Impressões: GWM Poer P30 quer ser uma picape BBB

A marca chinesa aposta na fórmula do "mais por menos" para conquistar os clientes das picapes médias. Tem potencial?

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Evandro Enoshita
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Quem compra Toyota Hilux, só compra Toyota Hilux. O mesmo vale para os clientes de Chevrolet S10, Ford Ranger, Mitsubishi L200/Triton e cia. Dito isso, qual seria o segredo para "roubar" clientes tão fieis? A GWM aposta que encontrou a fórmula do sucesso e, por isso mesmo, começa a vender no mercado brasileiro a picape Poer P30.

Verdade seja dita: é uma fórmula manjada e que nem sempre dá certo. Mas vamos contar no detalhe quais os diferenciais da caminhonete da marca chinesa e aí caberá a você, leitor, julgar se essa cargueira novata tem ou não chances de fazer clientes tão fiéis - a marcas e modelos - cometerem um ato de infidelidade.

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Gwm Poer P30 3 1
A GWM Poer P30 tem um visual bem conservador mesmo para um caminhonete
Crédito: Divulgação
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GWM Poer P30: primeiras impressões

Visual externo

Por fora, a GWM Poer P30 - lê-se Power, como a palavra em inglês - não tenta reinventar a roda.

O visual externo da picape é bem conservador e a marca chinesa apostou mais nos elementos para ressaltar a robustez e a pegada clássica, como a tampa da caçamba com o "GWM" estampado. O resultado é uma caminhonete bonita, mas que está bem longe de criar tendência ou impressionar por ter linhas ousadas e agressivas.

Até mesmo a gama de versões do modelo repete o padrão já visto em outras caminhonetes vendidas no Brasil. São duas opções: Trail (com menos cromados, alguns equipamentos a menos e uma pegada mais esportiva) e Exclusive (mais cromada, completona e refinada). Até aqui, a P30 é mais do mesmo.

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    O porte avantajado é um dos diferenciais da Poer P30 frente aos concorrentes
    Crédito: Divulgação
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    Se não impressiona no visual, o modelo da GWM quer conquistar pelo porte. E, nesse ponto, essa caminhonete tem um ponto de destaque frente aos concorrentes: o fato de ser a picape média mais longa do mercado brasileiro. Mede 5,42 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,89 m de altura e 3,23 m no entre-eixos.

    E esses centímetros a mais no comprimento total resultam em duas coisas: uma delas é a caçamba que, com 1.248 litros de capacidade, é uma das mais amplas da categoria. Já a outra é um entre-eixos também mais longo que a média.

    Os tais 3,23 m de entre-eixos deixam a Poer P30 atrás apenas da Ford Ranger, que tem 4 cm a mais nessa medida. E entre-eixos longo é a quase certeza de espaço mais amplo para passageiros.

    Interior da Poer P30

    E no caso da Poer P30, o entre-eixos longo resultou, sim, em uma cabine mais ampla que a média. Isso fica bem claro no banco traseiro, que além de ser bem confortável - com direito até ao apoio de braço central na versão Exclusive - tem um belo espaço para as pernas e joelhos.

    Porém, mais do que a área disponível para os passageiros, um aspecto que surpreende na P30 é o refinamento da cabine. Do layout - são duas telas de alta resolução no painel, uma para o quadro de instrumentos e outra para a multimídia - aos materiais de acabamento e revestimento dos bancos, a picape da GWM se parece muito mais com um (bom) SUV médio do que com uma caminhonete.

    Só não curti a falta do ajuste de altura do cinto. Quem tem menos de 1,70 m de altura se vê obrigado a elevar mais o assento para poder conduzir com conforto e sem a fita do equipamento de segurança pegando no pescoço. Fora isso, dá para dizer que a P30 é um modelo com comandos bastante intuitivos.

    Equipamentos

    A Poer P30 chega inicialmente importada da China, embora a produção local das unidades nacionais já esteja rolando na fábrica de Iracemápolis (SP). Segundo a GWM, a P30 nacional será idêntica aos exemplares trazidos prontos lá do país asiático.

