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ID.3 e ID.4: conhecemos os elétricos da Volkswagen

Modelos são espaçosos, têm porte parrudo e visual envolvente, mas venda no Brasil ainda não tem data definida

por Lukas Kenji

Se na Europa a Volkswagen briga pela liderança do segmento de elétricos, na América do Sul a montadora ainda não comercializa nenhum carro do tipo. A marca importou oito unidades do hatch ID.3 e do SUV ID.4 para testar a aceitação do público na região. Em setembro, a VW já havia anunciado que iria iniciar ações com o ID.3 e ID.4 na América do Sul. O WM1 conheceu de perto os modelos que ainda não tem data de chegada confirmada para o Brasil.
Considerado a terceira revolução da montadora (precedida pelo advento do Fusca e do Golf), o ID.3 foi apresentado oficialmente no Salão de Frankfurt de 2019. Além de representar a estreia da marca na corrida elétrica, o modelo também carregou a missão de encabeçar o plano de descarbonização pouco tempo depois da eclosão do “Dieselgate”, como ficou conhecido o caso de índices de emissão de poluentes burlados em diversos modelos do Grupo Volkswagen.
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O hatch que pode ser considerado um Golf do terceiro milênio tem porte e nível de equipamentos semelhantes aos do Nissan Leaf, atualmente comercializado a R$ 287 mil. Ele tem estilo moderno e divertido. Foge do padrão mais sisudo dos VW antepassados.

Assim como o ID.4, o ID.3 aposta em rodas grandes, distância entre-eixos farta (2,77 m), além de balanço frontal e traseiro diminutos e faróis de LED matriciais com um feixe que se estende ao logo, numa pegada que conhecemos no Brasil pelo Taos.
Aliás, o SUV médio serve como exemplo ainda em relação ao comprimento. Se o Taos tem 4,46 m, o ID.4 tem 4,58 m. Portanto, é 12 cm maior, embora nas fotos ele nem pareça tão extenso. Chama atenção pela caída na parte traseira do teto e pela ampla lanterna traseira com visual futurista.

Por dentro, a pegada da família ID é parecida, como vimos no ID.3 e no ID.4. Há nichos volumosos, painéis com luzes de ambiente, central multimídia ampla, cluster acoplado à coluna de direção e poucos botões, sendo a maioria com sensibilidade ao toque. Outras características em comum são bancos com materiais confortáveis e espaço de sobra para as pernas.

Carro de videogame

Nas unidades à mostra, o ID.3 apresenta uma atmosfera mais carismática. Durante a gravação do vídeo (disponível abaixo), nosso assistente de áudio, Phillipe Nardi, disse que se sentia em “um carro da PlayStation”. Realmente o tom de branco do painel mesclado com as luzes azuis de ambiente remete facilmente a um PS5 ligado.

Já a pegada do ID.4 é mais elegante, com direito a partes revestidas em couro marrom. O modelo pode ser considerado uma versão mais acessível do Audi Q4 e-tron. Na Alemanha, onde é fabricado, custa entre 37.415 euros e 50.415 euros. Os valores são equivalentes a cerca de R$ 243 mil e R$ 327 mil, respectivamente.
A versão mais cara condiz com o ID.4 GTX, que tem pegada mais esportiva. Rende 299 cv de potência e tem aceleração de 0 a 100 km/h cumprida em 6,2 segundos.
Atualmente, os modelos da família ID entregam três gamas distintas de potência. Começam em 145 cv e chegam a 299 cv.

Também são três as opções de bateria. A capacidade varia entre 55 kWh e 77 kWh. Na prática isso interfere na autonomia, que varia entre 330 km e 550 km. Segundo a Volkswagen, 80% da carga pode ser recuperada em 38 minutos em um sistema de recarga rápida.
Em relação a equipamentos de tecnologia avançada, dois pontos chamam mais atenção nos ID.3 e ID.4. O primeiro é um head-up display que projeta informações no para-brisa em realidade aumentada. Já o segundo é o sistema operacional da central multimídia, que pode ser constantemente atualizada como ocorre com o seu smartphone.
Outros itens de destaque que podem equipar os ID são piloto automático adaptativo, comandos de voz, bancos com massagem, frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, assistente de manutenção em faixa, leitura de sinalizações de trânsito e teto solar panorâmico.

Como os modelos ainda não estão homologados no Brasil (o que deve ocorrer até o fim do ano), não realizamos teste-drive dos elétricos. O CEO da Volkswagen do Brasil, Pablo Di Si, chegou a descartar a venda do ID.3 por aqui por julgar que as condições das vias nacionais seriam danosas ao conjunto de baterias que ficam instaladas no assoalho e tornam o carro muito baixo.
Por outro lado, o discurso da montadora é que justamente esse tipo de situação será verificado durante os períodos de testes com os modelos juntamente a consumidores, concessionários e engenheiros da marca.

Venda no Brasil

Há rumores de que o ID.3 será vendido por aqui em meados de 2022. Na Europa, o hatch tem valor entre 35.400 euros e 42.620 euros. A conversão direta é de R$ 230 mil e R$ 276 mil. Dessa forma, daria para prever que o dois-volumes seria comercializado em uma faixa de preços para rivalizar com Nissan Leaf e Chevrolet Bolt.
A Volks, no entanto, não confirma os boatos. Mais do que isso, enxerga um caminho mais amigável para o ID.4, com base no cenário atual do segmento de elétricos. A maior parte das vendas é relativa a modelos mais caros, como Jaguar I-Pace e Audi e-tron.
A leitura é de que enquanto os players de valor mais elevado são vistos como high-end e despertam curiosidade do consumidor de produtos de luxo, as alternativas abaixo dos R$ 300 mil disputam o interesse do consumidor que muitas vezes não está disposto a trocar um SUV médio a combustão por um compacto elétrico.
Confira o nosso vídeo com os Volkswagen ID.3 e ID4

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