua variação mais longa, poderá ser guiado por motoristas com a CNH categoria B.
No Brasil, o Citroën Jumpy é oferecido apenas em versões para o transporte de carga, com plataforma longa e com ou sem janelas laterais. Essas configurações também existem para o Scudo na Europa. Uma única opção para passageiros é oferecida pelo Peugeot Expert, mas com um teto alto que não existe para o modelo da Fiat na Europa.
O Scudo tem várias versões na Europa, Entre elas uma movida por motor elétrico
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Estratégia de mercado
A prática de produzir um mesmo carro com várias marcas não é nova na indústria, mas tem sido bastante praticada nos últimos tempos pela Stellantis, que tem apostado no compartilhamento de conjunto mecânicos e até em variações de um mesmo automóvel para uma ou mais marcas do grupo.
Foi assim que o Fiat Fiorino foi transformado em Peugeot Partner Rapid no Brasil. Já na Europa, outro exemplo recente da prática é o novo Fiat Doblò, que na prática é uma variação do Citroën Berlingo. Com isso, as várias marcas do grupo são capazes de oferecer um portfólio mais completo para os seus consumidores sem precisar fazer grandes aportes para a criação de novos modelos do zero.