Novo boneco de teste de colisão feminino é criado

Desde que o boneco de teste de colisão, também conhecido como crash test dummy, foi introduzido pela primeira vez, na década de 1950, existe um viés de gênero específico. Ou seja, os testes se concentraram no corpo masculino médio. Agora, uma equipe de engenheiros suecos espera mudar isso e melhorar a segurança das mulheres nos acidentes de trânsito.

Os bonecos usados para representar mulheres nos testes realizados pelo EuroNCAP, na Europa, e NHTSA, nos Estados Unidos, são essencialmente versões reduzidas do boneco masculino padrão. Isso significa que o dummy feminino tem cerca de 1,5 metro de altura e representa 5% das mulheres menores dos EUA. Bom, pelo menos era assim quando foi desenvolvido, na década de 1970. E esses dummies "femininos" não seguem as particularidades do corpo feminino.

Dados de testes mais recentes também mostram que as mulheres são mais propensas a se machucar em acidentes. Em 2019, o Centro de Biomecânica Aplicada da Universidade da Virgínia publicou um artigo que dizia que, em um acidente frontal da mesma velocidade e gravidade, as mulheres tinham 73% mais chances de se ferir do que os homens.

E, no entanto, nunca houve um boneco de teste de colisão que representasse adequadamente uma mulher adulta média. Pelo menos até agora. Segundo a BBC News, uma equipe de engenheiros da Suécia desenvolveu um manequim feminino de 1,62 metro de altura que pesa 62 quilos e reproduz melhor um corpo feminino.

A Dra. Astrid Linder é a chefe do projeto e diretora de segurança no trânsito do Instituto Nacional Sueco de Pesquisa de Estradas e Transportes. Para ela, com toda a população representada na avaliação de segurança será possível identificar, em testes, as soluções de segurança dos carros com melhor desempenho tanto para mulheres como para homens. Não é o que acontece hoje. Atualmente, só é possível ver isso nas estatísticas de lesões.

As principais diferenças entre o modelo médio feminino e o masculino criados pela equipe sueca são peso, altura, forma do corpo (torso e pélvis) e rigidez na coluna.

É possível ver as diferenças visuais entre os dois novos bonecos na imagem de comparação acima. Isso pode marcar um ponto de virada no mundo dos testes de colisão? Bem, vai depender dos reguladores e testadores, mas esperamos que uma mudança positiva finalmente esteja chegando.