O mercado brasileiro de motocicletas voltou a ficar aquecido em 2022 e, com isso as principais marcas presentes no país fizeram lançamentos importantes. Algumas motos chegaram com proposta bem diferenciada, e outras vieram buscar espaço em segmentos já bem disputados.
Último lançamento do ano - início de dezembro - a F 900 R chegou para brigar no segmento das naked de alta cilindrada. Tem visual musculoso, linhas esculpidas, farol quase vertical, um lindíssimo painel de instrumentos em TFT de 6,5 polegadas.
O motor poderia ser mais nervoso: o bicilíndrico com 895 cm³, oito válvulas e refrigeração líquida rende 85 cv a 8.500 rpm, um número relativamente modesto, mas o bom torque de 8,8 kgf.m a 6.750 rpm compensa um pouco isso. Lá fora, a F 900 R tem 20 cv a mais. A redução na potência por aqui foi necessária para adequar a moto à legislação de emissões de ruídos.
Outras especificações importantes da F 900 R são o câmbio de seis marchas com secundária por corrente, a suspensão dianteira com garfos invertidos e 13,5 cm de curso, a suspa traseira monochoque com 14,2 cm de curso e o bom peso de 211 quilos.
Com tanque para apenas razoáveis 13 litros de gasolina, seus principais itens de série são ajustes dos manetes de freio e embreagem, freios ABS, iluminação em LED, dois modos de pilotagem (rain e road), controle, de tração e tomadinha 12 Volts. Tudo isso já vem na versão mais simples, a Sport, de R$ 64.900
A versão topo de linha Sport Plus é mais equipada - vem com controle de tração dinâmico, controle eletrônico do freio-motor, chave presencial, quickshifter, mais dois modos de pilotagem "pro", preparação para GPS, ABS "pro", monitoramento de pressão dos pneus, controle de velocidade de cruzeiro e protetor do motor. E custa R$ 9.000 a mais.
A marca italiana lançou dois modelos bem diferentes. A nova geração da Monster chegou completamente diferente, com visual absolutamente modernizado - pela primeira vez sem quadro treliçado à mostra - e com motorização forçuda: um bicilíndrico em V de 937 cm³ que entrega 111 cv de potência a 9.250 rpm e torque de 9,5 kgf.m a 6.500 rpm, ótimos números para seus 166 quilos (seco). Por R$86.990.
Já a Multistrada V2 S chegou para ser uma opção mais barata, leve e ágil à versão V4 S. Com design semelhante, tem motor o mesmo motor da Monster, mas calibrado para 113 cv de potência a 9.000 rpm e 9,8 kgf.m a 6.750 rpm. Também tem bom peso para seu tamanho - 199 quilos. Custa R$ 96.990.
A Haojue continua sua luta árdua para retomar seu lugar ao sol no mercado brasileiro - já foi a terceira marca de motos mais vendida no país, mas atualmente é apenas a sétima. Para isso, lançou este ano a NK 150 e a DK 160. A primeira é uma trail simples e eficiente, que veio para brigar com Honda NXR 160 Bros e Yamaha XTZ 150 Crosser.
O motor é monocilíndrico injetado e refrigerado a ar. Tem149 cm³, 12 cv de potência a 8.000 rpm e 1,2 kgf.m de torque a 6.000 rpm. A Haojue diz que é o mesmo da urbana DR 160, mas com capacidade cúbica reduzida para "girar melhor". Na street, são 162 cm³, 15 cv a 8.000 rpm e 1,43 kgf.m a 6.500 rpm. Custa R$ 16.597.
A segunda é uma street baseada na irmã mais simples DK 150 CBS, porém um pouco mais sofisticada - tenta roubar compradores de Honda CG 160 Titan e Yamaha Fazer 150. Tem a seu favor o maior tanque de combustível da categoria, com 16,5 litros, e uma bateria de 7 Ampéres, também potente, que certamente facilita a vida de quem trabalha com a moto e dá sucessivas partidas. O motor é o mesmo da DR 160, e com as mesmas especificações. Preço: R$ 14.794.
A dona do mercado brasileiro investiu nos scooters. Lançou o grande e sofisticado - e caro - Forza 350 para tentar tira compradores do Yamaha XMax 300 e até dos Kymco People GT 300 e Downtown 300, e também o aprimorado PCX com motor "crescido".
O Forza custa R$ 49.350 e para justificar o preço alto tem quitutes como ABS nas duas rodas, controle de tração, sinalização de frenagem de emergência, chave presencial, para-brisa com ajuste elétrico e tomadinha USB-C, entre outros. O motor é mono, injetado e refrigerado a água. Com 330 cm³, entrega 29,2 cv a 7500 rpm e 3,2 kgf.m a 5250 rpm.
