Programa Combustível do Futuro ainda tem falhas

E o otimismo também é exagerado, mas tem o mérito de reconhecer a transição energética planejada de forma inteligente

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Fernando Calmon
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Planejado ao longo de 20 anos, com várias idas e vindas para acomodar de automóveis a aviões, apresenta o grande mérito de reconhecer a transição energética planejada de forma inteligente e adaptável.  Países de área continental como o Brasil e dezenas de outros com restrições econômicas, que dificultam avanço acelerado de veículos elétricos, precisam obviamente de uma visão abrangente e viável.

O otimista Programa Combustível de Futuro (PCF), sancionado em 8 de outubro último, prevê investimentos de R$ 260 bilhões (talvez mais) e datas de implantação factíveis, ao contrário da União Europeia e suas discutíveis metas distanciadas da realidade.

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Esta coluna foca-se em automóveis e apoia o aumento de percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% considerado viável tecnicamente. No entanto, a permissão para 35%, mesmo para carros mais novos, parece-me um erro.

O aumento do teor de etanol na gasolina causa polêmica: acima de 30% pode ser problemático
Crédito: Volkswagen/Divulgação
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Além de restrições técnicas conhecidas, seria injusto desconsiderar veículos de países vizinhos que hoje trafegam e abastecem no Brasil sem grandes problemas. Já motocicletas, geradores portáteis de eletricidade, motores de popa e até motosserras

devem funcionar mal com 35%. Haveria dificuldades mesmo com automóveis recentes nacionais e importados.

A Câmara dos Deputados falhou ao admitir a possibilidade na aprovação do PCF, pura perda de tempo. O etanol é reconhecido como combustível limpo e capaz de compensar 80% das emissões de CO2 no ciclo da fonte à roda, se usado isoladamente.

O que poucos sabem: a soma de anidro na mistura atual de 27% com a gasolina, e mais os motoristas que abastecem só com o hidratado por preferência ou preço atraente, representa agora 42% de combustível limpo, contra 58% de gasolina. Em outros poucos países, só há 10% de etanol. Para aumentar consumo aqui, o imposto teria de diminuir.

Neste cenário a Raízen acaba de lançar a segunda geração do aditivo para etanol Shell V-Power. Além de limpar vapores de óleo do cárter solidificados nas sedes de válvulas, evoluiu o filme de redução de atrito de 86% para 90%.  A Senna Brands, fundada pelo piloto de Fórmula Um há 34 anos e falecido 30 anos atrás em Ímola, participa da campanha de lançamento.

Salão de Paris alcança objetivos, mas sem grande entusiasmo

A exposição bienal na capital francesa completou 90 anos e segue até o próximo dia 20. Sem a exuberância do passado, atrai pouco mais de 30 fabricantes, inclusive nove chinesas. O salão bienal agora é o maior da Europa pelo fim da exposição em

Genebra e encolhimento de Frankfurt, substituído por Munique.

A predominância natural é de marcas francesas, com a Renault apresentando novidades de peso: o 4 E-Tech, releitura elétrica em forma de crossover de um de seus sucessos do passado, além de dois protótipos elétricos Twingo E-Tech previsto para 2026 e o Emblème, um SUV cupê para 2030 que trocará a bateria por pilha a hidrogênio.

O novo Peugeot e-3008 é um dos destaques das marcas francesas no Salão de Paris
Crédito: Divulgação
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A Stellantis, embora talvez encerre algumas de suas 14 marcas em 2026/27, mostra muita força em Paris. A Peugeot concentra-se em estender o alcance de seus elétricos 3008 e 5008 para teóricos 700 quilômetros e apresentou o e-408, cujo alcance é de 450 quilômetros. O Citroën C5 Aircross só chegará em 2026. Contudo, se apresenta sem disfarces com motor de combustão interna.

Entre as alemãs, a Mercedes-Benz abriu mão de Paris e deixou o protagonismo para a BMW e a Audi. A BMW exibe os primeiros dois modelos de elétricos com carrocerias específicas e batizados de "Nova Classe".

