Fiat Titano 2026: uma (rara) segunda chance

Sem grandes novidades no visual, a picape média da marca italiana muda bastante na mecânica. Confira as impressões

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Evandro Enoshita
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Poucos carros na história recente do mercado automotivo brasileiro foram tão bombardeados quanto a Fiat Titano. Lançada em 2024 com um custo-benefício bastante atraente, a picape média da marca italiana surpreendia negativamente com uma rodagem bastante rústica. Era como ter uma caminhonete zero-quilômetro de 2010. Mas isso em 2025.

Pois a Stellantis aproveitou a troca de nacionalidade da Fiat Titano para fazer várias mudanças profundas na Titano, que estreia agora no mercado brasileiro como linha 2026. E já adianto que pode não parecer, mas essa caminhonete mudou de maneira surpreendente.

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    Agora argentina, a Fiat Titano chega com diversas novidades na linha 2026
    Crédito: Divulgação
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    Fiat Titano 2026: primeiras impressões

    Feita na Argentina

    Até a linha 2025, a Fiat Titano era montada na fábrica da Nordex, no Uruguai, com kits de peças trazidas da China. Foi quando a Stellantis resolveu abraçar de vez o projeto asiático, transferindo a produção da caminhonete para fábrica da Fiat em Córdoba, na Argentina.

    E como diz o bom senso, já que a Titano iria mudar de fábrica, nada mais justo do que aproveitar para fazer algumas mudanças e localizar alguns detalhes do projeto, originalmente da chinesa Changan. E como uma coisa acaba levando a outra, chegamos à linha 2026 dessa cargueira. Agora, produzida na terra das empanadas e de Maradona.

    De fato, não e exagero afirmar que essa Titano 2026 só se parece com a Titano 2025. As mudanças estéticas foram bem pequenas: apenas um novo skid plate na versão topo de linha Ranch, um novo quadro de instrumentos e um console central redesenhado. Já na mecânica...

    Apesar do visual quase idêntico, a Titano 2026 teve mudanças no chassi e na mecânica
    Crédito: Divulgação
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    Do chassi ao motor

    Os executivos da Stellantis não vivem em uma bolha e obviamente notaram a enxurrada de críticas que a Titano recebeu lá em 2024. Porém, mais do que isso, viram os números.

    A Strada é líder isolada entre as picapes leves, enquanto a média da marca não chegou nem perto de ameaçar as líderes. Foram 3.986 emplacamentos no primeiro semestre de 2025, ante as 23.151 unidades da Toyota Hilux e as 15.973 emplacamentos da Ford Ranger. Isso mesmo custando bem menos que essas concorrentes.

    O motor 2.2 turbodiesel agora é o mesmo da Toro e da Rampage
    Crédito: Divulgação
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    Por isso mesmo, foi feito um esforço de engenharia para trazer a Titano 2026 para a década atual. As mudanças começam pelo chassi, que ganhou um novo sistema de amortecimento da cabine, desenvolvido pela engenharia brasileira da empresa. O objetivo: deixar a caminhonete mais confortável.

    Com a mesma meta, a suspensão foi recalibrada, com a troca de molas, amortecedores e diversos componentes. Já no sistema de direção foi deixada de lado a caixa com assistência hidráulica, substituída por um novo componente com assistência elétrica.

    E os freios traseiros agora não têm mais tambores. São discos ventilados na quatro rodas e um freio de estacionamento com acionamento elétrico.

    No interior, nova alavanca de cambio e console central redesenhado
    Crédito: Divulgação
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    E o pacotão de mudanças se estendeu também ao conjunto motriz. O antigo 2.2 turbodiesel de 180 cv de potência, de origem Peugeot, foi trocado pelo novo 2.2 turbodiesel Multijet, de 200 cv de potência e 45,9 kgf.m de torque. É o mesmo propulsor usado na Fiat Toro, na RAM Rampage e no Jeep Commander.

    Além do propulsor, a Titano 2026 ganhou ainda um novo câmbio automático de oito marchas e também um novo sistema de tração, que nas configurações Volcano e Ranch agora têm um modo 4x4 automático.

    Com 13% mais potência e 11% mais torque, a Titano ficou mais ágil. Agora acelera de zero a 100 km/h em 9,9 segundos. E também ficou mais econômica: registra médias de 9,9 km/l (cidade) e 10,8 km/l (estrada). Não são números tão brilhantes. Mas já são bem mais próximos aos das concorrentes.

