No último dia 28 de novembro, revelamos aqui todos os detalhes sobre o início das operações da marca chinesa Haval no Brasil, e também do SUV H6, o primeiro modelo da marca a ser comercializado no país. Agora, vamos esmiuçar a experiência de andar no utilitário híbrido de quase duas toneladas.
O carro impressiona. Primeiro, pelo tamanho: são 4,65 m de comprimento, 1,72 m de altura, 1,88 m de largura e 2,73 m de entre-eixos. O carro ainda tem 17 cm de distância livre do solo e peso de 1.690 quilos.
Além disso, o design também sobressai: é elegante e harmonioso. A frente, por exemplo, é bonita e não segue a "moda" exótica de lente fininha rente ao capô e faróis principais no para-choque. Os faróis, no H6, são afilados, mas estão onde devem estar: ali em cima, logo abaixo do capô.
A exceção é a "placa" aplicada na grade dianteira, com moldura cromada e a inscrição "Haval" em letras cromadas sobre um fundo meio verde, meio azul, que não tem nada a ver com o resto do carro.
De perfil o H6 exala imponência. E lá atrás, aí sim, o carro entra na "modinha" das lanternas conectadas por uma lente que vai de um lado a outro do capô. Na tampa traseira, o nome "Haval" aparece novamente, mas de forma bem mais adequada: as letras são aplicadas diretamente sobre a tampa do porta-malas. De resto, tudo bacana.
Vale destacar que as bonitas rodas diamantadas aro 19 que recebem pneus 235/55, o acabamento black piano nas molduras das janelas e o interior na cor predominante preta são características exclusivas do carro que será vendido no Brasil. Na China, os padrões são outros. Alguns detalhes ainda podem sofrer mudanças até o início das vendas do carro.
O interior do carro, aliás, recebe o motorista com muito espaço e conforto, e uma boa dose de sofisticação. O banco é ótimo e tem ajustes elétricos. Já o painel de instrumentos é uma bonita tela de TFT de 10,25 polegadas, que compõe um cenário até futurista com uma segunda tela, de multimídia, que fica no meio do console. A tela é widescreen, tem 12,3 polegadas, aceita comando por voz em português e tem Apple Car Play e Android Auto sem fio.
A cabine ainda impressiona com seus muitos recursos eletrônicos, de ar-condicionado automático e eletrônico às cinco tomadinhas USB, passando por itens como o carregador de celular por indução de 15 Watts - na maioria dos carros é de 10 ou 12 Watts - e o teto-solar panorâmico.
Manobro para sair com o H6 e a impressão imediata é de estar em um carro muito mais leve que suas duas toneladas: a direção é muitíssimo leve. Além disso, a tela central entra automaticamente em "modo manobra" e mostra imagens de câmeras espalhadas pela carroceria. Você consegue passar em locais estreitos e tem visão de todas as distâncias à sua volta.
Ruído zero e logo estamos em uma pista expressa. As acelerações do H6 são impressionantes e divertidas. O Haval é um híbrido plug-in. Ou seja, seu conjunto motriz é composto por um motor a gasolina (que no futuro será flex) 1.5 turbinado, que trabalha junto com dois motores elétricos, instalados nos dois eixos do carro. A potência combinada é de muito bem-dispostos 393 cv - o torque ainda não foi revelado pela marca.
Os motores elétricos tracionam o carro a maior parte do tempo, e o motor a combustão entra em ação apenas eventualmente - em determinadas situações. No fim das contas esse conjunto tem seis "modos" de funcionamento combinado e automático, mas resumidamente o motor térmico assume o protagonismo a partir dos 140 km/h ou de 50% de pressão no pedal do acelerador.
O carro tem uma transmissão automática quase "normal": o modelo DHT-130 tem apenas duas marchas, uma para baixas velocidades e outra para altas. Mas quando está em baixas e médias velocidades e é tracionado pelos motores elétricos, o câmbio não atua - só entra em ação quando o motor a combustão é acionado. A tração é sempre integral. Em meio a isso tudo o trabalho do motorista é apenas... acelerar!
