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Ssangyong de volta ao Brasil: agora vai?

Marca sul-coreana de SUVs e picapes retorna após duas passagens pelo país com promessa de atendimento e produtos premium

por Redação WM1

Após duas passagens pelo Brasil, a mais recente entre 2001 e 2015, a sul-coreana Ssangyong está oficialmente de volta ao país com o desafio de recuperar a confiança na marca e vender SUVs e picapes com "preço competitivo" no segmento de veícuos "premium". A nova operação, como as anteriores, não tem capital da matriz, porém conta com parceria técnica e estratégica, e agora é de responsabilidade da Venko Motors - a mesma empresa que trouxe a chinesa Chery em 2009 e representou no Brasil a também chinesa Rely, entre 2013 e 2016.



Está previsto o lançamento de cinco modelos no ano que vem, dos quais quatro vão chegar ainda no primeiro trimestre - entre eles, o SUV compacto Tivoli (fotos acima e abaixo). Porém, nessa primeira fase, a prioridade é estruturar uma rede de concessionárias e oficinas autorizadas para prestar atendimento aos 16.511 clientes da montadora no país - a primeira passagem, bastante curta, aconteceu entre 1995 e 1998.



Foi até criada nova empresa, a Ssangyong Brasil, cujo site oficial foi ao ar nesta quinta-feira (21),  no endereço www.ssangyongbrasil.com.br, juntamente com a apresentação dos novos planos para a imprensa especializada.


"Teremos comportamento de marca premium no Brasil. Os quase 17 mil clientes atuais da Ssangyong no país serão responsabilidade nossa, serão abraçados por nós e não ficarão desassistidos. Já retomamos a rede com 15 concessionárias, que serão ampliadas para 30 até janeiro de 2018 e para 50 até o fim de 2018", prometeu Marcelo Fevereiro, diretor de operações da Ssangyong Brasil.



Fevereiro informa que a empresa já está no quarto ciclo de importação de peças da Coreia do Sul, distribuídas a partir do centro de logística da Venko localizado em Salto, no interior paulista. "Nossa prioridade agora é retomar a confiança do consumidor, dar segurança ao cliente de que vai encontrar peças originais, agora disponíveis em rede autorizada, e não precisará mais recorrer ao mercado paralelo", adiantou o executivo.


Além disso, a Ssangyong Brasil anunciou que vai oferecer extensão de garantia aos clientes que ainda tinham a cobertura de três anos em vigor quando a Districar, representante anterior da marca, deixou de operar, em agosto de 2015. De acordo com Mercelo Fevereiro, por meio do chassi é possível saber todo o histórico oficial de manutenção e cada caso será "rapidamente" avaliado. "Niguém ficará desassistido", garantiu.


Para dar mais credibilidade à nova operação, o projeto foi apresentado na companhia de executivos da matriz da companhia sul-coreana, que garantem que dessa vez o acordo é duradouro e a Ssangyong vem "para ficar".  "Os 30% adicionais de IPI e a exigência de nacionalização estabelecidos pelo Inovar-
Auto em 2011, mais a alta do dólar e a própria crise do mercado automotivo brasileiro inviabilizaram o negócio, mas nunca pensamos em abandonar o Brasil. Agora o cenário é diferente, a sobretaxa acaba no fim do ano com o término do Inovar-Auto e o dólar e os jutros baixaram. Vemos potencial positivo para veículos importados no Brasil a curto e médio prazo", disse Jong Dae Lee, diretor de exportação da Ssangyong na Coreia do Sul.



Os planos iniciais são de vender 3.000 unidades de modelos da marca no país durante o ano que vem. Quatro deles têm lançamento programado para o primeiro trimestre do ano que vem: dois são a picape Actyon Sports (foto acima) e o SUV compacto Korando, que já foram vendidos aqui e voltam em versões atualizadas, ambas com motor 2.2 turbodiesel de 180 cv de potência e 41 kgfm de torque, com tração nas quatro rodas e câmbio automático de seis marchas da Aisin.  Executivos esclareceram hoje todos os motores são projetos próprios, fabricados na Coreia do SUl - a Mercedes-Benz foi fornecedora de motores diesel da Ssangyong entre 1991 e 2001.


A fabricante também vai lançar logo no começo de 2018 os SUVs Tivoli (fotos acima, carro branco) e XLV (foto abaixo), que trazem embaixo do capô motor 1.6 16v a gasolina de 128 cv e 16 kgfm, também com transmissão automática da Aisin e tração exclusivamente dianteira. O primeiro tem porte semelhante ao de modelos como Hyundai Creta, Jeep Renegade, Honda HR-V e Nissan Kicks, com porta-malas de 420 litros, enquanto o segundo se diferencia por trazer carroceria alongada, para ampliar a capacidade de bagagens a 720 litros - apesar de mais longo, o último também leva cinco ocupantes.



Ao longo do ano que vem, a Ssangyong também vai lançar a nova geração do Rexton (foto abaixo). SUV grande que também terá motorização a diesel e foi bastante reformulado, sendo bem diferente daquele que já foi comercializado no Brasil - o visual deste e de outros modelos da marca é mais equilibrado e convencional na comparação com o polêmico design de modelos mais antigos da Ssangyong. Todos os carros da marca terão garantia de três anos.



A Actyon Sports e o Tivoli, este último com altíssimo potencial para ser o mais acessível e mais vendido da fabricante no mercado local, foram exibidos no evento de apresentação e, em um rápido contato, deu para verificar que de fato contam com bom acabamento interno e lista de equipamentos bem completa, além de design a par com o de modelos europeus, trazendo luzes de condução diurna de LEDs.


Ainda não foi informada estimativa de preços, o que deverá ser anunciado em novembro, quando os novos modelos serão apresentados em detalhes. Será que agora vai?


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