Mercado de carros usados cresce 15% na pandemia

Aumento nas vendas é constatado pela Fenabrave. Temor do consumidor com vírus é apontado como justificativa da alta

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Guilherme Silva
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O mercado de carros usados é um dos poucos que escapa das dificuldades que os setores de comércio e serviços enfrentam devido a pandemia do coronavírus. Segundo dados da Federação Nacional de Veículos Automotores (Fenabrave), houve um incremento de 15,1% nas vendas de veículos usados no mês de fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano passado. E, justamente a pandemia, é um dos fatores apontado por consumidores para esse aumento.

Com o aumento dos contágios da covid-19 e as restrições de circulação impostas pelo lockdown, o automóvel particular passou a ser uma compra ainda mais essencial para quem deseja se livrar do transporte compartilhado. De maneira efetiva, utilizar um veículo próprio é uma garantia de prevenção ao contágio da covid-19, uma vez que o carro se torna uma extensão do lar.

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Após quatro anos de carros de aplicativos e veículos alugados, a publicitária Andrea Russo comprou um Volkswagen Nivus por conta da segurança que o carro próprio pode proporcionar em tempos de pandemia. “Antes eu me virava sem carro. Mas hoje, apesar de trabalhar a maior parte do tempo em casa, tenho que ir ao trabalho algumas vezes por semana. Me sinto bem mais segura em um carro que só eu uso”. Segundo a Fenabrave, em fevereiro deste ano foram negociados 876.306 veículos de passeio e comerciais leves, ante 761.333 no mesmo mês de 2020.

Imagem mostra apenas parte do capô e da roda de vários carros seminovos um ao lado do outro
No mês de fevereiro, foram negociados mais de 876 mil carros usados, segundo a Fenabrave
Crédito: iStock
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Também por causa da segurança sanitária, a publicitária Paula Peres trocou os aplicativos de transporte pelo carro próprio. "Devolvi o carro da empresa e fiquei um ano usando aplicativo. Com a pandemia, decidi comprar um carro porque me sentia insegura". Paula também escolheu um Volkswagen Nivus.

Obviamente que comprar um carro implica em gastos extras (combustível, estacionamento, IPVA, seguro), mas Andrea considera que a comodidade e segurança compensam as despesas. “Não quero mais abrir mão (do carro) pela tranquilidade de também não precisar usar veículos de aplicativos para ir ao mercado ou levar a minha mãe a algum lugar.” Paula tem pensamento parecido: "A comodidade do carro próprio, a facilidade de locomoção e a liberdade para viajar, de certa forma, compensam."

Sem carro há dois anos, o aposentado Vicente Manoel Ribeiro, mineiro de Pouso Alegre (MG) que reside na capital paulista há quase duas décadas, começou a buscar um veículo usado para evitar os ônibus nos trajetos diários e nas viagens mensais a sua cidade natal. "Dei o meu Chevrolet Celta para a minha filha, pois o usava muito pouco. Mas, com essa pandemia, eu e a minha esposa ficamos com receio de pegar transporte público. Agora, procuramos um carrinho econômico, mais para rodar na cidade mesmo, ir ao mercado".

Pesquisa já apontava tendência de mercado em alta

Segundo a pesquisa feita no fim do ano passado pela Webmotors e Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), 96% dos consumidores pretendem adquirir um automóvel em 2021. No levantamento, 75% dos consumidores entrevistados já possuem carro atualmente, enquanto 25% ainda não têm veículo próprio.

Os modelos mais desejados segundo apontaram os consumidores eram os SUVs (38% da preferência), seguidos pelos sedãs (34%), hatches (18%), picapes (7%) e vans/minivans (3%).

Businesswoman A Toy Car And A Stack Of Coins
Pesquisa Webmotors/Anfavea mostra intenção de compra em alta no fim do ano passado
Crédito: Divulgação
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Entre os entrevistados que já possuem carro, 81% queriam comprar um modelo usado. Os 19% restantes tinham planos de adquirir um modelo zero quilômetro. A grande maioria também apontava a intenção de usar o veículo atual como parte do pagamento: 84%. Para 64% dos participantes da pesquisa, o financiamento parcial era a forma de pagamento escolhida, seguida pelo pagamento à vista (27%), financiamento total (5%) e leasing ou consórcio (4%).

Hatches são os preferidos de quem ainda não tem carro

A pesquisa apontou que entre os consumidores que não possuem carro, 90% afirmaram que pretendiam comprar um veículo em 2021 – a grande maioria (80%) no primeiro semestre. Os modelos usados são a preferência da maioria (88%), enquanto 12% pretendem partir para um modelo novo.

Os hatches lideravam a preferência (41%) desses consumidores, seguidos pelos sedãs (32%), SUVs (18%), picape (7%) e van/minivan (2%).

A opção pelo financiamento parcial também se destaca em relação às demais modalidades, mas o índice é inferior entre aqueles que já têm carro. No segmento daqueles que atualmente não possuem veículo, 44% queriam realizar a compra com financiamento parcial; 26% à vista; 23% com financiamento total; e 7% por leasing ou consórcio.

Tags:Mercado
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