Seu presidente, Oliver Zipse, declarou à agência Reuters a necessidade de correção da meta de 100% de elétricos para 2035, importante para redução de CO2 , porém permitiria que fabricantes europeus dependessem menos da China para as baterias.  A marca aposta em híbridos plugáveis e no hidrogênio tanto para motores convencionais quanto tração 100% elétrica.

O novo Q6 Sportback e-tron foi uma das estrelas da Audi no Salão de Paris
Crédito: Divulgação
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A Audi exibe seu novo carro-chefe elétrico, o Q6 E-tron Sportback. VW, Skoda e Audi estão representadas por importadores franceses, sem presença oficial do grupo alemão. Alvo de críticas, a Tesla tem um estande desorganizado e nem ao menos um tapete para separar os modelos.

Das chinesas, o destaque é o sedã BYD Sealion 7, um SUV cupê elétrico que visa Tesla Model Y entre outros concorrentes

VW Nivus 2025 chegará mais equipado e inclui mudanças no estilo

Será fácil reconhecer, mesmo de longe, o ano-modelo 2025 do compacto SUV cupê. As diferenças externas estão evidentes desde a nova grade, de dimensões avantajadas, contudo proporcionais, aos faróis estreitados. De perfil, só rodas de 16 e 17 polegadas

mudam. Atrás, segue a fórmula de lanternas interligadas por barra iluminada de LEDs, além do novo para-choque com extrator estilizado.

No interior, a VW procurou um acabamento apurado, a exemplo de material agradável aos olhos e ao tato. Evoluiu a central multimídia, agora com internet a bordo na versão de topo Highline, mantida a tela de 10,1 polegadas.

A linha 2025 do Nivus foi lançada esta semana e terá a inédita versão GTS
Crédito: André Deliberato/WM1
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Para a versão de topo, o pacote de segurança inclui controle adaptativo de velocidade, além do indispensável alerta de colisão agregado à frenagem automática. Há ainda assistentes de ponto cego, saída de vagas, estacionamento e manutenção na faixa de rodagem.

Foi mantido o motor 1.0 turbo flex, que entrega 128 cv (E)/116 cv (G), 20,4 kgf.m (E)/(G) com câmbio automático de seis marchas. O consumo será anunciado só em janeiro de 2025, quando ocorrerão as primeiras entregas. Veio também a esperada confirmação da versão GTS, que agrega imagem forte ao modelo, apesar do preço alto não anunciado - provavelmente no segundo trimestre.

O motor é o conhecido turbo flex 1.4 de 150 cv/25,5 kgf.m de torque, com etanol ou gasolina.

As pré-vendas já iniciadas para entregas somente em janeiro de 2025: R$ 136.990 e R$ 153.990.

Audi Q8: boa presença com desempenho à altura do preço

É o maior e mais pesado (2.340 quilos) entre todos os modelos da Audi. A imponência aparece logo nos quase 5 metros de comprimento (4,92 m), largura (1,99 m), entre-eixos (2,99 m) e altura (1,69 m). Um dos poucos com rodas de 23 polegadas, hoje maior diâmetro disponível no mercado e já a caminho para 24 polegadas O porta-malas de 605 litros impressiona. Para garantir viagens sem muitas escalas para abastecer, pega 85 litros no tanque.

O Audi Q8 tem dimensões generosas e tanque grande para não ter que abastecer toda hora
Crédito: Divulgação
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O SUV recebeu novos para-choques dianteiro e traseiro, grade e opção de faróis Matrix por R$ 26 mil No interior, acabamento e materiais são refinados com couro de alta qualidade e grande superfície do painel em preto brilhante. Os dois bancos dianteiros têm comandos elétricos, o do motorista com memória.

Há duas telas no centro do painel: ajuste do ar-condicionado e multimídia de 10,1 polegadas, mas esta deveria ser um pouco maior (pelo menos 12 polegadas) para o nível do modelo. Atrás, além do amplo espaço para três passageiros, há saídas de ar-condicionado no console e nas colunas centrais.