A dirigibilidade do carro é extremamente agradável, mas nas curvas percebemos que ainda falta um ajuste fino na suspensão - precisa ser um pouco mais rígida. Com essa mudança, o H6 não inclinará tanto nas curvas e sua carroceria não vai "rebolar" nas mudanças súbitas de trajetória, como aconteceu conosco. Além disso, o volante também merece uma recalibragem - ser levíssimo é bom nas manobras, mas transmite alguma insegurança em certas situações de rodagem.
Vale ressaltar que a própria GWM já havia dito que faria esse ajuste, assim como alguns outros - inclusive estéticos - para chegar à versão final de venda. Então, isso não chega a ser um problema, inclusive porque "nosso" carro é um protótipo/pré-série.
De resto, tudo azul no carro que experimentamos: vimos frenagens seguras, níveis mínimos ou inexistentes de ruídos e vibrações, bom funcionamento dos assistentes à condução - como o alerta de ponto cego no espelho direito e a correção de mudança involuntária de faixa.
O carro ainda tem piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência inclusive para pedestres e ciclistas, monitoramento de pontos cegos, alertas de perigo de abertura de portas, de colisão traseira e de tráfego cruzado traseiro, assistentes de permanência em faixa, de curvas e de estacionamento, e desvio inteligente de obstáculos.
Achou pouco? Ali à minha frente ainda apareceu um head-up display. Configurável em posição e cor, exibe uma imagem de nove polegadas e, além das informações de praxe (velocidade e afins), avisa sobre ligações, mostra informações de navegação e até "lê" placas. Um luxo!
Em nosso test-drive relativamente curto não foi necessário recarregar a bateria do Haval 6. A GWM promete uma autonomia de 170 quilômetros no modo 100% elétrico - alcance que, segundo a arca, cobre 80% do uso cotidiano de um veículo de passeio.
Depois disso, é preciso recarregar a bateria de 34 kWh. Mas isso não significa que o usuário ficará pelo meio do caminho: o carro continua andando normalmente, movido pelo motor a combustão.
Com o uso combinado dos motores elétricos e a combustão - que, como citamos, funcionam conjuntamente o tempo todo-, a promessa é de uma autonomia superior a mil quilômetros. E a GWM já adiantou que, no futuro, o alcance básico no modo 100% elétrico será de 200 quilômetros.
Em corrente rápida DC, a recarga de 10% a 80% ocorre em até 29 minutos. Em wallbox, aquele carregador que se instala em casa, demanda 5 horas. Já em corrente lenta AC (tomada comum), exige 10 horas. O carro terá garantia de cinco anos, mas para a bateria a garantia será de oito anos.
O Haval H6 chegará ano que vem e será vendido nas cores preta, cinza, azul, branca, vermelha e marrom. Também deverá ter opções de cores internas cinza ou marrom, além da preta. O preço do carro, claro, ainda é um mistério.
Se todos os modelos da Great Wall Motores (GWM) tiverem esse nível de sofisticação, realmente teremos um interessantíssimo novo player no segmento de utilitários e picapes "premium" no país. Os preços devem ficar na casa dos R$ 230 mil para esta versão que avaliamos e R$ 310 mil na opção esportiva H6 GT.
A GWM pode ser uma marca desconhecida no mercado brasileiro, mas lá fora tem um tamanho de respeito. Está presente em mais de 60 países, tem centros de pesquisa e desenvolvimento em oito países, produz veículos em 19 fábricas espalhadas pelo mundo, foi considerada a 7ª marca de veículos mais valiosa do mundo em 2021 e, no mesmo ano, vendeu 1,2 milhão de veículos globalmente.
Já o Haval 6 é um dos SUVs mais vendidos do mundo. É o SUV mais vendido no maior mercado do mundo - a China - e foi lançado lá primeiramente em 2011. Depois, ganhou uma segunda geração em 2017 e uma terceira geração em 2020 - esta que chegará ao Brasil no ano que vem. Segundo a GWM, nesse período já somou mais de 7 milhões de unidades vendidas.
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