Na estrada com a Shotgun 650: aceleramos a bobber!

Suba na garupa e saiba como é pilotar o novo modelo que a Royal Enfield acaba de lançar no Brasil. Spoiler: surpreendeu!

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Roberto Dutra
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Quando fui convidado para o lançamento da Shotgun 650, logo pensei que conheceria e pilotaria apenas uma "Super Meteor 650 com algumas diferenças". Eu mal sabia o que me esperava - para o bem e para o mal.

Visualmente a Shotgun 650 naturalmente remete à Super Meteor 650. As duas usam o mesmo chassi, o mesmo motor e outros componentes idênticos. Mas impressiona como a Shotgun 650 tem sua personalidade própria. Não parece apenas uma "Super Meteor 650 modificada".

Royal Enfield Shotgun 650 Movimento Divulgação (4)
A Royal Enfield Shotgun 650 em ação na estrada: boa posição de pilotagem e desempenho coerente
Crédito: Divulgação
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Na pilotagem, as diferenças ficam mais evidentes. Como tive uma experiência longa, intensa e relativamente recente com a Super Meteor 650 - fiz uma viagem de 550 quilômetros, a maior parte sob chuva - as referências sobre a pilotagem da custom ainda estavam frescas na memória.

Agora, seriam apenas uns 200 quilômetros com a Shotgun 650. Mas já é uma distância suficiente para conhecer a moto. Ao subir na moto, logo percebo que a posição de pilotagem é bem diferente: as pedaleiras do piloto ficam uns 20 cm para trás em relação às da Super Meteor, o guidão é um pouco mais recuado, o banco solo é mais duro e alto, e o encaixe dos joelhos no tanque - que na Shotgun 650 é mais estreito - é mais natural e "fechado".

Com tanque mais estreito que o da Super Meteor 650, o piloto encaixa melhor os joelhos e ganha agilidade
Crédito: Roberto Dutra / WM1
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Na estrada, essas características tornam a pilotagem da Shotgun 650 bem diferente, se comparada à da Super Meteor. A diferença de peso entre duas é pequena, de apenas um quilinho, mas a moto que pilotei estava sem o banco do garupa e sem o subchassi/grelha (o conjunto e destacável). Então, são 6,5 quilos a menos, algo que muda muito mais o jogo.

Com tudo isso e mais as rodas diferentes - menor na frente e maior atrás, em relação à Super Meteor 650 -, o que senti foi uma moto muito mais dócil e ágil, e que parece ser bem mais leve do que a custom. A Shotgun 650 é mais fácil de dominar, responde bem às mudanças de trajetória e não exige força em sua condução.

A Shotgun 650 avaliada estava assim, só com o banco do piloto - que é bonito e anatômico, mas duro
Crédito: Roberto Dutra / WM1
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O desempenho é praticamente o mesmo da custom. A Shotgun 650 exibe boas respostas, mas tem proporcionalmente mais torque do que potência. Isso quer dizer que arranca forte, não exige trocas de marchas frequentes e na sexta marcha permite variações amplas de velocidade - de 60 km/h a mais de 120 km/h.

Mas não é moto para correr: com o cabo enrolado, o motor logo entrega suas limitações. É moto para curtir, para passear na faixa dos 80 km/h aos 120 km/h. Acima disso, moto e piloto já brigam contra o vento, pois não há qualquer proteção aerodinâmica (a Super Meteor 650 ainda tem a opção do para-brisa em certas versões).

O motor da Shotgun 650 tem mais torque do potência, proporcionalmente
Crédito: Roberto Dutra / WM1
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Se a posição de pilotagem é boa, o mesmo não pode ser dito do conforto. O banco é anatômico, porém duro, e depois de uma hora ali em cima os quadris já começam a reclamar. Há uma opção de banco customizado, mas o que muda é o acabamento - a densidade da espuma, dura, é a mesma.

Fora isso, a Shotgun 650 surpreende por não cansar. O guidão tem posição melhor que o da Super Meteor 650 e mesmo pilotos de estatura elevada não deverão sofrer.

Na parte dinâmica, boas respostas, frenagens ótimas e câmbio com engates que por vezes foram imprecisos - "briguei" algumas vezes para subir e descer entre a quarta e quinta marchas. Acredito que era problema específico da unidade que pilotei, pois mais ninguém reclamou disso.

Como não tem proteção aerodinâmica, a Shotgun 650 briga contra o vento acima dos 120 km/h
Crédito: Roberto Dutra / WM1
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Nas curvas, neutralidade: os já conhecidos pneus Ceat não comprometeram nem deram sustos, mas também não me transmitiram uma excepcional sensação de segurança - exatamente como foi com a Super Meteor 650.

Já nos trechos urbanos, a velocidade mais baixa trouxe tranquilidade e permitiu ver que a Shotgun 650 também se sai bem dentro da cidade. Naturalmente não tem a mesma desenvoltura que uma moto de baixa cilindrada, mas consegui passar nos corredores e me livrar dos automóveis com alguma tranquilidade.

Na foto não parece, mas os espelhos têm hastes curtas demais e proporcionam retrovisão limitada
Crédito: Divulgação
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Por fim, vale destacar que, no ótimo conjunto da moto, os espelhos foram exceção: têm hastes curtas e proporcionam visibilidade limitada. Também não foi possível aferir o consumo, mas a Royal Enfield diz que a Shotgun 650 faz 22 km/l, em média - índice coerente e satisfatório para uma moto com motor bicilíndrico refrigerado a ar.

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