O Honda ZR-V está na lista dos lançamentos mais aguardados de 2023 ao lado de Ram Rampage, Toyota GR Corolla, e dos irmãos Civic e Civic Type R. E o motivo de figurar nessa lista é simples: ser mais uma boa alternativa em um dos segmentos mais aquecidos do mercado brasileiro, o dos SUVs médios.
Com porte, espaço interno e design, o ZR-V não tem a pretensão de ser um campeão de vendas. Mas a Honda quer emplacar 1.000 unidades por mês e incomodar seus rivais diretos, que são Jeep Compass, Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos - além de outros utilitários esportivos que estão se destacando, como o caso do GWM Haval H6.
No entanto, minha primeira impressão, depois de andar com o carro na cidade e na estrada durante lançamento do modelo em São Paulo, é que seu primeiro adversário estará no mesmo showroom: estou falando do HR-V.
Sim, ZR-V e HR-V não estão no mesmo segmento. Um é SUV médio e o outro é SUV compacto. Mas entendo que as características do HR-V podem seduzir o cliente que entrar na concessionária para conhecer o ZR-V. Vamos por partes...
Claro que, ao falar do HR-V, estou me referindo à versão topo de linha Touring, que custa R$ 195.800, ou seja, R$ 18.700 mais em conta que o ZR-V, que é vendido em configuração única, também chamada de Touring, e que não sai por menos de R$ 214.500.
Um dos destaques do HR-V, e que eu vejo como um ponto fraco do ZR-V, é a performance. O HR-V é equipado com um motor 1.5 16V turbo de quatro cilindros, flex, de até 177 cv de potência e 24,5 kgf.m de torque. Já o ZR-V chega com um motor 2.0 16V aspirado de 161 cv e 19,1 kgf.m de torque – ou seja, tem motor menos potente e “torcudo”, e ainda é mais pesado. Os dois usam o mesmo câmbio automático CVT, com sete marchas simuladas.
Tive a oportunidade de andar no dois, e o HR-V é realmente um SUV muito mais gostoso ao volante. Acelerações e retomadas mais vigorosas, e uma capacidade de, sim, divertir. É um SUV que agrada quem gosta de dirigir – não é a mesma coisa que um sedã, óbvio, mas ajuda a amenizar o sentimento de quem largou um três-volumes para encarar um utilitário esportivo.
Outro ponto é que os dois têm listas de equipamentos parecidas – para não falar iguais. As diferenças são muito sutis. Um exemplo simples: o ZR-V, por exemplo, tem teto solar de série, e o HR-V nem como opcional. Já o HR-V tem fechamento elétrico da tampa do porta-malas, e o ZR-V, não.
Claro que, em espaço, o ZR-V é superior. Com 4,66 m de distância entre os eixos, o Honda importado do México é 5 cm maior, o que garante um melhor espaço interno. O porta-malas também é maior, com 389 litros, contra 352 litros do HR-V – ou seja, existe uma diferença, mas não é absurda.
Vale destacar, porém, que o HR-V não é pequeno. Ele só não é tão grande quanto o ZR-V.
Design é um ponto que não pode ser discutido de forma racional. Trata-se de gosto, o que torna a avaliação sempre muito pessoal. Mas um ponto positivo é que os dois SUVs da Honda são completamente diferentes.
Por todos esses aspectos, eu acredito que o ZR-V vá vender suas 1.000 unidades por mês, como o próprio pessoal de vendas da Honda pretende. No entanto, acredito que o HR-V tem qualidades que o tornam uma opção mais atraente.