O motor é um 3.0 litros V6, que produz 340 cv e 51 kgf.m. É capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 5,6 s - apenas 0,1s inferior ao BMW X6. Trata-se de um híbrido básico, com bateria de 48 Volts para um pequeno motor elétrico.

Na viagem de avaliação, de São Paulo a São Roque (SP), destaque para a rapidez das trocas de marchas do câmbio automatizado de sete marchas e duas embreagens.

Destacam-se o eixo traseiro direcional e as suspensões pneumáticas, que permitem ajustar a altura de rodagem entre 40 mm para baixo e 50 mm para cima. Preço: R$ 774.990.

Elétrico Equinox é caro, contudo bem completo

Fácil explicar preços tão elevados dos modelos elétricos importados. Na origem também são altos e aqui exige montar infraestrutura específica nas poucas concessionárias. Sem contar que, apesar do imposto de importação menor (até 2026), a taxação interna continua bem maior aqui.

O novo Equinox EV foi apresentado e o preço de R$ 419 mil surpreendeu
Crédito: Divulgação
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A desvalorização do real entra nessa conta. Nem mesmo a origem mexicana resolve, porque este elétrico deixa de atingir o índice de localização exigido no Mercosul. Por isso, os R$ 419 mil deram um “choque” no lançamento. Mas é 12% menor que o Blazer EV. A GM importará, ainda este ano, o Equinox a gasolina, segundo a revista Autoesporte.

O SUV tem estilo bem moderno e destaca-se pela sua frente limpa com elegante filete de LED de um para-lama a outro e um impressionante pacote de recursos. A traseira segue o mesmo conceito, com as lanternas interligadas avançando sobre as laterais. As rodas são igualmente bonitas. O porta-malas com capacidade para 441 litros tem tampa aberta por aproximação, sem nenhum chute no ar.

Dimensões apenas um pouco menores que as da Blazer EV: 4,84 m de comprimento, 1,95 m de largura, 2,95 m de entre-eixos e 1,64 m e altura. Há amplo espaço interno, em especial para os joelhos de quem vai no banco traseiro. Só o plástico rígido nas portas traseira destoa dos bons materiais a bordo. Impressiona a tela multimídia de 17,7 polegadas.

O primeiro contato foi no campo de provas da GM, em Indaiatuba (SP). Muito boa a alta capacidade regenerativa ao dispensar pisar no freio em condições de para-e-anda. Dois motores elétricos idênticos, atrás e na frente, totalizam 292 cv de potência e 46 kgf.m e torque - com tração integral sob demanda. A aceleração é forte: zero a 100 km/h em 5,8 segundos

Importados caíram em setembro, todavia em alta no ano

Apesar da queda de 10,8% nos emplacamentos de veículos importados em setembro, com relação ao mês de agosto, a Abeifa, associação dos importadores, informa alta significativa de 192,9% no acumulado de janeiro a setembro. Os números de 2024 foram puxados por antecipação de compras em razão do aumento do imposto do imposto sobre elétricos e híbridos.

No entanto, a base comparativa com 2023 é extremamente baixa e os percentuais vistosos, assim explicáveis. Hoje há apenas nove associadas e nenhuma fabricante. A BYD respondeu sozinha por 52,2% de todas as vendas em setembro.

BYD Dolphin Mini: a marca chinesa respondeu por mais de 50% das vendas dos importadores
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A marca chinesa comercializou 51.310 unidades de elétricos e híbridos de janeiro ao mês passado. Um pouco distante dos 120 mil carros previstos para entregar em 2024 (corrigiu depois para 100 mil). A conferir em dezembro...

Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, ponderou sobre a falta de pontos de carregamento. É um dos problemas a resolver dos elétricos no País. Atualmente somam 10 mil pontos públicos e semipúblicos.

O consultor da área automobilística Milad Kalume Neto calculou 14 carros para cada carregador. Segundo ele, mesmo ao desconsiderar regiões pouco habitadas do Brasil, a Espanha tem 22 vezes mais carregadores: São 220 mil.

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