Já o PCX, que começa em R$ 15.460, sofreu aqui as mudanças feitas no Japão um ano antes. O scooter teve o design atualizado e ganhou muitas melhorias: o chassi foi redesenhado para ficar mais resistente e rígido, o banco mudou para ficar mais confortável, as rodas mudaram (a traseira ficou menor: 13 polegadas em vez de 14).
Além disso, os pneus ficaram maiores (110/70 R14 na frente e 130/70 R13 atrás, contra 100/80 R14 e 120/70 R14 de antes), a suspensão traseira bichoque recebeu novas molas, o espaço sob o banco aumentou dois litros (foi para 30,4 litros), o porta-luvas direito ficou mais espaçoso e ganhou uma tomadinha USB, e a iluminação dianteira passou a ter luzes de rodagem diurnas (DRLs).
O motor é quase o mesmo de antes, com injeção e refrigeração líquida. Mas passou a ter quatro válvulas em vez de duas e a capacidade cúbica aumentou de 150 cm³ para 160 cm³. Aí, a potência subiu de de 13,2 cv para 16 cv e o torque foi de 1,3 kgm.f para 1,5 kgm.f.
Ainda na parte mecânica, a tampa do motor e a balança foram redesenhadas, enquanto as passagens internas do sistema de escape e o catalisador foram revisados para reduzir a emissão de gases. Por fim, o modelo ganhou controle de tração e os freios têm CBS ou ABS dependendo da versão.
Uma dos lançamentos mais charmosos do ano, a Kawasaki Z 650 RS é uma versão mais clássica do modelo que a japonesa já vendia por aqui. Com visual inspirado no da irmã maior (e também linda) Z 900 RS, o modelo tem o conhecido motor que já equipa outras Kawas, como Versys 650 e Vulcan 650.
O bicilíndrico injetado e refrigerado a água de 649 cm³ entrega divertidos 68 cv a 8.000 rpm e 6,7 kgf.m a 6.500 rpm. E outro número muito interessante desta moto é o preço de R$ 48.530, que lhe dá uma relação custo-benefício bem atraente.
A marca inglesa com fábrica na Índia - e linha de montagem em Manaus inaugurada em dezembro - lançou a Meteor 350 em julho do ano passado e logo viu suas vendas crescerem progressivamente. Este ano, reforçou a tropa com a Classic 350, que usa o mesmo conjunto de motor e chassi, e também vou a estratégia funcionar bem.
Com preços a partir de R$ 18.490, a moto tem visual clássico e charmoso, alguma simplicidade e pouca eletrônica (só tem ABS). O motor é monocilíndrico, injetado e refrigerado a ar, e rende modestos 20 cv a 6.500 rpm e 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. É uma moto para uso urbano, e para andar sem pressa. Até porque ela não anda, ela desfila...
A Suzuki teve poucas novidades este ano, mas foram bem relevantes. A nova geração da V-Strom chegou com visual imponente, inspirado no das DR 800 antigas - aquele farolzão retangular lindo - alguma eletrônica e o mesmo motor de antes, porém aprimorado.
A moto tem ABS, controles de freios em subidas e descidas, cruise control, três modos de pilotagem, controle de tração e painel de TFT, entre outros recursos. O motorzão bicilíndrico de 1.037 cm³ entrega 107 cv a 8.500 rpm e 10,5 kgf.m a 6.000 rpm. Custa R$ 85.900.
Já a GSX 1300 R Hayabusa chegou em sua terceira e mais recente geração. É uma superesportiva com pegada quase turismo, empurrada por um colossal motor de quatro cilindros em linha com 1.340 cm³,que despeja 190 cv de potência a 9.700 rpm e 15,3 kgf.m de torque a 7.000 rpm.
A moto custa R$ 124.500, mas vale cada centavo. Além da motorização poderosa e do desempenho avassalador, tem design irresistível, dezenas de recursos embarcados e um lindíssimo painel com grandes relógios analógicos à moda antiga separados por uma telinha digital.
A FZ 15 veio para ficar entre a Fazer 150 "standard" e a Fazer FZ25, a "250". É um modelo de entrada, mas intermediário, cuja proposta é ser uma moto urbana de baixa cilindrada com alguma sofisticação visual. E consegue, pois o design é bacana.
Para justificar seu posicionamento, a FZ15 ainda tem suspensão com garfos de 41 mm e traseira monochoque, ABS na roda dianteira e bons Pirelli Diablo Rosso II nas 100/80-17 e 140/60-17 (dianteiro/traseiro).
Tudo isso compõe uma boa relação custo-benefício à moto, já que se soma ao confiável motor mono, flex, injetado e refrigerado a ar de 149 cm³, que gera até 12,4 cv a 7.500 rpm, e 1,3 kgf.m de torque a 5.500 rpm (com etanol).