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Primeiras Impressões: Honda CR-V 2018

Aceleramos na Austrália a versão para até 7 ocupantes do SUV de origem japonesa

por Motoring

Se houve uma categoria de carro sobre a qual eu tenha discutido, ficado paranoico, testado e pedido conselhos mais do que qualquer outra ultimamente, esta é a dos SUVs – utilitários esportivos. Dizer que o segmento está abarrotado seria um eufemismo terrível. Ficar fora de um mercado cada vez maior está se tornando quase impossível e alcançar qualquer grau de diferenciação requer uma verdadeira engenhosidade.



O Honda CR-V, recém-repaginado, talvez tenha sido o que mais permaneceu no mercado (começou a ser fabricado em 1995), mas, para mim, deixa a desejar em termos de estilo, desempenho, prazer em dirigir e em outros fatores de maneira geral — tudo isso apesar de bem equipado, prático e confortável.


Ao imaginar um pretenso comprador, vejo um pai atormentado tentando impedir as crianças de se digladiarem no banco de trás enquanto limpa um milkshake derramado


Vamos começar pela aparência do CR-V que, para ser bem honesto, não tem nenhuma elegância. Particularmente, adoro a aparência lisa e polida do volumoso Mazda CX-5, sem falar do deslumbrante minimalismo do Tesla Model X, porém, obviamente, estamos tratando de coisas completamente diferentes, sem falar da comparação de preço.



O CR-V, em sua essência, é similar a qualquer outro SUV, com uma dianteira bastante comum e uma grande traseira. No interior, não há preciosidades. Grandes bandejas de borracha, nichos vedáveis próximas da alavanca de câmbio e os bolsos cavernosos na porta formam um amplo armazenamento para garrafas, canetas, brinquedos, outros objetos e todos aqueles lixos possíveis de serem acumulados dentro de um carro.


O VTi-L, que testamos, veio equipado com amplo teto solar dando um toque muito agradável, além de pequenos aspectos práticos como trilhos de teto e muitos porta-copos (incluindo dois na parte de trás para os passageiros). As saídas de ar no assento traseiro são impressionantemente grandes, um adicional muito bem considerado uma vez que o carro parece ter como alvo pessoas mais preocupadas com seus passageiros do que com si mesmas.



Prioridades em primeiro lugar, eu admito não fazer parte do mercado alvo para o CR-V. Ao imaginar um pretenso comprador, vejo um pai atormentado tentando impedir as crianças de se digladiarem no banco de trás enquanto limpa um milkshake derramado e tenta dirigir a caminho do IKEA local - companhia sueca privada, especializada em móveis de baixo custo.


Para este tipo de pessoa, o CR-V é perfeito. A hipotética viagem ao IKEA seria muito mais fácil utilizando um dos mais destacados recursos do CR-V - o sistema de navegação por satélite “user-friendly”. Ao contrário de outros do seu segmento, não é necessário que o condutor insira categoria por categoria de um endereço (bairro, cidade, código postal, rua, número, etc.). Ao invés de tudo isso, o sistema faz a busca completa. Uma vez selecionado, fica muito fácil chegar ao endereço desejado, com a simples mudança do sistema de navegação “birds-eye-view” para “driver-to-point-view” em desvios importantes.




Falando em assentos, ainda não falamos sobre quantos!  Uma das principais vantagens do CR-V é a enorme quantidade de espaço para passageiros - amigos, amigos de amigos e aqueles parentes distantes que aparecem de surpresa de vez em quando e que todos nós temos.


São sete lugares ao todo e os cinco traseiros são rebatíveis. Os assentos extras reduzem substancialmente o tamanho do bagageiro, o que a princípio não é tão impactante, mesmo estando rebatida a terceira fileira.


O CR-V VTi-L é impressionantemente equipado. Para iniciantes, há uma ótima câmera de estacionamento, sensores traseiros e frontais, start-button e uma câmera para ponto cego


O porta-malas é acessado por uma porta automática que seria útil não fosse tão lenta. O que isto quer dizer? Se você quer algo bem feito, faça você mesmo? Sim, isso é obviamente verdadeiro quando se trata do mecanismo de funcionamento do porta-malas.


Quanto à experiência na estrada, o CR-V não pareceu muito corajoso. O tamanho total do carro faz você se sentir como se estivesse dirigindo um trator e, embora turbinado, o motor 1.5 de quatro cilindros e injeção direta (mesmo que equipa o Honda Civic Touring aqui no Brasil) não demonstra muita potência e a CVT parece muito menos ágil em relação aos outros carros do mesmo tamanho (o Mazda CX-5, por exemplo). Ele é relativamente silencioso e suave.



O CR-V VTi-L é impressionantemente equipado. Para iniciantes, há uma ótima câmera de estacionamento, sensores traseiros e frontais, start-button e uma câmera para ponto cego que assume a tela sempre que a seta de indicação para a esquerda é acionada.


Uma semana rodando pela cidade, consumindo gasolina 24 horas por dia, o rendimento foi de 9,4 km/l, bem acima dos 13,5 km/l anunciados, mas, compreensível, dado o tipo de tráfego encontrado. Existe um modo ECO (econômico) – ativado com um botão que traz uma folha verde – porém, na maioria das vezes, permaneceu desativado.



Um comentário que realmente preparou o cenário para o meu veredicto sobre o CR-V veio de um dos mais eloquentes passageiros: “Se este carro for barato, tudo bem. Mas se o preço for o praticado pela categoria, sinceramente, eu não compraria”. Possivelmente, seja esta uma avaliação muito severa para um carro que agradou em todos os aspectos, exceto talvez na elegância de sua construção de modo geral. Todas as peças estão lá; entretanto, elas simplesmente parecem não se integrarem para o bom funcionamento.



Independentemente de todas estas considerações sobre o CR-V, se houver um pai desafiado a dirigir, lutando contra crianças bagunceiras em viagens normais ao IKEA e um carro com porta-copos insuficientes, dirija-se à Honda. Eles irão fisgá-lo.



Avaliação realizada por jornalista do Motoring


 


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