Os carros elétricos e híbridos estão ganhando espaço no Brasil. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram licenciados entre janeiro e maio deste ano 16.392 automóveis eletrificados. É um volume significativo dentro do contexto brasileiro, mas bem distante da realidade de mercados mais consolidados, como o chinês, onde esse mesmo montante equivale à venda de apenas um modelo no período de um mês. Isso ajuda a explicar como alguns carros de sucesso no mercado brasileiro não têm ou nunca tiveram aqui variações híbridas ou elétricas que, em alguns casos, estão disponíveis no exterior há mais de uma década. Confira a seguir algumas versões eletrificadas de automóveis que são ou foram fabricados por aqui.
Entre 2003 e 2021, a Honda produziu no Brasil três gerações do Fit nas fábricas paulistas de Sumaré e Itirapina. Mas nenhuma delas teve a opção de um conjunto motriz eletrificado, que é oferecido no exterior desde 2010, a partir da segunda geração do modelo.
O primeiro desses Fit eletrificados foi o Hybrid, um híbrido convencional que combinava um motor 1.3 a gasolina e outro elétrico para registrar médias de consumo de até 30,3 km/l. Já em 2013 foi a vez do monovolume estrear a variante elétrica EV, que podia rodar até 198 quilômetros com uma carga de bateria. Na terceira geração, o Fit Hybrid passou a ser a única opção eletrificada para o modelo da Honda. O motor elétrico era combinado com um 1.5 a gasolina para desenvolver um total de 137 cv.
O elétrico Volkswagen e-up! é até mais antigo que a versão a combustão que foi fabricada em Taubaté (SP) entre 2014 e 2021. Revelado na Europa em 2013 com a mesma carroceria do up! europeu (mais curta que a do brasileiro), trazia inicialmente uma bateria de 18,7 kWh para garantir uma autonomia de 160 quilômetros.
Em 2019, o e-up! passou a sair de fábrica com uma bateria de 32,3 kWh, que permitiu estender sua autonomia para 260 quilômetros. Equipado com um motor de 83 cv, acelera de zero a 100 km/h em 11,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 130 km/h. É atualmente o menor elétrico da linha europeia da Volkswagen.
Embora no mercado brasileiro a Jeep venda apenas o Compass na versão híbrida plug-in 4xe, no exterior a tecnologia está disponível também para o SUV compacto Renegade.
Comercializado na Europa, América do Norte e Japão, o Renegade híbrido tem o mesmo conjunto motriz do SUV médio - um motor 1.3 GSE turbo combinado a um motor elétrico, para desenvolver 240 cv. O modelo é vendido ainda numa variação de 190 cv. Nas duas, o câmbio é automático de seis marchas e a tração é integral.
A versão híbrida e-Power do Nissan Kicks foi revelada na Ásia em 2020, junto com a reestilização do modelo. O visual atualizado chegou por aqui no ano seguinte. Mas sem a opção da motorização elétrica.
O modelo híbrido convencional tem um motor elétrico e um 1.2 de três cilindros a gasolina, cuja função no conjunto é apenas gerar eletricidade para a bateria do motor elétrico. O consumo médio do modelo é de 23,8 km/l, o que permite rodar mais de 900 quilômetros com o tanque de 41 litros. A boa notícia para os brasileiros é que o lançamento do Kicks híbrido já foi prometido por aqui, embora ainda sem data definida.
O Mitsubishi Eclipse Cross é outro caso de carro com produção local que tem uma variação eletrificada no exterior. Montado em Catalão (GO) apenas com o motor 1.5 turbo a gasolina de 165 cv, é oferecido no Japão também na variação híbrida plug-in PHEV.
Nesta configuração, o SUV tem motor 2.4 aspirado a gasolina na dianteira combinado a dois motores elétricos, um posicionado na dianteira e outro na traseira. A potência combinada aqui é de 188 cv, e ainda permite ao Eclipse Cross rodar até 61 quilômetros usando apenas os propulsores alimentados pela bateria.