      O novo painel com tela de sete polegadas é exclusivo da versão Ranch
      Crédito: Divulgação
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      Equipamentos

      Aproveitando a renovação na mecânica, a Fiat fez também algumas alterações pontuais na lista de equipamentos da Titano. Além da alteração do console central - necessária pela adoção do freio de estacionamento eletrônico no lugar do convencional -, a caminhonete estreia na linha 2026 uma nova alavanca de câmbio.

      Na versão topo de linha Ranch, a Titano ganhou ainda um quadro de instrumentos com uma nova tela digital, de sete polegadas, além do esperado pacote ADAS de série, com controlador adaptativo de velocidade, frenagem autônoma e monitor de pontos cegos.

      Já a multimídia de dez polegadas, que é de série desde a configuração intermediária Volcano, ganhou uma nova interface, um hardware mais robusto e um espelhamento de smartphone sem o uso de cabos.

      A tela é a mesma da linha 2025, mas com nova interface e espelhamento sem fio
      Crédito: Divulgação
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      Como é dirigir a Titano 2026?

      Embora fosse bem na terra, um ponto que me desagravava bastante na "velha" Titano era o rodar áspero no asfalto. Era uma picape menos refinada de rodar que as concorrentes. E, aqui, vale copiar dois trechos do meu teste com a caminhonete, no ano passado.

      "Se a ideia for comprar uma picape com pegada de carro de passeio e boa para o asfalto, então é melhor buscar uma alternativa à Titano. Essa média da Fiat é uma cargueira de rodar áspero, que vibra mais ou menos de maneira constante mesmo em asfalto sem muitas ondulações"

      Na época, critiquei também as oscilações da carroceria e o peso da direção hidráulica nas manobras. "A Titano proporciona uma direção cansativa em jornadas rodoviárias longas, em comparação com suas concorrentes equipadas com direção elétrica, por exemplo".

      A Titano 2026 ficou bem melhor de rodar no asfalto
      Crédito: Divulgação
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      Pois é. Mas tudo mudou. A Titano 2026 surpreende desde o momento da partida, já que vibra menos que a picape antiga já em marcha lenta. E essa mesma suavidade no rodar continua também em velocidades mais altas.

      Mérito da suspensão recalibrada, que agora mantém a carroceria sempre estável, sem muitas oscilações verticais, e entrega conforto mesmo rodando em pisos irregulares.

      E a direção elétrica realmente fez muito bem para a Titano, que agora tem um conjunto leve em manobras e bastante preciso em velocidade. E se antes o motor 2.2 era suficiente para a proposta, o novo propulsor Multijet empolga mais. Principalmente no modo Sport de condução, a sensação é de trabalhar sempre com sobra de potência e torque.

      A Titano 2026 ganhou novos equipamentos de série
      Crédito: Divulgação
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      No trecho de alta velocidade do Circuito dos Cristais, em Curvelo (MG), cravei o pé no fundo do acelerador e ultrapassei os 140 km/h com muita facilidade. E a Titano continuou "na mão". Como se estivesse rodando a menos de 100 km/h.

      Em resumo: ainda acho que a Ford Ranger é a atual referência em dirigibilidade entre as picapes médias. Mas a Titano 2026 mudou da água para o vinho e (agora) não faz feio frente às concorrentes. Pelo contrário. Briga com elas de igual para igual.

      A Titano 2026 ficou mais cara, mas ainda tem preços competitivos
      Crédito: Divulgação
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      Versões e preços

      A Titano 2026 já estava em pré-venda e agora chega nas lojas. Encareceu de maneira considerável na comparação com a linha 2025. Mas, mesmo assim, ainda tem preços muito competitivos.

      A versão de entrada é a Endurance, que combina o novo motor com um câmbio manual de seis marchas. Disponível somente com tração 4x4, sai por R$ 233.990. Já a intermediária é a Volcano, que já tem o câmbio automático de oito marchas e custa R$ 263.990. A topo de linha ainda é a Ranch, que custa R$ 285.990.

      Mesmo nessa versão mais cara, a Titano ainda é mais barata que configurações de entrada/intermediárias das concorrentes, como a Toyota Hilux STD Power Pack automática (R$ 288.990), a Chevrolet S10 WT automática (R$ 292.090) e a Ford Ranger XLS 3.0 (R$ 303.900).

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        Tags:Fiat
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