Motor turbo ou aspirado? Qual o melhor?

Com a tendência de downsizing, os motores turbinados voltaram. Conheça suas características, vantagens e desvantagens

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Lucas Cardoso
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A escolha pelos motores turbo tem se tornado cada vez mais comum em modelos novos. Mais eficientes e potentes, e menos poluentes, os motores turboalimentados levara a uma redução significativa na oferta de aspirados no mercado, principalmente quando falamos daqueles com litragem acima de 1.6.

É o chamado "downsizing". De forma simplificada, é uma tendência da indústria automotiva de substituir motores grandes por pequenos. Se fossem aspirados, esses menores não teriam a mesma força dos maiores para mover o mesmo peso. É aí que o turbo: para dar um reforço, compensar a desigualdade e proporcionar um desempenho à altura do que o consumidor espera.

Um dos exemplos recentes dessa mudança foi a troca feita pela Jeep. A marca substituiu os motores 1.8 E.TorQ aspirados, usados no Renegade até a linha 2021, pelo turboalimentado 1.3 GSE T270, que entrega 185 cv de potência e 27,5 kgf.m de torque. O motor antigo rendia 139 cv e 19,2 kgf.m. Ou seja, era maior, rendia potência e torque menores - e a ainda por cima tinha fama de beberrão.

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Turbo Gse T270 F1
No Jeep Renegade, o motor turbinado GSE T270 substituiu o E.torQ na virada da linha 2022 para 2023
Crédito: Divulgação
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Mudanças como essa têm se repetido no line-up de quase todas as montadoras. Mas você sabe qual é a diferença entre motores a combustão turbinado e aspirado? Esclarecemos aqui as principais diferenças de um para o outro:

Como o ar entra?

A primeira diferença, claro, está na forma como o ar usado no processo de queima do combustível dentro dos cilindros é captado. No caso dos motores aspirados, essa ação se dá através da pressão atmosférica, ou seja, o vácuo gerado pelo movimento do pistão nos cilindros é o responsável por puxar o ar.

Já no caso dos motores turbo, a captação é feita por um sistema de turbina que aproveita os gases do escape para pressurizar o ar entregue ao motor. Com isso, há um ganho na quantidade e na pressão do ar que chega aos cilindros.

A variação positiva de pressão costuma ser da ordem de 0,5 até 1,5 bar para o sistema equipado com turbocompressor. Esse aumento enriquece a mistura de ar e combustível dentro dos cilindros e, consequentemente, provoca ganho de potência e torque.

Força ou linearidade

Por essa vantagem na entrega de ar, os motores turboalimentados são capazes de gerar mais potência e torque. Esses números máximos também podem ser entregues mais cedo, em médias e baixas rotações, o que proporciona uma sensação melhor de resposta ao acelerador.

Isso é particularmente satisfatório em condições urbanas, como em saídas de semáforo e ultrapassagens. Mas vale ressalvar que as respostas dos motores turbinados dependem, também, de calibragens eletrônicas do motor - ou seja, em que rotação o turbo está programado para funcionar - e da eficiência da injeção eletrônica.

Hoje, com a injeção direta (presente em muitos modelos), o nível de eficiente é bem mais alto. E em nada lembra certos carros nacionais de décadas passadas, que ganharam turbo para compensar sua pouca força mas, com calibragem ruim, eram muito lentos até certa faixa de rotação e em um certo ponto o turbo entrava subitamente, chegando a assustar.

Hoje, os turbinados entregam sua performance de maneira muito mais linear e progressiva. No caso dos motores aspirados, a entrega de potência é naturalmente linear, já que precisam subir de rotação para "encher" e fornecer sua melhor performance. Assim, costumam atingir seu ápice de desempenho em faixas mais elevadas de giro.

Menor consumo

A eficiência energética de um motor turbo é uma de suas principais vantagens frente aos aspirados. Isso acontece porque eles são menores e, por consequência, precisam de menos combustível para gerar a mesma potência que um aspirado entregaria.

A história só se inverte quando tratamos de situações específicas. Por exemplo, em velocidades e marchas mais altas os aspirados podem ser mais econômicos, já que turbinados trabalham quase sempre no limite de pressão - e aí o consumo tende a ser maior.

A turbina como ela é: peça em formato de caracol acoplada ao motor para otimizar a entrega de ar aos cilindros
Crédito: Reprodução
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Custo e durabilidade

Os motores turbinados também sofreram com a fama de ser pouco duráveis. Dizia-se que que, por trabalharem sempre no limite, suas peças tinham menor durabilidade.  Na prática não era bem assim. O que acontecia é que os motores não eram originalmente projetados para trabalhar com a sobrealimentação fornecida pela turbina, e eventualmente isso trazia problemas.

Atualmente não há com o que se preocupar: os principais motores turboalimentados do mercado já nasceram projetados para rodar nessas condições mais extremas.

O que pode fazer diferença nesses casos é que se os motores turbinados exigirem alguma manutenção corretiva (leia-se quebra), essa manutenção poderá ser mais cara que a de um motor aspirado.

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