Jaecoo 7: conhecemos o SUV e já rodamos 1.200 km

Marca lança o modelo com lote pronto de quase 1.000 unidades. Será que ele roda tudo isso com um tanque de gasolina?

  1. Home
  2. Últimas notícias
  3. Jaecoo 7: conhecemos o SUV e já rodamos 1.200 km
André Deliberato
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

A Omoda & Jaecoo (O&J) está oficialmente lançada no mercado brasileiro. A festa de inauguração da empresa de carros eletrificados aconteceu nesta terça, dia 15 de abril, e as primeiras unidades dos dois SUVs estreantes, Omoda 5 e Jaecoo 7, já podem ser reservadas - a partir de hoje. O 100% elétrico "O5" custa R$ 209.990; já o "J7", PHEV, pede R$ 229.990 na versão de entrada e R$ 249.990 na mais cara.

Duas semanas atrás a equipe de reportagem do WM1 foi convidada para um "long-drive" com o Jaecoo 7. Na prática, um teste de mais de 1.000 quilômetros entre São Paulo (SP) e Foz do Iguaçu (PR). Com tanque de 60 litros, fica a pergunta: o modelo cobriu essa distância sem precisar reabastecer? Venha descobrir.

Jaecoo 7 PHEV 2025: SUV consegue sair de São Paulo e chegar em Foz do Iguaçu com um tanque?
Crédito: André Deliberato/WM1
toggle button
  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

Jaecoo 7: como é o SUV híbrido

O Jaecoo 7 é mais um SUV híbrido plug-in (PHEV) que chega ao mercado com promessa de excelente consumo de combustível, muita tecnologia embarcada, itens de segurança de última geração e preço atraente. Os valores foram revelados esta semana, depois do nosso teste. São duas versões, Luxury e Prestige, que custam praticamente R$ 230 mil e R$ 250 mil, respectivamente.

Nessa faixa de preço, como era de se imaginar, vai disputar mercado contra outros SUVs médios de proposta parecida - como BYD Song Plus e GWM Haval H6 PHEV19, principalmente.

O Jaecoo 7 é um carro grande: tem 4,50 metros de comprimento, 1,87 m de largura, 1,67 m de altura e 2,67 m de entre-eixos - para comparação, o BYD Song Plus tem 4,70 m, 1,89 m, 1,68 m e 2,77 m, respectivamente.

A marca afirma que seu SUV tem exatos 500 litros de volume no porta-malas. O Song tem 574 litros. Já o GWM Haval H6 consegue levar até 560 litros.

Visualmente, chama a atenção pela pegada de design diferente do que vemos por aí. As linhas mais quadradas e retilíneas não são favoráveis de início - o que quero dizer é que o J7 exige algum tempo para que você se acostume com o desenho. Mas, curiosamente, o público que abordou nossa equipe durante o teste gostou do que viu.

Vale lembrar que Omoda & Jaecoo vão compartilhar concessionárias, mas diferenciar seus produtos no Brasil justamente pela proposta: a Omoda terá pegada mais futurista, voltada para as novas gerações, com foco em tecnologia e conectividade; e a Jaecoo, mais sóbria, será voltada para um público mais clássico e tradicional, mas sem ser considerado super premium.

Jaecoo 7 chega em duas versões

Serão duas configurações neste primeiro momento, ambas muito bem equipadas para conquistar o consumidor nessa fase inicial. Visualmente, nada muda entre as duas.

Luxury

A versão de entrada tem de série, entre os itens de conforto e conveniência, ar-condicionado dual zone, bancos do motorista e do passageiro com ajustes elétricos, console central com porta-objetos refrigerado, saída de ar para os bancos traseiros, direção elétrica, freio de estacionamento eletrônico, cabine e porta-malas com iluminação em LED, quatro entradas USB (duas do tipo A e duas do tipo C), sensores de chuva e de luz, GPS nativo, multimídia com tela tátil colorida de 14,8 polegadas na vertical e compatibilidade com Android Auto e Apple Carplay sem fio, quadro de instrumentos digital de 10,25 polegadas, partida por botão, teto solar panorâmico, sistema de som com quatro alto-falantes e dois tweeters, e chave inteligente.

Do lado de fora, tem faróis, lanternas e faróis de neblina em LED, rack de teto com barras longitudinais, e maçanetas retráteis com função "um toque". As rodas são de liga leve de 18 polegadas, com acabamento diamantado - calçadas por pneus 215/55 R18.

Na parte de segurança, é equipado com seis airbags, sistema de câmera 540° com promessa de imagens panorâmicas, câmera de ré, controles eletrônicos de tração e estabilidade, freios a disco nas quatro rodas, três modos de condução (Normal, Sport e Eco), retrovisor eletrocrômico, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, e monitoramento da pressão dos pneus.

