Mesmo restrita a uma pequena área da capital paulista, que que vai desde a Chácara Santo Antônio, na Zona Sul, até o Jardim Paulistano, na Zona Oeste de São Paulo, o número de corridas de cada scooter já está sendo três vezes acima do esperado. Considerado um dado estratégico o número de corridas diárias não é divulgado pela empresa.
Mas, segundo Freitas, as corridas duram em média 30 minutos e percorrem entre cinco e seis quilômetros. O dado revela a demanda por um meio de transporte rápido e para curtas distâncias que, em outros casos, seria feito de carro ou algum transporte mais demorado.
Tudo pelo app
Concebida sob o conceito “dockless”, ou seja, sem estações fixas, o que barateia o custo de implantação e dá mais liberdade ao usuário, a Riba Share utiliza scooters elétricos, importados da China, mas “remontados” no Brasil. “Refazemos todo o chicote elétrico e instalamos sensores, módulos e uma placa mãe para o scooter funcionar em sincronia com o app”, explica Freitas.
Disponível para smartphones Android e iOS, o aplicativo foi desenvolvido em parceria com o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA) de Matosinhos, Portugal. O app é, literalmente, a chave para poder utilizar o serviço.
Após fazer o download, o usuário se cadastra e envia uma cópia da CNH que, obrigatoriamente, tem de ter habilitação na categoria “A”. Também é preciso inserir um cartão de crédito para pagar pelas viagens.
Por meio do app o usuário localiza os scooters disponíveis nas proximidades e também confere a carga da bateria e a autonomia – que é de 90 km. Ainda pode reservá-lo gratuitamente, pelo período de 15 minutos – o tempo calculado pela Riba Share para o usuário se deslocar até onde está o scooter. Durante esse tempo, o scooter “desparece” para outros usuários.
Ao chegar ao veículo Riba Share escolhido tudo é feito pelo app. Ao iniciar a viagem, o scooter liga “sozinho”, pois não há chave nem miolo de ignição. O valor mínimo é de R$ 5,90 por 10 minutos. Após esse tempo, é cobrado R$ 0,59 por minuto utilizado.
No pequeno bauleto, que também só é liberado após locar o scooter, há um capacete tamanho 57 e uma cesta com toucas higiênicas. Mas, caso queira, o cliente pode usar seu próprio capacete.
Manutenção e incidentes
O usuário não precisa se preocupar muito com a carga da bateria. A Riba Share faz o monitoramento remoto de todas as unidades e, caso algum esteja com a carga baixa, uma equipe é deslocada ao local para fazer a substituição da bateria.
De acordo com Fernando Freitas, a empresa conta com equipes que trabalham 24 horas e sete dias por semana para substituir as baterias. Além disso, as equipes fazem manutenção e limpeza dos scooters. Em caso de algum problema ou ocorrência, que não seja detectado pela empresa, o cliente pode entrar em contato por meio do aplicativo.
Fim da viagem O usuário pode rodar com o Riba Share em qualquer área, mas obrigatoriamente tem de devolvê-lo dentro da área de atuação da empresa, caso contrário não conseguirá encerrar a viagem.
Como não tem estação própria, basta estacionar o scooter em local permitido – bolsões de moto ou nas Zonas Azuis onde não são proibidas motocicletas. Se tiver utilizado o capacete cortesia é preciso colocá-lo de volta no bauleto, pois sensores de presença e peso também impedem o encerramento da viagem se o capacete não estiver lá dentro.
Mas por se tratar de uma start-up de mobilidade que aposta na economia compartilhada, a Riba Share não permite bloquear um scooter. Se você for a uma reunião, por exemplo, e quiser deixar aquele scooter reservado para quando o compromisso terminar isso não é possível. “Nossa ideia é que, quando houver mais scooters rodando sempre haja uma unidade disponível para locar”, explica Fernando Freitas.
Expansão
Embalada pelo sucesso inicial, a Riba Share pretende chegar a 200 unidades em São Paulo neste primeiro semestre e a 1.000 scooters até o final deste ano. A empresa pretende aumentar também a área de atuação. As scooters da Riba Share devem chegar aos Jardins, à Avenida Paulista e à região central da cidade. “Mas para isso temos de aumentar o número de scooters para ter uma densidade que atenda aos usuários”, explica o CEO.
Segundo Fernando Freitas, o plano é expandir para outros grandes centros urbanos, como Brasília, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Além da economia de tempo, o scooter elétrico não polui – e a vida útil da bateria é estimada em 5.000 ciclos ou três anos de operação. “Acredito que o carro não vai nos mover no futuro”, conclui o CEO da Riba Share.
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