Faz tempo que os donos de carros elétricos que moram em condomínios aguardam uma posição oficial do Corpo de Bombeiros sobre as regras para recargas em prédios.
A preocupação com um possível incêndio em garagens, somada à falta de orientações claras, vinha gerando insegurança tanto para moradores quanto para síndicos e administradoras.
No entanto, após mais de um ano de estudos e testes práticos, o entendimento mudou: os riscos não estão restritos aos elétricos. A nova norma deve abranger todos os tipos de veículos — elétricos, híbridos ou a combustão — com foco na segurança estrutural das garagens como um todo.
A informação foi confirmada pelo presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos, em entrevista ao Canal VE nesta segunda-feira (7).
Segundo ele, a proposta foi construída ao longo de 15 meses em conjunto com o Corpo de Bombeiros de São Paulo, o Secovi-SP, o SindusCon-SP, a ABNT, o Inmetro e outras entidades. A publicação oficial da norma ainda não tem data definida, mas o texto está em fase final de ajustes.
Veja também: Spark chega ao Brasil com preço de BYD Dolphin
Os debates começaram em abril de 2024, com a divulgação de um parecer técnico para consulta pública voltado inicialmente para a infraestrutura de recarga de veículos eletrificados. No entanto, durante o processo, ficou evidente que a composição dos carros modernos, com maior quantidade de materiais inflamáveis, exige medidas de segurança mais abrangentes — independentemente da motorização.
<p data-start="2075" data-end="2252">“O foco deixou de ser especificamente os carros elétricos e passou a ser os chamados ‘carros modernos’ em geral”, afirmou Bastos, durante participação no podcast <em data-start="2237" data-end="2249">Conexão VE</em>.
Entre os itens previstos para novos empreendimentos estão chuveiros automáticos, detectores de fumaça e sistemas de exaustão nas garagens. A exigência será para todo o estacionamento, sem distinção entre vagas para veículos elétricos ou a combustão.
Já para prédios antigos a norma deve estabelecer diretrizes para adequações específicas, com foco principalmente nas instalações de recarga.
Ao longo do desenvolvimento, foram realizados testes práticos com incêndios simulados em veículos elétricos e convencionais.
As análises consideraram ainda estudos técnicos de outros países e o intercâmbio com bombeiros da Europa e dos Estados Unidos, onde muitos desses equipamentos de segurança já são exigidos há décadas — mesmo antes da popularização dos carros elétricos.
<p data-start="3092" data-end="3317">“A segurança não depende da tecnologia do veículo, mas de uma cultura de prevenção”, destacou Bastos. “Estamos nos aproximando de uma norma moderna, alinhada com o que se pratica lá fora, e adaptada à realidade brasileira.”
Ele também lembrou que a recarga de um carro elétrico em condomínio já é parte da rotina de muitos usuários. “A eletrificação chegou para ficar. É uma demanda da sociedade e precisa ser tratada com responsabilidade.”
[embed]



Email enviado com sucesso!