O pacote ADAS do carro também é bem completo. A versão Luxury já tem alerta para saídas de faixa, aviso de partida do carro à frente, alerta de prevenção de colisão frontal com detecção de veículos, pedestres e ciclistas, assistente de congestionamento, controle de descida, limitador de velocidade, assistente para partidas em rampas, farol alto automático, piloto automático adaptativo (ACC) e frenagem automática de emergência.

O painel tem duas grandes telas digitais e até head-up display; no console, porém, só um carregador
Crédito: André Deliberato/WM1
toggle button

Prestige

A configuração mais cara tem tudo que foi citado acima e mais algumas coisas. Na parte de conforto e conveniência, agrega à lista banco do motorista inteligente, com função de deslizamento automática quando a porta é aberta, aquecedor, sistema de ventilação, memorizador e ajuste elétrico de lombar.

Além disso também recebe iluminação ambiente customizável, iluminação de projeção externa, tampa do porta-malas com acionamento elétrico e sensor de presença, retrovisores externos com memória, carregador de celular wireless, head-up display (HUD) e sistema de som da Sony com seis alto falantes e dois tweeters.

Já na parte de segurança, a configuração Prestige adiciona ao vasto pacote da Luxury os seguintes itens: alerta de portas abertas, alerta de prevenção de colisão traseira, assistente ativo de prevenção de colisão traseira em tráfego cruzado, assistente de monitoramento de ponto cego, assistente de centralização na faixa de rodagem, sensor de fadiga e rodas de 19 polegadas com pneus 235/50 R19.

O design não é um dos pontos fortes do carro... Mas com o tempo você se acostuma com a sobriedade
Crédito: André Deliberato/WM1
toggle button

São Paulo a Foz do Iguaçu: será que chega?

Hora de partir.

Nosso teste começou perto das 10h de Alphaville (Barueri, região metropolitana de São Paulo). A O&J lacrou a tampa do tanque de combustível e garantiu: nosso carro, movido pelo Super Hybrid System (SHS), consegue chegar no destino sem precisar reabastecer. Nossa missão era chegar em Londrina (PR) naquele dia e, no seguinte, completar o percurso até Foz do Iguaçu.

Seriam 531 quilômetros no primeiro dia e outros 514 no segundo, em um total de 1.045 quilômetros.

O sistema SHS do Jaecoo 7 une um motor 1.5 turbo a gasolina de quatro cilindros, 16 válvulas e injeção direta - que entrega 135 cv de potência e 20,4 kgfm de torque - a um elétrico síncrono de imã permanente capaz de render 204 cv e 31,6 kgfm. Segundo a marca, os dois motores combinados rendem 339 cv e 52 kgfm.

A bateria de lítio-ferro-fosfato (LFP) tem 18,3 kWh de capacidade. Segundo a Jaecoo, permite que o SUV rode 79 quilômetros no modo puramente elétrico e tenha médias acima dos 15,1 km/litro.

A O&J lacrou o bocal do tanque de combustível do Jaecoo 7: não poderíamos reabastecer!
Crédito: André Deliberato/WM1
toggle button

Antes de falar sobre as médias de consumo, vamos ao carro em si. Suspensões excelentes para o que o típico consumidor dessa categoria procura: independentes na frente e atrás, com estrutura de construção do tipo McPherson na frente e multibraços na traseira.

Apesar do elogio, um fator jogou contra: os pneus da versão Prestige, de perfil muito baixo, não colaboraram com o conforto que se espera de um SUV com esse tipo de conjunto.

Também gostamos muito da cabine, dos materiais escolhidos e da formatação do cockpit em termos de ergonomia - para quem dirige, para o carona e também para os passageiros do banco traseiro.

O Jaecoo 7 é de fato um SUV bem acabado e ajeitado. Sobra espaço para os joelhos de quem vai atrás, mesmo se quem estiver na frente for mais alto. Os bancos também são bons e nos receberam muito bem.

Mas calma, nem tudo é perfeito. O porta-malas é só regular e, em nossa modesta opinião, pequeno para um carro com proposta "familiar".

A grade frontal frisada é gigante: esse é um dos ângulos do recém-chegado Jaecoo 7 PHEV
Crédito: André Deliberato/WM1
toggle button

E o consumo?

Pois bem.

Sim, nós chegamos em Foz do Iguaçu sem precisar parar para abastecer. E rodamos bem mais do que os 1.045 quilômetros estimados no início por conta de paradas e desvios de rota, como obras, atalhos etc. Na realidade, foram quase 200 quilômetros a mais que o previsto, em um total de 1.211 quilômetros.

E, veja só, ainda tinha 1/4 de gasolina no tanque - ou 263 quilômetros de autonomia apontados pelo computador de bordo. Na soma, isso resultaria em 1.474 quilômetros de alcance.

Para um carro espaçoso, cheio de recursos de segurança, tecnológico e moderno, rodar quase 1.500 quilômetros com apenas um tanque de combustível (que tem 60 litros) e uma bateria recarregada, até que não é nada mal, hein?

 

Tags:Jaecoo
Comentários
Wid badge