Essa estratégia é conhecida e começou, pode-se dizer, com o Volkswagen Gol em 2008. Naquele ano, o modelo se tornou um dos primeiros carros com duas gerações diferentes à venda no Brasil, no mês em que a marca decidiu lançar o "G5" e manter o "G4" em linha.
Nos anos seguintes Fiat Palio e Uno seguiram a mesma receita - Palio e Palio Fire viveram juntos até 2014, da mesma forma que Uno e Mille e que os próprios Gol e Gol G4. Mas essa filosofia não deixou de ser utilizada por vários fabricantes, alguns até com modelos mais caros. Vamos conhecer cinco abaixo!
O carro mais vendido do Brasil nos últimos anos, de 2015 a 2020 - e que deve perder o posto nos próximos meses e até a liderança geral no final deste ano, por conta da crise de semicondutores que o mercado enfrenta -, é o maior dos exemplos.
São duas gerações feitas lado a lado na fábrica de Gravataí (RS): a segunda e atual, lançada em 2019; e a primeira, de 2012, que hoje é chamada de Joy. A situação se repete com o sedã Onix Plus: primeira geração do carro era chamada de Prisma e agora se chama Joy Plus.
O SUV médio da Hyundai chegou a ter três gerações ao mesmo tempo em nosso mercado durante uma época, mas agora vende só duas. Falamos, hoje, do "New" Tucson e do ix35 (que se chama, veja só, Tucson fora do nosso mercado).
A terceira geração citada foi o finado, adivinhe... Tucson, aquele carro feito no Brasil pela Caoa que era espaçoso e queridinho do consumidor brasileiro na década passada. O New Tucson atualmente é um carro de R$ 177.990 - já o ix35 custa a partir de R$ 135.990.
A Suzuki é mais uma fabricante que decidiu trazer uma nova geração de um carro sem tirar de linha a anterior. Em 2019, a empresa passou a importar para nosso mercado a quarta geração do Jimny e para diferenciá-la da terceira, fabricada por aqui, adotou o sobrenome "Sierra" no novo modelo.
Até hoje a dupla de Jimnys convivem em nosso mercado - a geração mais antiga, nacional, custa a partir de R$ 107.990. Já o Jimny Sierra, que pode ter câmbio automático, parte de R$ 142.990.
A Nissan lançou no final do ano passado a nova geração do sedã compacto Versa em nosso país, importado do México, sem tirar de circulação o Versa que era feito em Resende (RJ), cidade onde fica a fábrica da empresa no Brasil. Para manter os dois carros no mercado, a empresa renomeou e "rebaixou" o antigo, que passou a se chamar V-Drive.
Desse jeito, o Versa passou a ser um carro mais luxuoso e equipado, capaz de encarar de frente as versões mais caras de Chevrolet Onix Plus, Volkswagen Virtus, Fiat Cronos, Honda City e Toyota Yaris Sedan, e o V-Drive ficou responsável por encarar os modelos mais baratos dessa categoria, como Chevrolet Joy Plus, Fiat Siena e Volkswagen Voyage, apesar de ser bem maior.
A picape L200 é mais um dos carros do nosso mercado que tem duas gerações que convivem em harmonia. Falamos da mais recente, a L200 Triton Sport, que tem visual agressivo e mais próximo ao dos SUVs da empresa - como Pajero, Outlander e Eclipse Cross -, e da L200 Triton Outdoor ou Savana, que ainda carrega o design mais característico de uma geração para trás.
A mais recente é mais cara e custa de R$ 222.990 a R$ 267.990, de acordo com a versão. Já a mais antiga custa R$ 187.990 na versão GLX e R$ 203.990 na GLS, ambas com o pacote "Outdoor", e R$ 207.990 na configuração GLS com o pacote "Savana".