Os comandos feitos pelo motorista no volante passando a ser geridos por sinais eletrônicos, em vez da convencional coluna de direção, pode parecer algo exótico, ou mesmo desconcertante. Porém, o sistema eletrônico de direção começa a se tornar realidade em novos projetos de automóveis.
O mais conhecido é a picape Cybertruck da Tesla, também definida como o primeiro veículo de produção em série oferecido exclusivamente com este recurso tecnológico. Vale lembrar que os modelos Infiniti Q50 e Q60, lançados em 2017, foram os primeiros a adotar esta tecnologia. Porém, por precaução, o fabricante manteve a coluna de direção tradicional como componente reserva.
A Nissan, dona da Infiniti, desenvolveu algo semelhante para o movimento feito pelas mãos do motorista ao volante. Por fio são enviados sinais a um motor elétrico que aciona a cremalheira da caixa de direção, à qual ligam-se os braços de direção que movimentam as rodas nas curvas, desvios e manobras.
Contudo, manteve um recurso de reserva (backup), por meio de uma embreagem que conecta automaticamente a coluna convencional à cremalheira, em caso de pane eletrônica.
Atualmente, o Toyota BZ4X e o Lexus RZ450E vêm com a direção convencional como padrão, mas opcionalmente o cliente pode solicitar a direção por fio. Já o novo Lexus RZ, elétrico lançado recentemente, adota a solução e aciona as quatro rodas, com o eixo traseiro também contribuindo na dinâmica direcional.
A BMW tem investido neste desenvolvimento em um M6 GT3 para o Campeonato Alemão de Carros de Turismo. Porém, por enquanto, ficou somente na experiência em pistas de competição. O fabricante alemão ainda não definiu a utilização em seus modelos de série. Todavia, a Bosch iniciou testes em um VW Golf.
Este recurso aposenta o sistema tradicional ao substituir a coluna de direção. Para isso, um atuador de força ligado ao volante envia sinais para uma unidade de controle eletrônico. Esta aciona o motor elétrico que comanda a cremalheira, definindo exatamente o quanto virar as rodas e em qual direção.
No Tesla Cybertruck, a direção por fio não tem nenhuma opção de conexão mecânica entre volante e rodas. Segundo o fabricante, isso transmite os comandos para as rodas mais rapidamente do que as atuais assistências hidráulica ou elétrica. E
aumenta a sensação de direção direta, comunicando ao motorista de forma rápida e inteligente as respostas da superfície de rolagem, além de eliminar as irritantes vibrações no volante em pistas irregulares.
Mas, há vantagens ainda maiores. Além de intuitivo, oferece flexibilidade para que o motorista regule por comando independente o esforço de acionamento do volante ao alterar a carga, conforme o modo de utilização. Assim, o acionamento
pode ficar mais rígido e preciso para trechos sinuosos em estrada ou mais suave no uso urbano e em manobras para estacionar.
Outra característica é auxiliar em recursos de segurança ativa, como na assistência à manutenção do carro dentro da faixa de rolamento da pista, em caso de distração do motorista, compensar automaticamente rajadas de ventos cruzados em estradas ou estabilizar o carro com mais eficiência em situações críticas, como no caso de derrapagem de rodas traseiras em uma curva.
Para os fabricantes de veículos, a opção pela direção eletrônica se traduz em redução nos custos. Com o comando direcional determinado por software, uma única cremalheira de direção poderá ser utilizada em vários modelos, assim como o motor que aciona esta cremalheira.
Da mesma forma, o conjunto eletrônico de acionamento será basicamente o mesmo e possíveis alterações, se necessárias, serão realizadas somente no software.
Mais uma vantagem é baratear a produção de versões com volante à esquerda ou à direita, conforme o mercado. E ainda facilita a utilização por motoristas com limitações ou deficiências físicas. O acionamento direcional das rodas traseiras, disponível em alguns modelos caros e de elevado desempenho, é outro ponto a favor.
Com relação à segurança, em caso de pane nos componentes eletrônicos, a Tesla afirma que tudo é controlável por sensores e atuadores redundantes. Se algo der errado, é exibido um alerta no quadro de instrumentos, enquanto um aviso sonoro é
acionado. Ao mesmo tempo, o veículo reduz automática e gradualmente a velocidade e o motorista recebe um aviso para estacionar o veículo.



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