Por que carro elétrico só tem câmbio de 1 marcha?

Você já deve ter reparado, principalmente em nosso guia de carros elétricos à venda no Brasil, que os EVs normalmente não têm caixas de câmbio parecidas com as que conhecemos e usam apenas um sistema com uma ou no máximo duas marchas à frente (sem contar a ré). Mas por que o carro elétrico é montado com esse tipo de conjunto?

A resposta é muito simples. Como os carros elétricos conseguem oferecer todo o torque disponível sem necessitar do aumento do rotação motor - como acontece no caso dos motores térmicos -, essa força bruta seria muito violenta para um sistema de engrenagens tradicional, que não suportaria o tranco.

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Carro elétrico é esportivo?

Como o conjunto que conhecemos não aguentaria toda a força de um motor elétrico, esses carros são movidos por um sistema com uma única marcha (ou com duas) que consegue trabalhar em baixas ou altas velocidades. Isso, no entanto, não muda o fato de que quanto maior for a velocidade, mais energia vai ser gasta.

Mas como funciona o sistema sem engrenagens? Também de forma muito simples de se explicar, na realidade: o motor elétrico, que recebe a energia da bateria, é conectado diretamente ao diferencial do carro, que faz as rodas se movimentarem. É claro que toda a estrutura é reforçada e preparada para receber a força direta do motor, diferente do que acontece com um motor a combustão.

Apesar disso, não é justo dizer que todo elétrico é esportivo, até porque isso depende da proposta do carro. É fato que praticamente todos os EVs terão arrancadas mais rápidas que a de seus modelos proporcionalmente "convencionais" (e aqui, por convencionais, entenda que são os modelos com motores térmicos que conhecemos), justamente por oferecerem todo torque de forma instantânea, mas é injusto dizer por exemplo que um JAC iEV20 é um esportivo, a exemplo do Porsche Taycan.

Mas e a marcha à ré? Embora seja "uma outra marcha", na verdade ela funciona como um outro esquema quando comparada à ré de uma caixa de câmbio convencional, com engrenagens. Nessa que conhecemos, a ré tem relação, assim como todas as outras "casas" (1ª, 2ª, 3ª marcha e por aí vai).

No carro elétrico, a ré funciona quase como vemos em um navio, onde a rotação é invertida para que o modelo possa ser guiado na direção oposta. Se não houvesse um limitador de velocidade, portanto, seria possível fazer o EV chegar à mesma velocidade máxima de quando guiado à frente em marcha à ré. Imagine que loucura!