Pesquisar os custos de manutenção antes de comprar um carro novo ajuda a evitar surpresas desagradáveis na hora de pagar a conta de algum reparo. Por isso, é aconselhável verificar nos sites dos fabricantes os valores das revisões programadas para ter uma ideia de quanto vai custar manter o veículo durante o período da garantia de fábrica. Mas, e quanto a pessoa é dona de um hiperesportivo como o Bugatti Chiron?

Para o exclusivíssimo grupo de clientes da Bugatti as despesas de manutenção de um carro que custa alguns milhões de dólares no exterior não é algo tão preocupante assim, dado o poder aquisitivo desses seletos clientes. Para usufruir da exclusividade e sofisticação de um Bugatti Chiron, por exemplo, o interessado no hiperesportivo precisa entrar em uma fila de espera antes de assinar o cheque de, no mínimo, US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 13 milhões na cotação atual).
Só que para manter um Bugatti em perfeitas condições durante os quatro anos do período da garantia de fábrica, é necessário obedecer o plano de manutenção da marca, que prevê desde a troca de óleo do motor até a substituição dos turbocompressores.
Para ter uma ideia de quanto o proprietário de um Bugatti Chiron gastará para manter a garantia do supercarro, Muhammad Al Qawi Zamani, um entusiasta da marca francesa que vive em Cingapura, levantou os valores das despesas e os revelou ao site Paultan.
Segundo Zamani, os preços dos serviços foram divulgados pela recém-inaugurada concessionária da Bugatti na cidade-estado asiática. Para facilitar os cálculos, os valores foram convertidos de dólares cingapurianos para dólares norte-americanos. Os custos com taxas de transporte e mão de obra dos serviços não foram incluídos.
Para cuidar dos carros dos clientes, dez mecânicos altamente treinados pela Bugatti viajam para qualquer lugar do mundo para realizar as revisões e buscar os modelos Chiron e Veyron no domicílio dos proprietários.
A primeira revisão do Chiron é feita depois de 14 meses ou 16 mil quilômetros rodados após a compra do carro (o que ocorrer primeiro). Nessa manutenção são trocados o líquido de arrefecimento e o óleo do motor. O filtro de óleo e os 16 bujões do cárter também são substituídos. O serviço de US$ 24.979 (equivalente a R$ 132.175) é suficiente para comprar aqui no Brasil um Volkswagen Nivus Highline com pintura bicolor (R$ 125.255) e ainda sobra um troquinho.
A segunda revisão programada, para substituir os discos de freio carbocerâmicos e as pinças de titânio, sai pela bagatela de US$ 58.952 (R$ 325.656). Trocar o fluido e realizar uma limpeza no sistema de frenagem do Chiron custa mais US$ 58.951 (R$ 325.651). Somados, os valores de manutenção dos freios chega a R$ 651.307, valor suficiente para adquirir um Porsche Panamera 4 E-Hybrid zero quilômetro (R$ 649 mil).
Isso sem contar que a cada 14 meses ou 16 mil km rodados o proprietário precisa trocar o jogo de rodas do carro. O conjunto é tabelado em US$ 49.958 (R$ 264.350), dinheiro suficiente para pagar os R$ 263.190 pedidos por uma Chevrolet S10 LTZ 4x4 turbodiesel novinha em folha.
Já os pneus de alto desempenho, desenvolvidos especialmente para o Chiron, precisam ser trocados num intervalo de 16 a 18 meses para garantir a segurança de um carro capaz de atingir os 400 km/h. A Bugatti pede US$ 7.993 (R$ 42.300) pelo jogo, fabricado pelas marcas Michelin ou Pirelli. Para efeito de comparação, um Renault Kwid Life zero quilômetro custa a partir de R$ 48.790.
Há ainda os pneus Michelin Pilot Sport Cup 2R, exclusivos da versão Chiron Pur Sport. Destinados para o uso em pistas fechadas, eles são bem mais caros: US$ 41.965 (R$ 222 mil) o conjunto.
Entre 42 e 48 meses de uso, já no final do período de garantia, a Bugatti recomenda a troca dos quatro turbocompressores do motor de 16 cilindros. A substituição dos componentes sai por US$ 25.978 (R$ 143.505), mais US$ 21.982 (R$ 121.430) pela troca dos resfriadores dos dutos de ar. No total são mais US$ 47.960 (R$ 265 mil).
A última manutenção programada ainda sugere a troca do tanque de combustível, que é feito de borracha vulcanizada com reforços em Kevlar: US$ 43.963 (R$ 232.627). Por fim, o Chiron ainda precisa passar por uma recalibração de US$ 28.576 (R$ 151.200) para continuar a extrair o máximo desempenho dos 1.500 cv e mais de 150 kgf.m de torque do motorzão 8.0 W16.
Para trocar o para-brisa do Chiron, por exemplo, a Bugatti cobra US$ 59.949 (R$ 317.216), enquanto as palhetas do limpador custam US$ 3.797 (R$ 20.100). A pintura do carro é o serviço mais caro: US$ 55.148 (R$ 292 mil). Para evitar riscos na carroceria de fibra de carbono, a marca recomenda sempre lavar o carro à mão, sem usar jatos d’água de alta pressão.
Ao final do período da garantia, o proprietário de um Bugatti Chiron terá desembolsado com os custos de pelo menos três trocas de óleo, duas de rodas e pneus, um jogo de freios, uma troca dos turbos e dutos, um novo tanque de combustível e uma recalibração do motor.
No total, essas despesas terão custado a bagatela de US$ 477.498 (R$ 2,6 milhões), valor suficiente para comprar dois Porsche 911 Turbo Cabriolet (parte de R$ 1,3 milhão). Vale lembrar que não estão inclusas as despesas de transporte, mão de obra, entre outros valores não previstos. E o dono do carro ainda precisa pagar pela viagem e hospedagem dos mecânicos até o local onde o seu carro estiver.
Zamani explica também que a Bugatti oferece para os clientes que não pretendem usar o carro, para mantê-lo guardado como objeto de coleção, um serviço de revisões mais em conta. A cada 14 meses o hiperesportivo passa por uma inspeção de US$ 104.912 (R$ 555.130).



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