- Vendas em ritmo lento: novembro teve queda de 8,5% nas vendas de automóveis frente a outubro e crescimento acumulado de apenas 1,4% no ano, sustentado por importados.
- Exportações em baixa: apenas 35.700 veículos foram enviados a outros países, com forte impacto da retração na Argentina.
- Produção recua: fábricas produziram 219 mil unidades em novembro, queda de 11,6% ante outubro e de 8,2% na comparação anual.
O setor de automóveis deu uma freada mais forte em novembro. Segundo o balanço mensal da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), houve queda nas vendas, nas exportações e também na produção.
Parte desse recuo tem relação com o calendário — outubro teve quatro dias úteis a mais —, mas o movimento também reflete um mercado interno mais lento e embarques menores para outros países.
Vendas de automóveis crescem pouco no acumulado do ano
Mesmo com a média diária de vendas mais alta de 2025 em novembro de 2025 — 12.600 unidades por dia —, as marcas associadas à Anfavea apresentaram um resultado inferior ao mesmo período de 2024. O resultado se repetiu pelo quarto mês consecutivo.
Entre janeiro e novembro, foram emplacados 2,41 milhões de veículos, um crescimento tímido de 1,4% ante o mesmo período do ano passado.
Na prática, quem vem segurando essa alta são os modelos importados. Os veículos nacionais cresceram só 0,1% no acumulado. No recorte mensal, novembro registrou 238,6 mil unidades vendidas, queda de 8,5% em relação a outubro e de 5,9% frente ao mesmo mês de 2024.
O segmento de caminhões continua sendo o mais afetado, com retração acumulada de 8,7% no ano. Até mesmo os importados, que estavam em alta, caíram 10% no mês. Com a chegada de novos lotes, os estoques de modelos de fora subiram de 130 para 153 dias.
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Exportações de automóveis recuam e registram segundo pior mês do ano
Enquanto as importações ganharam fôlego, as exportações de automóveis foram no caminho contrário. Apenas 35.700 veículos brasileiros foram enviados para outros mercados em novembro - o segundo pior resultado do ano.
De acordo com a entidade, a queda tem relação direta com o recuo da demanda na Argentina, principal destino dos modelos feitos no Brasil.
Mesmo assim, no acumulado do ano, os embarques para o país vizinho ainda registram crescimento expressivo de 37,9%, impulsionados principalmente pelo bom desempenho do primeiro semestre.
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Produção cai mais de 11% em novembro
A desaceleração dos mercado interno e externo também atingiu as linhas de produção. Em novembro, 219 mil automóveis saíram das fábricas — volume 11,6% menor que o de outubro. Vale lembrar que o mês anterior teve quatro dias úteis a mais. Comparando novembro de 2025 com novembro de 2024, ambos com o mesmo número de dias, a queda foi de 8,2%.
Mesmo com o recuo, a produção acumulada de janeiro a novembro ainda está 4,1% acima do mesmo período de 2024. Mas, segundo a Anfavea, o ritmo está distante do projetado para 2025 e já acende um sinal de alerta.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, comentou que dezembro pode trazer um respiro para as vendas de automóveis e comerciais leves, impulsionadas pelo forte impacto do Salão do Automóvel. Já o segmento de pesados — mais sensível aos juros altos — exige atenção especial para voltar à normalidade e garantir a manutenção de empregos no setor.
Quais investimentos foram anunciados no Brasil?
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