Nem a crise mundial de 2008/2009 levou a indústria automobilística brasileira a uma situação tão desastrosa como a que se encontra hoje. A queda de 25,5% nas vendas no primeiro quadrimestre de 2016 indica uma situação inédita nos últimos dez anos.
Foram vendidos de janeiro a abril deste ano 622.582 carros e comerciais leves, volume só pior do que o registrado em 2006. Naquele ano, as vendas atingiram 520 mil unidades no primeiro quadrimestre. No ano seguinte, 2007, as vendas no período foram de 638.609 unidades e nem mesmo a crise mundial iniciada em 2008 fez com que as vendas atingissem um número tão baixo como o registrado este ano.
Em 2009, quando os Estados Unidos enfrentavam uma de suas maiores recessões e a economia minguava na Europa, as vendas de carros no Brasil atingiram 866.473 unidades no primeiro quadrimestre. Nos quatro anos seguintes foram registrados os melhores períodos da história: as vendas entre janeiro e abril de 2010 a 2014 passaram de um milhão de unidades, caindo para 860 mil em 2015 e para 622 mil agora.
A Fenabrave, entidade das concessionárias, fala em vendas de dois milhões de carros este ano, o que significa uma queda de 24% em relação ao ano passado; a Abeifa, dos importadores, prevê um cenário ainda mais trágico, com vendas de 1,8 milhão de carros em 2016.
Executivos do setor dizem que existe dinheiro no mercado, o que falta é CONFIANÇA do consumidor. Mas ninguém arrisca a prever quando a confiança vai voltar.
Vendas Carros e Comerciais leves
Janeiro-abril de 2006 a 2016
Ano
Vendas
2006
520.000
2007
638.609
2008
865.233
2009
866.473
2010
1.012.476
2011
1.050.366
2012
1.017.604
2013
1.104.483
2014
1.054.166
2015
860.635
2016
622.582