Nissan Versa ganha retoques, motor 1.0 e vira nacional

Como o WebMotors havia antecipado com exclusividade, o visual do Versa brasileiro passa a seguir a identidade exibida nos demais modelos da marca. Isso quer dizer faróis estilo “bumerangue”, grade em V, novo desenho de para-choque e muitos cromados espalhados pela carroceria (pelo menos na versão top, a Unique, que também recebeu repetidores nos retrovisores externos).

A traseira também foi redesenhada, as lanternas ficaram maiores e os para-choques ganharam ângulos retos. Toda esta maquiagem extra deixou o sedã quatro centímetros maior no comprimento. A Nissan não esconde que a intenção foi deixar o Versa com um visual mais requintado. Na prática, lembra descaradamente os irmãos maiores Sentra e Altima.

A cosmética de rejuvenescimento também foi aplicada no interior do sedã. Painel de instrumentos e console central foram reformulados. Para os mais antenados, a Nissan trouxe a opção do NissanConnect, central multimídia que permite acessar funções do Facebook e Google através de uma tela de 5,8 polegadas sensível ao toque. Para isso, é preciso antes baixar um app no smartphone pessoal. A atualização das informações é feita através do celular. O recurso traz ainda GPS e conexão bluetooth.

O sistema é de série na nova versão topo de linha, a Unique. A variante traz ainda bancos revestidos em couro, ar-condicionado automático digital, volante multifunção, câmera traseira, rodas de liga leve aro 16, faróis de neblina e pontos de ancoragem para cadeiras infantis (ISOFIX). Estranhamente, este item de segurança para as crianças não está presente nas demais versões do modelo. Pela variação Unique, a Nissan pede caros R$ 54.990. São R$ 6.100 a mais do que era cobrado pela versão 1.6 SL da atual geração, até então a topo de gama.

O melhor argumento de vendas foi mantido, o ótimo espaço interno. Nas dimensões, o Versa encosta em modelos de uma categoria superior. O entre-eixos, por exemplo, traz 2,60 metros de comprimento. Já o porta-malas acomoda até 460 litros de carga. Apenas a largura poderia ser melhor (1,69 metro), isso evitaria alguns encontrões indesejados de cotovelos.

Novo Fôlego

Uma boa notícia foi a adoção do motor 1.0L de três cilindros feito em alumínio do irmão March. Com isso, a versão mais barata passa a ser a 1.0, com preço partindo de R$ 41.990. Não é muito mais baixo do que os R$ 43.290 pedidos pelo 1.6 S da atual geração, mas o propulsor estreia com nota A na medição de consumo do Inmetro e um dos melhores valores de toda a indústria nacional. Segundo a Nissan, o motor é capaz de rodar até 15,2 km/l na estrada quando abastecido com gasolina. Com etanol, o consumo cai para 10,4 km/l. Os números chamam a atenção também na cidade, com 12,6 km/l e 8,5 km/l, respectivamente.

O propulsor 1.0L de 12 válvulas entrega 77 cavalos de potência e 10 kgf.m de toque máximo. Está bem abaixo dos 111 cv entregues no 1.6L, mas dão conta do recado sem muita lerdeza. Neste primeiro contato e rodando com duas pessoas, o Versa 1.0L não teve grandes dificuldades para vencer subidas leves ou fazer ultrapassagens na estrada. Em certos trechos, porém, foi necessário reduzir a marcha que o sedã ganhasse agilidade, nada que chegue a preocupar, já que o comportamento é típico dos 1.0L.

A Nissan afirma que reforçou o isolamento acústico da cabine com a reestilização, porém em giros mais altos o 1.0L grita alto e chega a incomodar o conforto a bordo. Tanto o novo propulsor quanto o 1.6L passaram a contar com o sistema Flex Start da Bosch, que elimina a necessidade do tanquinho da partida a frio em todas as versões.