Ford troca carros por exportação de tecnologia

Centro de Desenvolvimento da marca no Brasil segue ativo e envolvido em projetos globais de novos modelos e tecnologias

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Evandro Enoshita
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O fechamento das unidades industriais da Ford no Brasil, anunciado em janeiro de 2021, foi um choque para o segmento automotivo. De uma hora para outra, a marca americana trocou o seu papel de fabricante mais antigo do país (a primeira fábrica foi aberta em 1919) pelo de mero importador de carros.

Mas mesmo com o fim dos brasileiros EcoSport e Ka, a empresa americana manteve o seu Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford Brasil, com sede em Camaçari (BA), que assumiu um novo papel dentro da estrutura corporativa. Antes mais focado na criação e adaptação de projetos mundiais para o mercado local, hoje reúne 1.500 profissionais que atuam em produtos e tecnologias globais que não necessariamente serão comercializados nas lojas do Brasil.

- O Centro já tem mais de 20 anos. Antes era um time de desenvolvimento local, que hoje atua dentro da estrutura internacional da marca. Isso mostra que a engenharia brasileira é extremamente competitiva e que vale a pena investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação em nosso país - destacou o presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo.

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Além das instalações na Bahia, a estrutura tecnológica da Ford Brasil inclui o Centro de Desenvolvimento e Testes, em Tatuí (SP), e um braço em General Pacheco, na Argentina, focado especificamente na picape média Ranger.

 

Ford Camacari Tecnologia
Sede do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford Brasil tem área de 6 mil metros quadrados
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Projetos mundiais

Atualmente, o time brasileiro da Ford está entre os responsáveis pela criação de uma nova linguagem de design dos futuros carros elétricos da Lincoln, marca de luxo do grupo americano que nunca teve seus veículos vendidos oficialmente no Brasil.

Os profissionais de Camaçari também cuidam da criação e aperfeiçoamento de funcionalidades de carros já lançados, como os sistemas One Pedal Drive, do elétrico Mustang Mach-E, e do Zone Lightning, equipamento da picape F-150 que permite controlar as luzes do veículo pelo smartphone, além de soluções para carros autônomos e serviços conectados.

A estrutura da marca no Brasil comporta ainda o D-Ford, área que funciona como uma startup de inovação e faz pesquisas para antecipar as necessidades dos consumidores, além de dar apoio a pesquisas realizadas por instituições de ensino.

Segundo a Ford, o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford Brasil deve gerar uma receita de R$ 500 milhões para a operação brasileira da marca americana.