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Porsche 911: a evolução da perfeição

Aceleramos anova geração do Porsche 911 no circuito de Velo Città e comprovamos a evolução da perfeição

por Redação WM1

Minha vez, enfim, chegou. Mas, antes de sentar ao volante da oitava geração do Porsche 911 para as quatro voltas no Autódromo Velo Città, um castigo: percorrer outras quatro no banco do carona. Não que me leve a mal, Ortiz (Editor-Assistente do Jornal do Carro), sabemos que você pilota bem e tal. O problema está em mim, pois enjoo na primeira curva.
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Já na primeira arrancada nota-se que o motor 3.0 de seis cilindros está mais arisco. Pudera: com turbinas maiores, saltou de 420 cv para 450 cv de potência, enquanto o torque foi de 51 para 54 kgf.m. Câmbio PDK continua impecável, e dá pra perceber isso até na condição de passageiro.

Freia, acelera, curva em alta, curva em baixa, e nada da náusea aparecer. Findada as quatro voltas no banco direito, saio do carro surpreendentemente como entrei: sem dor de cabeça e com o café da manhã ainda dentro do estômago. Pra mim, foi o primeiro cartão de visitas do novo 911: o equilíbrio é tal que não se sente a transferência de peso a cada mudança de direção.
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SAI 991, ENTRA 992

Nesta geração, denominada 992, 80% da plataforma MMB foi alterada, sendo que a aplicação de alumínio na carroceria aumentou de 30% para 63%, deixando o 911 mais leve e seguro.
O câmbio automatizado de dupla embreagem (PDK) saltou de sete para oito marchas, em prol do consumo de combustível.

O entre-eixos é o mesmo (2,45 m), mas houve mudanças importantes nas dimensões, como o aumento da largura em 45 mm na frente e 44 mm atrás – o que significa que aquela traseira mais abaulada não é mais exclusividade do Turbo. E isso permitiu que as rodas ali saltassem para 21 polegadas, enquanto as da frente têm 20 polegadas. Segundo a Porsche, ganha-se em estabilidade sem penalizar tanto o consumo.
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Um dos recursos mais legais desse 911 é o modo de condução Wet, que contém os ímpetos do motorista na chuva. Ao detectar que o piso está molhado, um alerta acende no painel, sugerindo que o condutor selecione tal configuração – o que anestesia a sensibilidade do acelerador e deixa os controles de tração e estabilidade no nível máximo.
Numa área equivalente a um quarto de um campo de futebol, chão encharcado, o instrutor me pede para fazer o que eu sempre quis, e nunca pude, em um Porsche 911: “vire o volante e afunde o pé no acelerador”.
A reação do esportivo foi óbvia e instantânea: a traseira derrapou para o lado oposto e rodopiamos. O exercício foi repetido, mas agora cambiando o seletor de modo de condução para a posição “Wet Mode”, e o cupê se mantém na trajetória, sem deslizar.

DE VOLTA À PISTA, AGORA NO COMANDO

Com as questões pertencentes ao mundo da engenharia resolvidas, a Porsche foi nos detalhes para refinar a tocada do 911. O pedal agora é construído com materiais para deixa-lo mais leve, e consequentemente mais sensível aos comandos do pé direito. O mesmo cuidado teve com o volante, que se manteve preciso.
Na pista, isso se converteu em prazer e intimidade com o carro. Parece que você virou piloto, fazendo tudo certo, encaixando o carro no ponto certo das tomadas de curva, espalhando na medida na saída delas. Mas grande parte é mérito do 911.

A posição de guiar continua perfeita, com banco rente ao assoalho, volante na vertical, todos os controles à mão. Se tivesse que apontar um defeito, diria que o volante merecia um revestimento mais refinado, até para conter melhor o suor que exala das mãos nos momentos de pico de adrenalina. E só.
Ao fim daquelas quatro voltas, senti o que era flertar com os limites territoriais do cérebro, do globo ocular e dos pulmões. À medida que a velocidade aumentava, e aumentava brutalmente rápido, sentia a força G no estômago.

Daí a Porsche revela o preço do modelo, que por ora desembarca apenas em duas versões. E não é que os R$ 679 mil (Carrera S) e R$ 719 mil (Carrera 4S), inacessíveis para boa parte dos mortais, nem assustam tanto?

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Texto: Rodrigo Mora, especial para o WM1

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