Paralisação pode agravar falta de carros na Volks

A falta de carros para pronta-entrega já era uma realidade em todas as montadoras. Mas o anúncio da paralisação da produção da Volkswagen no país, na última sexta-feira, deve impactar ainda mais a situação nas concessionárias da marca alemã. Em consulta realizada junto a lojas do Rio e São Paulo são poucos os modelos disponíveis para venda imediata.

A reportagem do WM1 se passou por cliente em contatos com diferentes revendas e constatou que em muitas faltam versões de carros como Gol, Fox, Polo e Virtus. Em uma rede grande de concessionárias no Rio, Virtus para pronta-entrega só em versões mais caras 200TSI - e, assim mesmo, poucas unidades. O tempo de espera para as opções 1.6 pode superar os dois meses.

Em outra, na região metropolitana fluminense, Polo só 1.6 e manual. Já a linha Gol, mesmo 1.0, estava como estoque zerado. E se o prazo para entrega do hatch compacto era de 30 dias antes da suspensão das linhas de montagem, agora é indefinido. "Com essa parada da produção, não temos mais como estimar um prazo", reconheceu a vendedora.

Em São Paulo, as configurações 1.6 de Polo e Virtus começam a rarear nos estoques das revendas. Muitas lojas também não têm Fox para negociação imediata. Os prazos fornecidos pelos consultores eram, em média, de um mês.

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Uma fonte ligada à Assobrav (entidade que reúne as concessionárias da Volks) disse que a falta de carros vai aumentar, principalmente das versões de entrada dos compactos. A mesma fonte informou que muitos automóveis começarão a ter espera superior a dois meses e que os estoques só vão se normalizar a partir de setembro, "com sorte e se não houver mais paralizações".

12 dias

No último dia 19 de março a Volkswagen do Brasil comunicou a suspensão da produção de todas as suas unidades no país por 12 dias. Em virtude do agravamento da pandemia, as fábricas de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR) fecharão entre os dias 24 de março e 4 de abril.

"Com o agravamento do número de casos da pandemia e o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares. Nas fábricas, só serão mantidas atividades essenciais. Os empregados da área administrativa atuarão em trabalho remoto", diz o comunicado oficial da VW do Brasil.