A nova geração do Mercedes-AMG GLC é um salto para o futuro, rumo à eletrificação. Lançado na última semana, o modelo deixa de ser oferecido com o tradicional motor V8 biturbo e passa a ter apenas um conjunto híbrido, que usa como base um bloco 2.0 turbo - e que tem até tecnologias vindas da Fórmula 1.
As melhorias foram integradas ao conjunto mecânico de quatro cilindros, que é capaz de render sozinho até 421 cv de potência e 51 kgf.m de torque. O propulsor tem o eventual auxílio de uma unidade elétrica - mais modesta ou mais parruda -, sempre com câmbio automatizado de dupla embreagem e nove marchas. A tração é integral.
Na versão GLC 43, o motorzinho de 48 Volts rende 13 cv e 15,9 kgf.m de torque. O sistema híbrido leve funciona como uma ajuda ao motor a combustão, e só é ligado nos momentos de forte aceleração ou na partida.
As versões GLC 63 S E Performance, por outro lado, passam a ter um sistema plug-in. Nessa versão, o SUV tem uma unidade elétrica mais disposta, com 201 cv de potência no eixo traseiro, turbo maior para o motor convencional e bateria de 6,1 kWh. Com isso, o modelo chega aos 671 cv de potência combinada, e a 104 kgf.m.
Até aí, nada que a Mercedes já não tivesse feito em outros modelos. O pulo do gato para o modelo veio da Fórmula 1. A marca adicionou um sistema de baterias que permite ao conjunto descarregar e carregar sozinho, mais rapidamente e sem o acionamento de comandos. E cada uma das células também tem um sistema de refrigeração independente.
O turbocompressor usado no motor 2.0 quatro cilindros também é inspirado nas corridas. O sistema é acionado de forma elétrica e, diferentemente dos convencionais, fica ativo sempre. Isso reduz os casos de turbolag - aquele pequeno intervalo entre o período de troca de marchas e o acionamento da turbina.
Com essa troca pelo sistema inspirado na F1, todas as versões do SUV ficaram mais rápidas nos parâmetros de aceleração de zero aos 100 km/h. A versão GLC 43 passa alcançar a marca em 4,8 segundos (-0,1 s) enquanto a versão GLC 63 SE Performance demora 3,5 segundos.
Além disso, o SUV da linha AMG tem freios com discos de 370 mm e quatro pistões na dianteira e pistão único com disco de 360 mm na traseira. O modelo também tem suspensão adaptativa, modos de condução, e direção hidráulica assistida com esterçamento das rodas traseiras em até 2,5 graus.
No visual, os novos GLC tiveram poucas ou quase nenhuma mudança. A dianteira exibe faróis mais estreitos e uma nova assinatura em LED, que não acompanha o contorno do conjunto. Na traseira, foi usada a mesma estratégia, com lanternas mais afiladas.
O interior tem bancos esportivos, com acabamento em couro tipo napa ou microfibra, e detalhes em tom amarelo. A central multimídia de 11,3 polegadas posicionada no centro do painel e o quadro de instrumentos de 12,3 polegadas seguem o padrão já visto em outros modelos, como no CLE.
De forma geral, o modelo manteve sua pegada esportiva e ganhou linhas um pouco mais agressivas, mas é bem parecido com o modelo anterior.
A nova linha AMG do GLC deve chegar ao mercado no fim do ano, mas os preços não foram revelados pela Mercedes. A expectativa é que os modelos custem entre US$ 65 mil na versão GLC 43 (R$ 307 mil, em conversão direta) e US$ 90 mil na GLC 63 S E Performance (R$ 425 mil, sem impostos). No Brasil, é carro para o ano que vem.