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Stellantis quer ter híbridos a etanol no Brasil

Grupo empresarial revelou seu plano de eletrificação planejado para atender às características do mercado brasileiro

por Evandro Enoshita

Ainda que estejam cada vez mais populares no Brasil, os carros elétricos ainda estão longe do alcance de boa parte dos consumidores brasileiro.
É de olho nesse público ainda distante da eletrificação que a Stellantis revelou nesta sexta-feira (31) o seu plano de descarbonização para o Brasil: a plataforma Bio-Electro, que prevê o lançamento por aqui de carros híbridos a etanol até 2030.
A ideia da Stellantis com os híbridos a etanol é não deixar o mercado brasileiro fora da rota da descarbonização, ganhando tempo para que a queda no custo de produção dos carros 100% elétricos permita que se tornem acessíveis a uma faixa mais ampla de público.

Etanol limpo como elétrico

Mas a economia e a disponibilidade do etanol não foram os únicos critérios considerados pelo grupo empresarial, que no Brasil abrange as marcas Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot.
Em um teste comparativo realizado em parceria com a Bosch, considerando todo o ciclo de emissão de CO2 de geração e consumo de energia, o veículo 100% a etanol obteve um resultado impressionante.
Na simulação, um veículo de teste percorreu 240,49 quilômetros e emitiu 60,64 quilos de CO2 quando abastecido com a gasolina E27 disponível nos postos brasileiros. Essa marca caiu para 30,41 quilos para um elétrico energizado na Europa e para 21,45 quilos para o elétrico carregado no Brasil. Já com o etanol, a emissão foi de 25,79 quilos de CO2.
CEO da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa destacou que a iniciativa será bancada com recursos locais, com a expectativa de que o investimento nas soluções tecnológicas desenvolvidas no Brasil seja "pago" com a exportação dessas novidades para outros mercados em desenvolvimento, como o indiano.

Eletrificação em etapas

A Stellantis projeta que os primeiros híbridos brasileiros a etanol comecem a chegar no início da segunda metade desta década. Com base nos motores da família GSE, a rota da eletrificação será feita em etapas.
De início, com sistemas híbridos leves, e depois passando para os autocarregáveis. Nos estágios finais do plano chegarão os híbridos plug-in e os 100% elétricos. Inclusive com a possibilidade de desenvolvimento de células de combustível a etanol.
Até o início desse plano de nacionalização, a Stellantis pretende seguir com a expansão da sua gama de elétricos e híbridos importados, lista que atualmente inclui o plug-in Jeep Compass 4xe e, os carros de passeio elétricos Fiat 500e, Peugeot e-208 e e-2008, e os comerciais leves Fiat e-Scudo, Citroën E-Jumpy e Peugeot e-Expert.
Até 2030, a Stellantis projeta que 20% das suas vendas no Brasil sejam de automóveis elétricos.

Hidrogênio feito com etanol

No mesmo dia em que a Stellantis revelou o seu plano de eletrificação, a Toyota - primeira fabricante a lançar um híbrido flex no Brasil - anunciou uma parceria com Shell, Raízen, Hytron, USP e Senai para testes de hidrogênio obtido a partir de etanol.
Na iniciativa, um Toyota Mirai - carro elétrico com célula de combustível - vai rodar no Brasil com o combustível renovável, em um projeto de desenvolvimento que prevê também o cálculo da pegada de carbono do ciclo "campo à roda".
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