    Falando em equipamentos, todas as versões da picape são equipadas com seis airbags, frenagem autônoma, câmera 360°, controlador adaptativo de velocidade de cruzeiro, painel digital configurável de 10,25 polegadas, multimídia de 14,6 polegadas, volante regulável em altura e profundidade, ar-condicionado de duas zonas, faróis de LED com acendimento automático, chave presencial e bancos de couro com ajustes elétricos para o motorista.

    Mas só a topo de linha Exclusive tem grade frontal cromada, rodas de 19 polegadas - 18 polegadas na Trail -, além de banco do passageiro elétrico e climatização dos assentos dianteiros e pacote ADAS com direção semiautônoma de nível 2+.

    O ar-condicionado de duas zonas é de série em todas as versões da picape
    Crédito: Divulgação
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    Mecânica

    A Poer P30 estreia no Brasil com apenas uma opção de conjunto mecânico: motor 2.4 turbodiesel de 184 cv de potência e 48,9 kgf.m de torque a 1.500 rpm. O câmbio é automático de nove marchas com sistema de tração 4x4.

    A suspensão dianteira é do tipo duplo braço oscilante, enquanto na traseira a P30 tem o tradicional eixo rígido com mola de lâmina. Os freios são a disco, nas quatro rodas.

    A Poer P30 acelera de zero a 100 km/h em 11,2 segundos e o consumo de combustível é de 9,5 km/l (cidade) e 10,6 km/l (estrada). Com um tanque de 78 litros, pode rodar até 740 quilômetros no ciclo urbano e 820 quilômetros no ciclo rodoviário.

    A capacidade de carga é de 1.018 quilos (Trail) e 1.010 quilos (Exclusive). Além disso, a Poer P30 é capaz de atravessar trechos alagados com até 50 cm de profundidade.

    O motor 2.4, com 184 cv de potência, é menos potente que o das médias mais caras do mercado
    Crédito: Divulgação
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    Como é dirigir a Poer P30?

    É uma pena que o teste foi bem curto. Rodei com a caminhonete apenas nas estradinhas de terra de São Francisco de Paula, na região da Serra Gaúcha.

    Então não foi possível avaliar se a cavalaria menor que boa parte das picapes médias - com mais de 200 cv de potência e 50 kgf.m de torque - fará diferença em velocidades mais altas.

    Mesmo assim, pelo menos em velocidades mais baixas e nas subidas e descidas das estradinhas de chão, não senti falta de fôlego na Poer P30. O câmbio de nove marchas é bastante rápido e contribui para essa sensação de agilidade.

    Mas dois pontos que realmente me agradaram nesse primeiro contato com a picape da GWM foram o acerto de suspensão - bastante confortável - e o isolamento acústico muito eficiente.

    Mesmo guiando a maior parte do tempo acima de 60 km/h, quase não ouvi ruído vindo do lado de fora e nem o motor roncando alto. Um nível de conforto e refinamento que mesmo modelos mais tradicionais do segmento ficam devendo nesse tipo de uso.

    A picape da GWM surpreendeu pelo bom acerto de suspensão e pelo isolamento acústico eficiente
    Crédito: Divulgação
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    Vale a pena comprar uma Poer P30?

    Já deu para sacar que a GWM investiu na estratégia BBB - de bom, bonito e barato - para a picape média Poer P30. Mas será que barato é realmente custar pouco?

    A Poer P30 estreia no Brasil com preços a partir de R$ 240 mil. Esse é o valor da versão Trail. A Exclusive sai por R$ 260 mil. E quem garantir a sua caminhonete ate o dia 20 de setembro de 2025 ainda recebe um desconto de R$ 20 mil sobre o valor de tabela.

    Mesmo na versão topo de linha e sem o desconto de lançamento, a Poer P30 ainda é uma das picapes médias a diesel e com tração 4x4 mais acessíveis do mercado brasileiro. E tudo isso sem abrir mão do conforto, do refinamento e de uma lista de equipamentos bem completa.

    E, além disso, a GWM anunciou que a picape é o primeiro produto da sua linha com uma garantia de 10 anos. Atributo que, até então, só era oferecido na best-seller Toyota Hilux.

    Levando tudo isso em consideração: você acha que a GWM realmente achou o caminho do sucesso também entre as picapes? Eu acho que as chances da P30 são muito boas.

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      Tags:GWM
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