O motor era montado na posição central, atrás dos dois bancos dianteiros, e a tração era traseira, configuração radicalmente diferente do modelo original na época. Esta característica, definida como "silhouette" (silhueta), transformava o pacato R5, que na versão básica tinha motor de quatro cilindros e 792 cm³, tração dianteira, somente 34 cv de potência e velocidade máxima de 120 km/h, em uma "fera" - com motor também de quatro cilindros, mas com 1.397 cm³ e turbocompressor.
Chegava a 160 cv, tinha tração traseira e velocidade máxima acima de 200 km/h. Com esta versão especial, a marca francesa criava um segmento totalmente novo, o dos mini-supercarros.
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Já o Renault 5 Turbo 3E é uma reencarnação baseada no atual 5 E-Tech elétrico, lançado no mercado europeu ano passado com estilo "retrô" inspirado no do modelo original e icônico da marca francesa. A denominação 3E representa a terceira geração do R5 Turbo, agora elétrica.
Entretanto, em vez de motor e tração dianteira, há dois motores elétricos, instalados nas duas rodas traseiras. Combinados, entregam 540 cv e inimagináveis 490 kgfm! Obviamente este torque, duas vezes maior que o de caminhões pesados, não chega às rodas, pois nenhum pneu conseguiria suportar. A fábrica não informou quanto estará efetivamente disponível.
Assim, a potência é transmitida de maneira mais direta, e permite um controle preciso de cada roda e uma economia significativa de massa e espaço. Esta tecnologia dispensa diferencial eletrônico e, no futuro, poderá estar em automóveis de série.
O modelo oferece possibilidade de manobras radicais de derrapagem controlada. Para isso, dispõe de modo "race" (corrida) e função "drift assist" (assistência à derrapagem). Inclui alavanca do freio de mão em posição vertical, tipicamente utilizada em modelos especiais das equipes de rali e nos carros preparados especialmente para as provas de derrapagens controladas.
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Desempenho, sem dúvida, estonteante
Realmente empolga. A marca francesa indica aceleração de zero a 100 km/h prevista para menos de 3,5 segundos, zero a 200 km/h em torno de 9 segundos e velocidade máxima de 270 km/h. A bateria de 70 kWh proporciona alcance médio previsto de 400 quilômetros (padrão europeu), embora a fábrica admita que deve durar entre 15 e 20 minutos na aceleração máxima em atividade de pista e derrapagens controladas.A plataforma totalmente em alumínio e a bateria foram desenvolvidos pela Alpine, a marca esportiva da fabricante. Sobre esta plataforma monta-se a carroceria feita em compósito reforçado com fibra de carbono e desenho que se difere radicalmente do visto nas outras versões do R5E para focar no "espirito" esportivo.
Apenas espelhos, maçanetas e lanternas traseiras são originais do R5E. A massa total deverá ficar em 1.450 quilos, somente um quilo a mais que no modelo de série - apesar da bateria maior, do desempenho extra e dos dois motores.
Desenhados para reforçar o visual de supercarro, a saia dianteira e o extrator traseiro otimizam a aerodinâmica e aumentam o efeito solo. O Turbo 3E é 15,8 cm mais longo, 2,56 cm mais largo e 1,18 cm mais alto que o R5E padrão, tem para-brisa recuado e distância entre-eixos aumentada para ajudar a atingir o comprimento de um carro urbano com a largura de um supercarro, conforme divulgou a Renault.
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Assim como o R5 Turbo original, só há os bancos dianteiros, esportivos e com pronunciados apoios laterais. Isso aumenta consideravelmente o espaço para bagagem, além do porta-malas. Os cintos de segurança de seis pontos e a gaiola tubular de segurança (popular santoantônio) são outras características exclusiva deste modelo.
O moderno painel digital mostra um layout inspirado nos instrumentos analógicos do R5 Turbo original com motor a combustão.
Este superelétrico terá produção limitada a 1.980 unidades, em referência ao ano de lançamento do primeiro modelo. O preço estimado, com certeza, deverá deixar muitos interessados desanimados: 160 mil euros, o equivalente R$ 1 milhão. Como referência, é "apenas" 25% mais barato que um Porsche 911 Turbo S, com toda sua fama de modelo para bem poucos.
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