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Fiat Titano chega atrasada, mas com preço atraente

Picape média baseada na Peugeot Landtrek “completa” família de picapes da marca e quer emplacar 1.000 unidades/mês

por André Deliberato

Desde que foi confirmada para ser lançada em nosso mercado, a Fiat Titano passou um bom tempo se preparando para cativar o cliente de picapes médias com um grande atrativo: o preço.
Isso ficou evidente desde a sua confirmação. E ficou ainda mais neste começo de semana, após o reajuste de preços da Toro, que ficou mais barata para "abrir espaço" para a chegada da novidade.
É por isso que o preço atraente precisava ser uma obrigação: a "novata" é uma picape cujo projeto inicial data de 2020. E que, portanto, chega com certo atraso.
Afinal, entre nós, não faz sentido lançar uma picape que existe há quatro anos pelo mesmo preço de modelos - melhores em sua maioria - que se renovaram por completo recentemente.
E aqui falo da referência em modernidade, dirigibilidade e conectividade no segmento, a Ford Ranger, mesmo que não seja a líder da categoria. Quem domina essa área, desde 2016, é a Toyota Hilux.
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A história da Fiat Titano

A Fiat Titano é baseada na Peugeot Landtrek, que passou anos em aquecimento para ser vendida por aqui e voltou para o banco de reservas no momento que aconteceu a fusão entre FCA e PSA, em 2021, quando nasceu o grupo Stellantis — a partir daí, a picape viveu em um limbo até a decisão de trocar de "bandeira", inclusive para aproveitar a gigante rede de concessionárias da Fiat, com 520 lojas.
E, cá entre nós: outra picape da Peugeot muito provavelmente obrigaria a marca francesa a pedir música no Fantástico, só que de forma negativa. Ela completaria a trinca de insucessos no segmento ao lado de 504 (anos 1990) e Hoggar (década passada).
Mas não vamos passar esse texto atirando na Peugeot.
Importante lembrar, aliás: a Landtrek é originária de um projeto chinês feito pela Changan, a antiga Chana, que desenvolveu a picape com o nome Kaicene F70 para vários mercados, menos o europeu.
Portanto quando a Titano foi confirmada, no ano passado, os executivos da Fiat já sabiam que era preciso oferecer algo a mais além do preço competitivo.

No que a Fiat Titano é boa

E essa vantagem existe: a partir de agora, ela é a picape média com maior volume de caçamba anunciado, bem como o modelo com maior capacidade de reboque: 1.314 litros de volume e 3,5 toneladas, respectivamente.
Em dimensões, a Fiat Titano tem 5,33 m de comprimento, 1,96 m de largura (sem os retrovisores), 1,89 m de altura e 3,18 m de entre-eixos.
Nascida dessa história, ela chega oficialmente ao Brasil com projeto, motor, câmbio, acabamento e lista de equipamentos de certa forma já “datados”, como veremos a seguir. E já como linha 2025.

Quanto custa a picape Fiat Titano?

São três versões: Todas são equipadas com o mesmo motor 2.2 turbodiesel compartilhado com o Fiat Ducato, que entrega 180 cv e algo próximo a 40,8 kgf.m de torque — na versão de entrada, com câmbio manual, a entrega de força é menor, como se verá a seguir.
O câmbio é automático de seis marchas, a cabine é sempre dupla e a tração em todas as versões é 4x4 com opções de marcha reduzida e de bloqueio do diferencial traseiro, como pede a categoria.
Isso posto, é válido dizer que a Fiat Titano passa a ser a picape a diesel com tração 4x4 mais barata do mercado.

Três versões

As três configurações também vêm de série com controle de descida, função hill hold, controle de tração, assistente de reboque e o citado bloqueio do diferencial traseiro.
A configuração de entrada Endurance é diferente visualmente por vir com para-choques dianteiro preto (de plástico) e rodas de aço aro 17”. Usa o mesmo motor 2.2, mas tem câmbio manual de seis marchas. Por conta disso, o torque cai para 37,7 kgf.m por necessidade de “adaptações”.
Entre os itens de série, tem piloto automático como limitador de velocidade (não é o adaptativo), luz de caçamba, ar-condicionado, porta-luvas refrigerado, três entradas USB do tipo A, conexão no rádio para smartphones via Bluetooth, volante multifuncional com ajustes de altura e profundidade na coluna de direção e tomada 12V no console.
“Pelada”, por assim dizer, a Fiat Titano Endurance é uma picape bem raiz.
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Já a Volcano é menos voltada para trabalho. Como adicional ao pacote de itens da Endurance, vem com central multimídia com tela tátil de 10 polegadas e espelhamento por cabo de CarPlay e Android Auto, câmeras 180°, sensor de estacionamento traseiro com visor na tela e bancos de couro.
Além disso, na parte estética, ela traz faróis de neblina, rodas de liga leve diamantadas aro 17”, cluster parcialmente digital e colorido, protetor de caçamba com capota marítima e assoalho revestido por carpete.

Por fim a versão Ranch, a topo de gama, tem tudo que já foi citado e acrescenta ar-condicionado com duas zonas de resfriamento, câmera 360°, bancos dianteiros com ajustes elétricos e sensores de chuva e crepuscular.
A Ranch também vem com sensores de estacionamento dianteiros, GPS integrado na multimídia, santantônio e frisos cromados, rodas de liga leve aro 18”, chave inteligente combinada ao botão de partida e faróis e lanternas em LED, assim como luzes de rodagem diurnas (DRLs).

ACC? Frenagem autônoma? Nada...

Em segurança ativa, só há um aviso de escapadas de faixa e monitoramento da pressão dos pneus. Por ora, nada de corretor de faixa, frenagem de emergência, piloto automático adaptativo (ACC) ou sensores de ponto cego.
Também senti falta de entradas do tipo USB-C e de um carregador de celular sem fio, outra coisa que denuncia a idade do projeto.
Por fim, vale dizer que a picape chega com quatro opções de cores - vermelha, branca, preta e prata - e cinco anos de garantia, outro "diferencial".
Quer saber como a Titano anda e como se comporta no asfalto e na terra? Na segunda-feira, dia 18, às 10h, em nosso canal do Youtube, postaremos vídeo completo com nossas primeiras impressões. Não perca!


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