A BYD está pronta para dar um passo decisivo no Brasil. Durante o lançamento do Song Plus 2026, que aconteceu no último dia 28, em São Paulo, a montadora chinesa anunciou oficialmente que a produção nacional terá início no dia 26 de junho, às 9h, na fábrica de Camaçari (BA) — antiga unidade da Ford que produziu o Ka e o EcoSport.
Este marco representa não apenas a consolidação da marca no país, mas também o fortalecimento de um polo automotivo e tecnológico na Bahia.
De acordo com a chinesa, a planta de Camaçari será a maior da BYD fora da China e já está em ritmo acelerado de construção.
As obras começaram oficialmente em março de 2024. Inicialmente, a capacidade de produção será de até 150 mil veículos ao ano e poderá chegar a 300 mil em um segundo momento.
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O projeto de Camaçari também é responsável por gerar empregos, com a expectativa de contratar 10 mil trabalhadores entre janeiro e agosto de 2025, conforme anunciado pela marca.
No total, o complexo deverá gerar 20 mil empregos diretos e indiretos. Segundo Stella Li, CEO Américas e Europa da BYD, a fábrica será um verdadeiro “Vale do Silício da América Latina”, com investimento pesado em P&D e treinamento de engenheiros e técnicos locais.
Além da estrutura física, a BYD anunciou um marco tecnológico: o desenvolvimento de um motor flex para seus modelos super híbridos, que combina a eletricidade com o uso do etanol — tecnologia já explorada por outras marcas, como a Toyota, pioneira no segmento, e agora a Fiat, que deu o pontapé inicial para o grupo Stellantis.
O motor flex será fabricado em Camaçari e aplicado no BYD Song Pro, o primeiro SUV híbrido plug-in flex nacional, que contará com um motor 1.5 flex capaz de usar tanto etanol quanto gasolina.
O início da produção vai contemplar dois modelos principais: o Dolphin Mini, o carro elétrico 100% mais vendido do Brasil, e e o Song Pro.
A nacionalização dos modelos tende a reduzir custos, agilizar prazos de entrega e facilitar o suporte técnico, dando mais fôlego para a BYD ampliar sua participação no mercado nacional, hoje já atendido por mais de 150 concessionárias em todo o país.
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a BYD já ocupa a oitava posição entre as marcas que mais emplacam veículos zero-quilômetro no Brasil em 2025.
Nos primeiros quatro meses do ano, a empresa registrou 29.722 vendas, o que representa uma participação de 5,38% no mercado nacional — um feito significativo para uma marca ainda em processo de consolidação.
Atualmente, no Brasil, o carro mais barato da BYD é Dolphin Mini de quatro lugares. O hatch 100% elétrico tem alcance de 280 quilômetros de acordo com o Inmetro e potência máxima de 75 cv e 13,7 kgfm de torque.
Já a velocidade máxima é de 130 km/h e a aceleração de zero a 100 km/h é feita em 14,9 segundos.