Essa é a primeira vez que a marca chinesa traz ao País um modelo cujo valor não é inferior ao de seus principais concorrentes. Outra ruptura de tradição da JAC está na seara de entregar carros completos. Desta vez, a montadora oferece três versões para o SUV. A configuração de entrada oferece direção elétrica, ar-condicionado, rádio com CD e MP3 Player, travas e vidros elétricos, faróis de neblina, rodas de 17 polegadas e volante multifuncional com revestimento em couro.
O preço salta para R$ 71.990, quando o carro ganha itens apenas estéticos. São eles barras no teto, retrovisores na cor da carroceria com rebatimento elétrico, além de frisos e maçanetas cromadas. Já a versão completa pede R$ 75.670 e disponibiliza câmera de ré e central multimídia.
Pilar da JAC, o custo-benefício ainda é entregue em seu novo produto. Entretanto, a categoria de utilitários pede um trato pouco mais especial. Cliente deste nicho está acostumado com mimos e apetrechos de luxo. Enfim, componentes que valham à pena tirar do bolso valores entre R$ 60 a R$ 90 mil. Neste quesito, falta um cado de generosidade por parte da fabricante. Um ledezinho aqui, um computador de bordo mais moderno acolá... Isso conquista o consumidor.
A maior atração do modelo neste assunto é a central multimídia que reproduz na tela de sete polegadas sensível ao toque o que está sendo mostrado a na tela do celular. A tecnologia chamada de mirror link permite que o usuário mexa nas funções de seu smartphone pela tela da central, exceto em produtos Apple, uma vez que a marca não permite tal manobra.
A tecnologia também está disponível para aparelhos Android e para utilizá-la é necessário baixar um aplicativo. O dispositvo mostra-se muito útil, principalmente para quem gosta de utilizar o GPS do celular (na maioria dos casos, o aplicativo Waze). Entretanto, o touchscreen mostrou-se pouco sensível, chegando até a parar de funcionar na unidade testada.
A melhor desenvoltura do T6 está mesmo na estrada. Apesar de altinho (tem 1,67 metros de altura), o modelo entrega posição de dirigir típica dos hatches. Funciona muito bem o motor 2.0 16V bicombustível, que entrega 155/160 cv a 6.000 giros com gasolinea e etanol. O propulsor mostra fôlego, traz bom nível de aceleração e não deixa o motorista na mão em retomadas ou subidas. Elogios ao acerto de torque, que emana até 20,6 kgf.m já aos 3.000 rpm e continua presente até 4.500 rotações.
Apesar de áspero, o motor mostra que a JAC melhora a cada lançamento. Enquanto os produtos anteriores tinham blocos que já gritavam quando o carro rodava a 100 km/h, o coração do T6 tem bom nível de ruído.
A transmissão manual de cinco velocidades é bem encaixada e entrega exatamente o que o condutor precisa.
A suspensão, entretanto, deixou a desejar. Apesar de tecnologia contemporânea (multilink, na parte traseira, e com barras estabilizadoras), é um pouco molenga e deixa os ocupantes se espalharem em curvas mais ousadas.
Infelizmente, não foi possível aferir o consumo de combustíveo do modelo durante teste feito entre São Paulo (Capital) e Itu. O odômetro ficou estagnado nos 4 km/l durante toda a avaliação.
ESPAÇO É PONTO FORTE
Uma vez que tem carroceria semelhante à dos Hyundai Tucson/ix35, o JAC T6 entrega boas medidas, que comportam bem cinco passageiros adultos, além de bom bagageiro. Se o porta-malas é de 610 litros, a largura chega a 1,84 metros.
Outra semelhança com os veículos Hyundai é a estrutura de abacamento interno. O console central lembra muito, mas muito os carros da marca sul-coreana. Como um todo, o encaixe das peças melhorou em relação aos demais modelos da gama da JAC, mas ainda traz algumas falhas de concepção em determinadas peças.
Contudo, pode-se dizer sem medo de errar que o T6 é o melhor veículo chinês já vendido no Brasil. Fora o preço competitivo e os 6 anos de garantia corriqueiros, a JAC conseguiu entregar ainda um veículo com trem-de-força acertado, acabamento decente, medidas que ampliam o conforto dos passageiros e que também encontrou coesão no design. Se a parte dianteira lembra o ix35, a extremidade traseira traz formas que lembram modelos da Audi, como lanterna e as linhas sobre a placa.
Entretanto, uma falha nítida está na dupla saída de escape entortada para baixo. Quem vê o carro de trás observa facilmente os componentes balançando e fora do espaço cromado que deveria abrigar o escape.
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